segunda-feira, 5 de março de 2012

A PRAIA (The Beach, 2000)

Difícil falar de um filme que foi tão exacrado pela crítica, a começar pela atuação de seu ator principal, Leonardo Di Caprio. O deficiente roteiro e as cenas por vezes inverossímeis contribuem para a avaliação negativa dos críticos.

Mas não poderia deixar de fazer menção a esse filme em um blog voltado para viajantes, já que a película nos apresenta um dos lugares mais idílicos do mundo, responsável pela exuberante fotografia: a praia intocada e envolta por paredões rochosos denominada "Phuket", localizada na Tailândia.

Outra praia utilizada nas filmagens foi a "Ko Phi Phi Leh", no mesmo país. Curiosamente, a região das duas praias foi assolada pelos poderosos tsunamis de 2004, que vitimaram centenas de milhares de pessoas no Sudeste Asiático.

No filme propriamente dito, o astro Di Caprio, em uma atuação confusa e pouco convincente, é Richard, turista profissional e aventureiro. A partir de um mapa entregue por um vizinho de quarto de hotel barato em Bangkok, ele se interessa pela busca de uma praia paradisíaca, que poucos podem alcançar. Chama para a empreitada dois amigos, um deles, Françoise, uma linda garota pela qual é apaixonado.

Sem meio de transporte, chegam por nado até ao tal paraíso e, depois de alguns perigos, proporcionados por fazendeiros que dominam grande porção da ilha (a  outra é dominada pelos habitantes da praia), descobrem “a praia” e a comunidade estilo “hyppie” que lá se encontra – uma sociedade utópica, enfim, que vive se alimentando de peixes. E aí se iniciam os conflitos que envolvem mortes, traições e ameaças dos fazendeiros, que não queriam a presença de novos moradores na "praia".
File:Kho Pippi-Maya Beach.jpg
Ko Phi Phi Leh, em Pukhet, Tailândia. Cenário das filmagens de "The Beach".

A crítica  em relação ao filme é justamente a falta de pegada da película. Por exemplo, cria-se uma situação de suspense, isolada, e depois de muito tempo surge outra. Nesse intervalo, por vezes situações às vezes sem nexo despontam. Também as supostas traições deixam a desejar, não havendo densidade psicológica. A outra crítica reside justamente na perda de uma oportunidade imensa de se fazer um grande filme, já que a idéia – a possibilidade de se buscar uma utopia, um lugar perfeito – “a praia” – não foi bem tratada pelos roteiristas.

Entretanto, mesmo com todos os problemas acima relatados, o filme, embora seja um desperdício de boas idéias, agrada no estilo “Sessão da Tarde”, apenas com uma ou outra cena mais "picante". E para quem gosta de viajar – mesmo que seja no sentir, no pensamento mesmo, é inspirador conhecer tão linda paisagem, talvez uma das paisagens naturais mais lindas do mundo.

Cinema tem que ser isso – uma viagem em uma sessão, e nesse ponto reside um dos méritos do filme.

Cotação: **1/2

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