sábado, 17 de março de 2012

MARIA ANTONIETA ("Marie Antoinette", 2006)

Olá!
O filme a ser comentado hoje refere-se período pré-Revolução Francesa, mais especificamente ao tempo em que a rainha franco-austríaca Maria Antonieta viveu na corte francesa  (leia-se "Palácio de Versailles" e "Petit Trianon") - mais ou menos de 1770 até 1789.

Eis o filme "Maria Antonieta" ("Marie Antoinette"), escrito e dirigido por Sofia Coppola, filha do diretor da Trilogia "O Poderoso Chefão", Francis Ford Coppola.

Maria Antonieta foi coroada rainha da França após a morte do Rei Luís XV. Antes, já havia se casado com o que seria o futuro rei Luís XVI, casamento que foi fruto de um acordo das dinastias Habsburgo (da Áustria, já comentada em posts anteriores) e Bourbon (da França).

O filme peca pela pouca densidade dos personagens e dos fatos marcantes da vida da rainha Antonieta. 

Também foca demais nas questões de etiqueta, sendo carregado de passagens cansativas, a ponto da própria personagem principal reclamar das situações ridículas - dezenas de pessoas apenas para acordar a futura rainha foi um exemplo desse tipo de "embroglio".

O filme apresenta-nos um Rei Luís XVI bem tímido, com dificuldades inclusive para se relacionar amorosamente e sexualmente com a bela rainha vivida pela bela Kirsten Dunst (a mesma que foi namorada do Homem-Aranha nos três sucessos da série dos quadrinhos). Aliás, a atuação de Kirsten não refletiu a importância da personagem.

Historicamente falando, a película omite situações importantes - como a explicitação dos contornos da Revolução Francesa e a morte da rainha, por guilhotina, em 1793 - e é bastante simplista em outras tantas - a exemplo do porquê do ódio do povo com relação à rainha, que deveria ter sido melhor explorado. Vale destacar que a trama não deixou de fora algumas situações conhecidas, inclusive no imaginário popular, como a famosa frase "se o povo não tem pão, dê-lhe brioches". 

O mérito do filme reside justamente na beleza de sua fotografia - foi filmado em grande parte no mais lindo palácio do mundo, o de "Versailles" e no "Petit Trianon", uma espécie de casa de campo dada de presente pelo rei à rainha. Assim, a tal beleza fotográfica acaba, por muitas vezes, encobrindo os muitos deslizes de roteiro e a falta de aprofundamento da trama, transformando a sessão em uma diversão daquelas para se ver à tarde.

Tive a impressão também que o filme é "pop" demais, muito descontraído às vezes, com algumas músicas modernas, o que derruba o seu ar histórico e o torna menos "sério".

Enfim, não é um filme memorável, está longe de ser, mas tem certa fidelidade com a história e uma beleza cênica que realmente merecem, no mínimo, atenção.

Cotação: * *

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