terça-feira, 27 de março de 2012

ROMA - ENTENDENDO OS MONUMENTOS A PARTIR DA HISTÓRIA

Para que uma viagem à Roma, Cidade Eterna, seja melhor aproveitada, importante entender cada detalhe histórico que culminou com o que temos hoje no centro histórico da cidade. Nesse sentido, as ruínas  são melhor entendidas se houver uma abordagem histórica significativa do porquê de sua existência.

Assim, a idéia é contar uma história resumida do maior império que já existiu - o Império Romano - e do período após a sua derrocada, para situarmos cada um dos monumentos e pontos importantes da capital italiana que foram visitados.

753 a. C. Nesse ano, diz a lenda, Roma foi fundada por Rômulo, após este matar Remo, seu irmão. Segundo ainda a lenda, Rômulo e Remo foram atirados ao Rio Tibre, sendo alimentados por uma loba (a "lupa capitolina"), antes de serem recolhidos por pastores.

"Lupa Capitolina". A loba, Rômulo e Remo. Museus Capitolinos, Roma
A origem histórica, no entanto, indica que Roma foi fundada ainda antes, em 1.000 a.C, por latinos que se estabeleceram na colina do Palatino em busca de uma condição de vida digna.

Após a criação de Roma, seguiu-se a realeza, a república e o império.

A fase da Realeza deriva mais de fontes lendárias que históricas confiáveis. Não comprovada historicamente, teve como reis, supostamente, Rômulo, Numa Pomplío, Túlio Hostílio, dentre outros.

Por sua vez, a República romana  é reconhecida como um período de expansão do império, tendo como destaque a conquista da região onde se situa a Itália nos dias de hoje, da Gália e as três Guerras Púnicas, entre Roma e Cartago (Cartago era um grande império do norte da África, onde hoje se localiza a Tunísia). O principal nome do período é o general Caio Júlio César, cuja frase mais famosa é a "vim, vi, venci". Na República, destacam-se ainda a grande influência do Senado Romano, composto dos mais abastados, e a luta de classes travada entre patrícios (mais influentes) e plebeus (casta mais popular). Os plebeus sofriam grande discriminação, não podendo, por exemplo, serem juízes. 

No tocante aos monumentos, temos que a maioria ainda requer descoberta por escavações. Hoje em dia, dois relativos ao período republicano se destacam: o "Templo de Saturno", no Fórum, e o Fórum Boarium, em Aventino (este incrivelmente preservado, valendo a visita).

Aliás, Roma é sempre um canteiro de escavações, já que há muita história escondida nos seus subterrâneos. Por essa razão, o sistema de metrô da cidade hoje é um dos menos eficientes da Europa.

A fase Imperial, mais difundida na história, notadamente devido aos "doze césares" - lista que inclui nomes como Otávio Augusto (o fundador), Nero, Calígula, Tito, Vespasiano, caracterizou-se pelo crescente imperialismo. Posteriormente aos doze césares, Roma experimentou vários outros imperadores (a exemplo de Trajano, Caracala, Probo - esse era incorruptível, Diocleciano, dentre outros), até se chegar a Constantino (306 d.C), que deu ao Cristianismo liberdade de culto e em Teodósio (379 d. C), que dividiu o Império Romano em duas partes: o "Império Romano do Ocidente", com capital em Roma; e o Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla (hoje Istambul).

A decadência do Império Romano deveu-se a uma série de fatores, como o imperialismo exarcebado, que consumiu boa parte dos recursos do Estado; a crise econômica; a penetração dos bárbaros (vândalos, ostrogodos, visigodos, dentre outros); impostos elevados; imperadores incapazes; dentre outros.

No tocante aos monumentos históricos da cidade eterna, a maioria pertence à essa época.

Assim, temos o Coliseu (já objeto de um post específico), o Fórum Romano (centro comercial da Roma antiga - importante: alguns monumentos datam de a.C, portanto, mais próximos do auge da República), o Palatino, as Termas de Caracalla e o belíssimo "Templo de Todos os Deuses" Pantheon.

Curiosamente, as "basílicas" existentes no Fórum eram, na verdade, os locais onde se travavam as discussões jurídicas. Ou seja, as basílicas eram os fóruns. Fórum é o designativo de centro da vida romana, a totalidade, não tem o sentido que emprestamos hoje à palavra.

Arco de Constantino. Roma, Itália.

Coliseu por dentro. Roma, Itália. Escavações mostram onde os animais e gladiadores ficavam esperando as lutas.



Templo de Antonino e Faustina. Fórum Romano.

Vista geral do Fórum Romano. Centro comercial já na era republicana e com auge na fase imperial.
Palatino. Uma das sete colinas de Roma.  Esse, o "stadium", onde ocorriam corridas.

Já no tocante às ruínas das Termas de Caracalla, vale ressaltar que estão na região mais verde do centro histórico romano. Realmente, é de uma beleza incrível esse local - juntam-se às Termas o "Roseto Municipal", os vestígios do Circo Mássimo e, bem próximo ainda, o bairro típico mais interessante da Cidade Eterna - o Trastevere.

O interessante das termas é que elas, na verdade, eram um espaço de diversão. Além da função de serem banhos públicos, as termas ainda concentravam bibliotecas, lugares para prática de esportes e porque não, lugares para se paquerar também. Milhares de pessoas diariamente frequentavam os locais.

A mais famosa de todas era a imensa obra de Caracalla.

Os banhos, nessa época, eram verdadeiros rituais. Primeiro, o banhista exercitava-se no pátio; depois, despia-se no vestiário para só então iniciar a série de banhos que seguia, basicamente, o caminho quente - morno - frio.


Ruínas das Termas de Caracalla. 3.000 pessoas por dia tomavam banho e conversavam por aqui.
O Pantheon, por seu turno, localizado na Piazza della Rotonda, é reconhecido mundialmente por sua influência na arquitetura européia, notadamente pela extraordinária beleza de seu domo - a altura equivale ao seu diâmetro, o que denota a perfeição de sua construção. Foi erigido em 120 d.C pelo imperador Adriano.
O fabuloso Pantheon. Obra de Adriano influenciou toda a arquitetura européia.
Após a sua derrocada, Roma viveu um período relativamente sem grandes transformações; no entanto, muitos de seus monumentos grandiosos foram construídos posteriormente ao apogeu do Império Romano, a exemplo da Fontana di Trevi, da Piazza del Campidoglio (a face urbanista de Michelângelo, que projetou os edifícos e o belíssimo calçamento geométrico), a Gesú (igreja jesuíta do século XVI), Santa Maria Maggiore e San Giovanni in Laterano (onde os papas eram coroados até 1870).


Piazza del Campidoglio. Obra marcante de Michelângelo urbanista. Roma, Itália
É conveniente destacar também, nesse esboço histórico romano, a existência concomitante às eras mencionadas do regime do "papado". Destacam-se nessa história a construção da Basílica de São Pedro (século XVI), os "Museus Vaticanos" e sua "Capela Sistina" (século XVI) e o Castelo Sant´Angelo (século II d.C).

Em 1870, a Cidade Eterna transformou-se em capital da república italiana unificada. O "Vittorio Emanuele" é o monumento símbolo da Itália moderna, uma vez que data de 1911, tendo como objeto de homenagem justamente o primeiro rei da unidade italiana - Vittorio Emanuele II.

Monumento a Vittorio Emanuele. Roma, Itália.
Roma sempre teve vocação para ser criadora e criativa. Assim como Grécia e Egito, é  berço da cultura humana, deixando como legado a influência que sua língua, o latim, teve sobre muitas outras modernas (incluindo o português, o italiano, o francês, o romeno, dentre outras) , além do seu sistema jurídico único - a codificação civil atravessou gerações e até hoje inspira legislações em todo o mundo.

Enfim, trata-se de de um dos maiores legados culturais já deixados por um império na história da humanidade. E também um dos maiores períodos de dominação, já que Roma dominou o mundo por cinco séculos.

E para que a visita a Roma hoje seja mais rica, importante associar todos os seus monumentos aos detalhes históricos. Sem essa visão, a viagem torna-se pouco construtiva e vazia de conteúdo, afinal de contas, ruínas e monumentos só tem significado se conhecermos o legado histórico que está por trás de cada um deles.

domingo, 25 de março de 2012

BEN-HUR ("BEN-HUR", 1959)


A viagem cinematográfica de hoje vai ao encontro dos tempos romanos e a ascensão da mensagem de Jesus Cristo na Terra - o nascimento do Cristianismo.

26 d. C. O Império Romano, sob o comando de Tibério, já dominava o mundo, inclusive a Judéia. Em Jerusalém, vivia um rico homem chamado Judah Ben-Hur. Um amigo seu de infância, Messala, torna-se tribuno de Roma e, portanto, seu inimigo na idade adulta.  Judah Ben-Hur e Messala se desentendem, já que o primeiro defendia o fim da influência romana nas terras judaicas, enquanto o último estava ali na Judéia justamente para conservá-la. Ao mesmo tempo, surgia um Messias, o "Salvador da Humanidade", fazendo pregações por toda aquela região - Jesus Cristo. Essas são as premissas básicas de um dos filmes mais premiados da história do cinema - Ben-Hur, vencedor de 11 (onze) Oscars, incluindo filme, direção (William Wyler) e ator (Charlton Heston, em uma interpretação memorável).

O filme é uma das maiores exaltações do cristianismo da história do cinema, baseado em um livro que recebeu a alcunha de "a obra máxima" da doutrina cristã no século XIX - "Ben-Hur - A Tale of Christ", escrito por Lew Wallace.

A mensagem que, ao final, a película quer passar, é uma mensagem de esperança, mesmo em meio à dor da existência de Cristo na terra.

Mistura drama e aventura em altas doses. A trilha sonora é a mais perfeita possível para filmes épicos como este.

É uma superprodução, uma das maiores da história do cinema, com orçamento milionário para a época.

O roteiro adaptado, indicado ao Oscar, aborda vários temas, como escravidão (Ben-Hur foi submetido à crudelíssima pena denominada "galés"), lepra (depois de serem presas, juntamente com Ben-Hur, mãe e irmã contraem a doença e são vítimas de discriminação, fato comum em priscas eras), Cristianismo (as pregações de Cristo começam a incomodar os poderosos de Roma, a exemplo de Poncius Pilatos, que viria a ser o algoz do Messias tempos depois) e a corrida de bigas, uma criação romana.

Aliás, a cena da corrida de bigas, se não é a melhor da história do cinema, é uma das melhores. Uma fantástica reprodução do que acontecia nessas disputas, que tiveram o auge no "Circo Máximo" (Circo Massimo, em italiano) de Roma. É um assunto interessante para um próximo post, já que a literatura é reduzida sobre o tema.

A crueldade das galés foi retratada também de uma maneira intensa no filme. Galé era um navio movido a remos. Geralmente, os escravos eram os remadores, submetidos a uma jornada torturante, estando, inclusive, presos, impossibilitados de se locomover, a não ser, é claro, os braços. Um tambor marcava as remadas.

Várias velocidades eram imprimidas, o que gerava um cansaço torturante para os remadores. Curiosidade: essa pena já existiu no Brasil, durante as Ordenações Manuelinas. Hoje, tal pena, extremamente cruel, é, obviamente, proscrita no Brasil por mandamento constitucional.

A evocação da figura de Jesus Cristo permeia as aventuras e dramas de Ben-Hur. Evoca também o início de uma nova era, não dominada por um império, mas por esperança, fraternidade e, sobretudo, fé.

Talvez o que pese contra o filme seja justamente a sua duração excessiva. São mais de três horas e meia. A duração excessiva traz alguns problemas para a narrativa, que poderia ser resumida em muitos pontos, notadamente em relação ao drama vivido pelas familiares do personagem principal em relação à lepra.

Mas é um filme essencial da história do cinema, merecendo ser conferido. Está sempre presente na lista dos filmes para se ver antes de morrer, e, notadamente, em listas dos maiores filmes de todos os tempos.

Cotação: * * * * 1/2 (muito bom)



quarta-feira, 21 de março de 2012

FONTANA DE TREVI - ONDE NÃO HÁ "DOLCE VITA" EM ROMA

Fontana de Trevi.

A fonte mais famosa de Roma é também a mais tumultuada.

Fontana Di Trevi. Roma, Itália

 E é tumultuada justamente pela sua fama, adquirida após o lançamento do clássico filme  "La Dolce Vita", de Federico Fellini, estrelado por Marcello Mastroianni. A cena do "banho" de Anita Ekberg na fonte atravessou gerações em todo o mundo.

"La Dolce Vita", o filme de Federico Fellini.
E a fama chegou até ao Japão, já que os nipônicos aqui atingem o seu auge de coeficiente turístico, enchendo a frente da fonte e dificultando o acesso dos que chegam depois das nove da manhã.

A Fontana, criada por Nicole Salvi, é uma das maiores atrações de Roma fora do circuito da "Roma Antiga". Isso porque o famoso monumento foi construída em 1762, sendo um dos marcos mais recentes, assim podemos dizer, da Cidade Eterna.

O monumento em sí é uma pérola do estilo barroco, construído em mármore. Tem uma estátua de Netuno, Deus do Mar, no seu centro. Nessa estátua, observa-se ainda uma carruagem em forma de concha puxada por cavalos-marinhos. Dos lados, direito e esquerdo, aparecem as estátuas da abundância e da salubridade. Em cima, conta-se por desenhos a história dos aquedutos romanos.

O costume de quem vai em Roma é justamente jogar uma moedinha nessa fonte - acredita a cultura popular que quem joga uma moeda lá, por cima dos ombros, visita novamente a Cidade Eterna. Espero que isso seja verdade, afinal de contas a luta foi grande para a consumação do ato!

Enfim, é um passeio típico de Roma, valendo a visita. Mas chegue cedo, senão você perderá o dia tentando jogar a moedinha da sorte! "Dolce Vita" na Fontana di Trevi, com aquela multidão toda? Só no cinema mesmo!

segunda-feira, 19 de março de 2012

O COLISEU DE ROMA

O "Coliseu", ou "Anfiteatro Flaviano", é, talvez, o monumento mais conhecido de Roma no mundo. O nome "Flaviano" advém de Flávio Vespasiano, o imperador pai de Tito, que iniciou a construção da arena. Especula-se que o nome "Coliseu" adveio séculos depois, provavelmente inspirado na estátua que existia ali perto - o "Colosso de Nero".



O Coliseu de Roma em 2010.
Embora muitos considerem injusta a fama do anfiteatro da Cidade Eterna- acreditam na existência de outros Coliseus mais impactantes atualmente, como o de Pula, na Croácia, ou El-Jem, na Tunísia- penso em sentido contrário, entendendo que a visita ao monumento é obrigatória quando se está na Cidade Eterna, dada a sua relevância histórica. A visita não é decepcionante, definitivamente, muito pelo contrário.

Com uma estação de metrô bem próxima ("Colosseo"), a arena é facilmente atingível também a pé, já que o centro histórico romano é relativamente pequeno e a maioria dos hotéis fica próxima do monumento.

Recomenda-se chegar cedo para a visita, já que as filas de turistas, incluindo os já famigerados japoneses (não poderiam faltar, claro!), são imensas.

Outra dica valiosa, para quem vai ficar no mínimo três dias inteiros em Roma, é o "Roma Pass". Você pode entrar em duas atrações (notadamente museus, exceto o do Vaticano) e, na terceira, tem um desconto. Vale também para os transportes, durante três dias. Fica bem mais em conta e evita a desgastante fila do famoso anfiteatro. No caso do Coliseu, o ingresso dá ainda a chance de visitar o "Palatino" e o "Foro Romano", duas outras atrações formidáveis bem próximas do Coliseu. Mais informações: http://www.romapass.it/.

A esplenderosa arena romana tem rica história. Sua construção, conforme dito linhas atrás, teve início por ordem do imperador Flávio Vespasiano, ainda no ano de 70 d.C, sendo finalizado pelo seu filho, imperador Tito, em 80 d.C.

Externamente, o Coliseu abrigava vários estilos de colunas, a saber, dóricas, jônicas e coríntias - as "três ordens" clássicas arquitetônicas gregas. A título de curiosidade, em uma apertada síntese, cabe asseverar que a ordem dórica é a de feição mais simplificada, sem desenhos; já a ordem jônica sobressai-se por uma certa elegância, enquanto a mais ornamentada e complexa é, justamente, a Coríntia. Junto às belas colunas de inspiração grega, ainda havia na decoração dezenas de estátuas de bronze.

Tinha capacidade para mais de cinquenta mil espectadores, e estava sempre cheio. "Pão e circo" ("panis et circenses"). Era disso que o povo romano gostava. E nada melhor que um circo gigante, chamado "Coliseu". As apresentações eram gratuitas, sendo que os mais abastados, notadamente os senadores e imperadores, ficavam perto do arena; os populares, nas partes mais altas.


Visão interna do Coliseu de Roma.

Inaugurado naquele 80 d.C, o magnífico espaço abrigava as famosas lutas de gladiadores, lutas essas muitas vezes entre as várias categorias de gladiadores, mas outras tantas envolvendo gladiadores contra animais. Aliás, os animais, trazidos normalmente da África, como leões, rinocerontes e hipopótamos, eram motivo de curiosidade dentre os habitantes de Roma, já que poucas pessoas os conheciam naquela época.

Apesar do constante risco de morte, a profissão de gladiador tinha os seus benefícios, já que o lutador era treinado em escolas militares e tinha um padrão de vida superior a de outros escravos. Além disso, muitos tornavam-se heróis após suas vitórias épicas.

Quando estive visitando o Coliseu, em 2010, pude presenciar uma exposição completa acerca dos gladiadores.
Exposição "Gladiadores" ( "Gladiatores", em italiano"). Coliseu de Roma, 2010


Exposição "Gladiadores" no Coliseu em maio de 2010.
Nela, pude constatar (e anotar!) que os lutadores eram divididos em quatro categorias: os "Trácios", os "Murmillos", os "Retiários" e os "Secutores". Cada uma das categorias tinha uma vestimenta diferente. Desses, os Trácios eram os mais fracos e geralmente lutavam apenas contra os murmillos. A classe mais especial era a dos "secutores", os mais preparados para a luta. A sequência retratada, tendo os trácios como primeiros citados, é exatamente a ordem de força dentre os gladiadores.

Quando algum gladiador estava em flagrante desvantagem, pronto para receber o golpe final, o povo decidia, geralmente com o polegar levantado pra cima ou pra baixo, se o gladiador mereceria ou não morrer. Caso fosse escolhido o destino trágico da morte, aparecia um homem vestido de "caronte", o personagem da mitologia grega que levava as almas para o inferno, para levar o corpo.

A aparência atual do anfiteatro revela a constante pilhagem à qual foi submetido, sendo que muito dos materiais foram usados em construções do Vaticano, incluindo a Basílica de San Pietro.

Outra curiosidade é que, durante as sextas-feiras santas, o Papa lidera uma procissão que vai até o Coliseu.

Finalmente, é importante lembrar que o "Anfiteatro Flaviano" foi escolhido uma das sete maravilhas do mundo moderno, o que retrata a sua fama e distinção pelo mundo afora.

Um site interessante para o aprofundamento da história e fatos marcantes do Coliseu é o http://www.the-colosseum.net/.

domingo, 18 de março de 2012

Planeta Diário - Egito: os riscos de se viajar para o país das Pirâmides

O Egito sempre foi um país perigoso para os turistas, afinal, atentados a bomba contra turistas são comuns por lá há anos. Agora, com a "Primavera Árabe" e o estado de confusão que se instalou após a queda de Mubarak, as coisas estão piores.
Ontem, uma notícia veio corroborar essa visão. Segundo o noticiado, duas brasileiras foram feitas reféns de beduínos, os nômades do deserto, perto do Mosteiro de Santa Catarina, que fica na Península do Sinai.
Felizmente, tudo acabou bem.
Mas o assunto merece mais comentários.
Difícil a democracia nesses países, incluindo, além do Egito, Síria, Líbia, Tunísia e outros. São países que vivem sob dois tipos de regime em geral: ou uma ditadura de um único líder (a exemplo de Mubarak, no Egito e Kadhafi, na Líbia) ou sob um regime ditatorial com base na religião.
O momento é de indefinição, já que não há perspectivas, a curto prazo, de uma resolução no impasse gerado pelo governo da Junta Militar.
O "Escalada Planetária" continuará acompanhando o desenrolar dos acontecimentos, já que o Egito é um dos países mais importantes do mundo em matéria turística, com a presença das formidáveis Pirâmides, além dos famosos templos de Luxor.

sábado, 17 de março de 2012

127 HORAS ("127 Hours", 2010)

Para quem gosta de viagens estilo "aventura", aí vai a dica de um filmaço baseado em história real: "127 Horas" ("127 Hours", 2010), dirigido por Danny Boyle e estrelado por James Franco. 

James Franco, aliás, empresta uma densidade fabulosa ao personagem. Assim, teve como recompensa uma indicação ao Oscar de melhor ator no ano do lançamento da película.

O filme conta um fato verídico ocorrido na vida de Aron Ralston, um aventureiro em busca de trilhas em cânios em Utah, Estados Unidos. Mais precisamente no "Blue John Canyon", um lugar extremamente belo, mas também inóspito. Choca a imagem de um aventureiro sozinho em meio àquela imensidão.

Em um de seus devaneios, ele entra em uma fenda, escorrega e vê uma pedra atingir o seu braço direito, deixando-o imóvel pelas tais 127 horas. O que se sucede é uma jornada de suspense bastante eficiente, com várias imagens da vida do personagem principal em "flashbacks", em meio às difíceis tentativas de sair do local.

É uma história de garra e superação, enfim, um filme que merece ser visto.

Uma dica preciosa para os viajantes que adoram viagens cinematográficas!

Cotação: * * * *

MARIA ANTONIETA ("Marie Antoinette", 2006)

Olá!
O filme a ser comentado hoje refere-se período pré-Revolução Francesa, mais especificamente ao tempo em que a rainha franco-austríaca Maria Antonieta viveu na corte francesa  (leia-se "Palácio de Versailles" e "Petit Trianon") - mais ou menos de 1770 até 1789.

Eis o filme "Maria Antonieta" ("Marie Antoinette"), escrito e dirigido por Sofia Coppola, filha do diretor da Trilogia "O Poderoso Chefão", Francis Ford Coppola.

Maria Antonieta foi coroada rainha da França após a morte do Rei Luís XV. Antes, já havia se casado com o que seria o futuro rei Luís XVI, casamento que foi fruto de um acordo das dinastias Habsburgo (da Áustria, já comentada em posts anteriores) e Bourbon (da França).

O filme peca pela pouca densidade dos personagens e dos fatos marcantes da vida da rainha Antonieta. 

Também foca demais nas questões de etiqueta, sendo carregado de passagens cansativas, a ponto da própria personagem principal reclamar das situações ridículas - dezenas de pessoas apenas para acordar a futura rainha foi um exemplo desse tipo de "embroglio".

O filme apresenta-nos um Rei Luís XVI bem tímido, com dificuldades inclusive para se relacionar amorosamente e sexualmente com a bela rainha vivida pela bela Kirsten Dunst (a mesma que foi namorada do Homem-Aranha nos três sucessos da série dos quadrinhos). Aliás, a atuação de Kirsten não refletiu a importância da personagem.

Historicamente falando, a película omite situações importantes - como a explicitação dos contornos da Revolução Francesa e a morte da rainha, por guilhotina, em 1793 - e é bastante simplista em outras tantas - a exemplo do porquê do ódio do povo com relação à rainha, que deveria ter sido melhor explorado. Vale destacar que a trama não deixou de fora algumas situações conhecidas, inclusive no imaginário popular, como a famosa frase "se o povo não tem pão, dê-lhe brioches". 

O mérito do filme reside justamente na beleza de sua fotografia - foi filmado em grande parte no mais lindo palácio do mundo, o de "Versailles" e no "Petit Trianon", uma espécie de casa de campo dada de presente pelo rei à rainha. Assim, a tal beleza fotográfica acaba, por muitas vezes, encobrindo os muitos deslizes de roteiro e a falta de aprofundamento da trama, transformando a sessão em uma diversão daquelas para se ver à tarde.

Tive a impressão também que o filme é "pop" demais, muito descontraído às vezes, com algumas músicas modernas, o que derruba o seu ar histórico e o torna menos "sério".

Enfim, não é um filme memorável, está longe de ser, mas tem certa fidelidade com a história e uma beleza cênica que realmente merecem, no mínimo, atenção.

Cotação: * *

sexta-feira, 16 de março de 2012

Viajando pelas curiosidades - "Cimitero Monumentale Dei Patri Cappucini"

"Nós eramos o que você é. Nós somos o que você será".

As viagens pelas curiosidades continuam pelo lugar mais arrepiante que já conheci nas andanças pelo mundo: o "Cemitério Monumental dos Irmãos Capuchinhos" (ou Cripta dos Capuchinos), localizado na Igreja Santa Maria della Concezione, na Via Veneto romana.

Fora do eixo turístico, já que os viajantes preferem monumentos mais conhecidos, como o Coliseu, o Fórum Romano, dentre outros, o "Cemitério" é uma dica interessante que não costuma estar destacada nos guias ou dicas de viagens em sites especializados.

Eu mesmo descobri o local por acaso, quando estive na capital eterna em 2010. Aliás, fui visitar a Igreja existente no local, quando deparei-me com a possibilidade de se fazer essa visita.

O lugar é simplesmente aterrorizante. Não é possível fotografar lá dentro, mas mesmo que fosse, não seria recomendável. Mas não deixei de comprar o cartão postal do local.

Ali, retrata-se com requintes de crueldade a realidade da morte. Nessa cripta, os frades capuchinhos da igreja ornamentaram as capelas existentes no subterrâneo com ossos e crânios dos seus colegas mortos. Lá estão milhares de esqueletos (estima-se em mais de 4.000) e ossos que formam, muitas vezes, imagens cristãs, a exemplo de crucifixos.

O ambiente é bastante escuro, logo remetendo a cenas de terror.

Ao final do "passeio", eis que surge a frase que colocamos no início do post, triunfante: "nós éramos o que você é. Nós somos o que você será".

Enfim, para quem não tem restrições ao macabro, e gosta de apimentar a vida com um pouco de terror,  é  curioso conhecer o local.

P.S: Tenho uma imagem de uma das salas do cemitério para quem se interessar conhecer ou ter uma idéia. Se for do interesse de muitos, posso publicar.  


quinta-feira, 15 de março de 2012

EMPIRE STATE BUILDING - O EDIFÍCIO MAIS FAMOSO DO MUNDO

Finalmente resolvi escrever algumas palavras sobre o monumento que me motivou a iniciar viagens internacionais, ainda no ano de 1999.

Eis o "Empire State Bulding" (ESB), o edifício do "Estado Império".

Importante deixar registrado que, nos EUA, os estados tem apelidos, e o apelido de Nova Iorque (o Estado) é "Empire State", assim como o de Nova Jérsei é "Garden State" (o "Estado Jardim"), e assim por diante. Daí a inspiração para o nome do magnifício edifício. 

A áurea mítica desse fabuloso exemplo de Art Déco (caracterizada pela simplicidade de estilo em comparação com a "art noveau", mais rebuscada) impulsionou-me a viajar para Nova Iorque. Desde muito jovem, ouvia histórias acerca desse edifício, como, por exemplo, o exagerado número de mortes de operários quando de sua construção (1931), a fama de ter sido o mais alto  do mundo até 1972, quando o título lhe foi tomado pela Torre Norte do World Trade Center (que hoje não existe mais, derrubado por atentado terrorista), a rapidez de sua construção (menos de cinco meses), dentre outras.

A construção do Empire State Bulding, de julho a novembro. CC BY-SA 3.0 Foto: Daniel Ahmad, wikimediacommons.org

O gigante nova-iorquino conta com 381 metros de altura (443 m com a torre) e 102 andares. Existem dois observatórios, nos andares de número 86 e 102. No entanto, só o do 86º andar é utilizado.

Construído no auge da recessão americana, derivada da "Crise de 1929", por muitos anos o prédio foi chamado de "Empty State Building" (vazio), em vez de "Empire", tendo em vista sua pouca ocupação. 

Mister destacar que o fabuloso monumento faz parte do imaginário popular, com presença constante no cinema, em filmes como King Kong (1933), película em que o gorilão, acuado, se pendura no último andar e briga contra aviões e Independence Day (2000), no qual o "ESB" é destruído por alienígenas.

Também impende frisar que todas as noites há um colorido especial no alto do Empire State que vale a pena ver. Algumas iluminações são homenagens, como, por exemplo, a verde, celebrando o St. Patrick´s Day (dias  16-18 de março).

Curiosidade: lá se realiza, todos os anos desde 1978, uma inusitada disputa, a "ESB Run Up", uma corrida subindo toda a escadaria do Empire State . Haja fôlego!

Vale a pena comprar antecipadamente o ingresso pela internet (http://www.esbnyc.com/), já que o edifício é um dos monumentos mais visitados de Nova Iorque. Faça chuva ou faça sol, todos os dias do ano, o observatório está aberto, a um preço de 22 dólares por cada adulto (fonte: site oficial).

Alguns itens são proibidos no ESB: artigos de vidro, esportivos (skates, patins, por exemplo), câmeras profissionais e tripés, bipés e monopés, entre outros. Conferir em: http://www.esbnyc.com/pt/faq.

O Empire State Building está aberto todos os 365 (ou 366) dias do ano, das oito da manhã às duas horas da madrugada (o último elevador sobe às uma e quinze da madrugada). 

quarta-feira, 14 de março de 2012

PALÁCIO DE VERSAILLES, O MAGNIFÍCO CENTRO DA REALEZA FRANCESA!

Deslumbrante. Fascinante. Imponente. O Château de Versailles, ou, em bom vernáculo, o Palácio de Versailles, perto de Paris, é, sem dúvida, um dos monumentos mais lindos e impactantes do mundo. As imagens falam mais que mil palavras.


Vista dos Jardins de Versailles.
O Palácio foi construído pelo famoso “Rei Sol” Luís XIV ainda no século XVII para ser o mais opulento e magnífico do mundo.  Objetivava também com a construção um incremento de poder, na medida em que  poderia controlar, como de fato fez, seus subordinados e a nobreza francesa, que viviam dentro do palácio, submetidos a uma exagerada etiqueta.

A etiqueta, aliás, era curiosa. Era terminantemente proibido para homens e mulheres cruzarem as pernas. Para falar com o rei, não era possível bater na porta – o certo era arranhar suavemente, até que fosse permitida a entrada.

Versailles representou (e ainda representa, historicamente falando), de fato, todo o poder da monarquia francesa, com seus belos jardins, esculturas e grandiosidade.

Sem dúvida, o ponto alto da visita ao Palácio reside nos seus impressionantes jardins e na famosa Galeria dos Espelhos” (em francês, “Galerie des Glaces”), sala simplesmente espetacular.

"Galeria dos Espelhos". Chateâu de Versailles, França.
Além da “Galeria”, destacam-se vários espaços, nos quais os 700 quartos existentes se transformaram: Grand Appartement du roi”, Grand Appartement de la reine”, lê petit appartment du roi”, dentre outros.

Anexo ao complexo de Versailles,  destaca-se ainda o “Petit Trianon”, onde viveu a famosa Maria Antonienta, última rainha, que foi decapitada durante a Revolução Francesa.

Versalles teve importância como centro do poder até 1789, ano da Revolução Francesa.

Hoje, é um dos monumentos e museus mais visitados da França e, por que não, do mundo.

Uma dica: reserve uma manhã e boa parte da tarde para a visita, que tende a ser demorada devido às dimensões do palácio. A cidade que dá nome ao Palácio é também bonita.

terça-feira, 13 de março de 2012

ARCO DO TRIUNFO, O SÍMBOLO DO ORGULHO NACIONAL FRANCÊS!

O Arco do Triunfo” é, indiscutivelmente, um dos monumentos mais reconhecidos mundialmente de Paris. Conforme já dissemos antes, forma, junto com a Catedral de Notre Dame, a Torre Eiffel e o Museu do Louvre o “quarteto fantástico” da Cidade Luz.

O Arco, imponente na Praça Charles De Gaulle.
Construído pelo famoso imperador Napoleão Bonaparte (Napoleão I), o Arco foi desenhado em estilo neoclássico e inspirado nos arcos do império romano , notadamente os deTito e Constantino.


"A Marselhesa", de François Rude.

Localizado no final da Avenida Champs-Elysées, mais precisamente na Praça Charles De Gaulle, é símbolo do orgulho nacional francês. Nele estão representadas vitórias militares do grande imperador retromencionado, merecendo destaque os alto-relevos Triunfo de 1810”, “Resistência”, “Paz” e o mais famoso de todos, A Marselhesa(ou “Partida dos Voluntários de 1792”), obra aclamada do escultor francês François Rude. A “Marselhesa” é, realmente, uma peça fantástica.

Uma curiosidade sobre o Arco: com seus 50 metros de altura, é o segundo arco mais alto do mundo, perdendo apenas para um concebido pelo regime comunista norte-coreano nos anos 80.

Dentro do Arco existe ainda a Túmulo do Soldado Desconhecido”, que exala um fogo eterno, sendo certo que ali repousam as cinzas de um soldado morto na Primeira Guerra Mundial. Mas o túmulo é, na verdade, uma homenagem a todos os soldados sem identificação mortos em guerras mundiais.

É do Arco do Triunfo que se iniciam todas as paradas militares anuais do “Dia da Bastilha” – 14 de julho.

Assim como em Notre Dame e Torre Eiffel, é possível subir ao topo do Arco para admirar a romântica atmosfera parisiense.

segunda-feira, 12 de março de 2012

A CATEDRAL DE NOTRE-DAME - 850 ANOS DE UM MARCO PARISIENSE

Situada na “Ilé de la Cite” em Paris (uma ilha rodeada pelas águas do Rio Sena), a Catedral de Notre-Dame, cuja construção foi iniciada no século XII (há exatos 850 anos), mais precisamente em 1163, é um dos mais conhecidos cartões-postais da capital francesa e um soberbo exemplo de arquitetura gótica. Para se ter uma ideia das dimensões e do apuro estético da catederal, vale ressaltar que sua construção demorou mais de 180 anos, entre os anos de 1163 e 1345. Foi restaurada duas vezes, em 1801 e 1844. 

O reconhecimento da grandiosidade da Catedral em nível mundial, no entanto, é derivado, notadamente, do clássico de Victor Hugo (1802-1885) “O Corcunda de Notre- Dame” (1831). Poucos sabem, mas a verdade é que Victor Hugo escreveu o romance do Corcunda para gerar reconhecimento ao templo e evitar a sua demolição.  A campanha de Hugo foi um sucesso, tendo a famosa catedral gótica sido restaurada ainda no ano de 1844.

A fabulosa igreja católica romana gótica, famosa por seus gárgulas no topo e por sua exuberante fachada principal (a “ocidental”), foi e continua sendo palco de grandes acontecimentos. Só para citar o mais famoso: a coroação de Napoleão Bonaparte como Imperador, no ano de 1804. Também ali ocorreu o processo de reabilitação (1456, por Calixto III) e beatificação (1909, por São Pio X) de Joana D´Arc (1412-1431), heroína francesa  da Guerra dos Cem Anos (1337-1453), queimada viva. Também foi palco de protestos durante a Revolução Francesa (1789) e testemunhou a celebração de muitos funerais de Chefes de Estado. Curiosamente, até Adolph Hitler tinha respeito pela catedral:, sendo interessante lembrar que, quando da invasão da França, Hitler exclamou ao seu exército: "Destruam tudo, mas poupem Paris e Notre-Dame". 

A dificuldade na visitação faz jus à sua fama mundial. Para entrar na imensa catedral gótica enfrenta-se uma fila gigantesca. O barulho dentro do templo por vezes incomoda, sendo que muitos missionários insistentemente pedem silêncio aos visitantes que, seguramente, estão mais interessados em conhecer o interior que propriamente orar e agradecer a Deus pela vida. São 13 milhões de turistas por ano (duas vezes o que recebe o Brasil inteiro), mais de 30 mil por dia. Uma multidão.

Existe ainda a possibilidade de se subir ao topo da igreja, para se ter uma impressionante vista da Cidade Luz e de seu rio Sena. O site oficial da igreja recomenda que a pessoa esteja em boa forma, já que não há elevador e são 387 degraus até o topo.

Notre-Dame é monumento mundial reconhecido pela UNESCO.

O site oficial da Catedral é : www.cathedraledeparis.com.

P.S: Em 15/04/2019, a Catedral de Notre-Dame foi consumida pelo fogo, sendo que uma das torres da igreja desabou. As duas torres principais e a frente permaneceram intactas, assim como as obras de inestimável valor do interior da igreja. 

domingo, 11 de março de 2012

A TORRE EIFFEL - ÍCONE DE PARIS

Continuando a descrição pormenorizada de Paris, a "Cidade Luz", vamos falar um pouco da Torre Eiffel, um dos quatro monumentos mais conhecidos da cidade - os outros são o Museu do Louvre, o Arco do Triunfo e a Catedral de Notre Dame.

Todo o esplendor da Torre Eiffel vista do Champ de Mars
O monumento, talvez o marco mais famoso de Paris no mundo, foi construído com a intenção de ser uma estrutura temporária, em homenagem ao centenário da Revolução Francesa, ocorrida no ano de 1889. O projeto de Gustave Eiffel foi o vencedor dentre muitos concorrentes.

Com 324 metros de altura (já foi a estrutura mais alta do mundo, só superada em 1930 pela construção do Chrysler Building em Nova Iorque), a Torre, localizada próxima ao Champ De Mars, tem três níveis para observação da mítica cidade européia. O primeiro nível está a 54 metros do chão; o segundo, a 115 metros; e o último, a 324 metros. Para o último nível, necessário se faz o uso do elevador.  Se o turista escolher visitar por escada a Torre, saiba que são 704 degraus para o percurso completo, até o segundo nível.

Pessoalmente, achei o segundo nível mais interessante para observação. É aquela história - quanto mais alta a estrutura, menos detalhes da cidade são perceptíveis. O segundo nível é o melhor ponto da Torre, sem dúvida.

Na torre, é possível encontrar lojas que vendem souvenirs, além de restaurantes e bares.

Imprescindível chegar cedo, tendo em vista a enorme fila que se forma.

A torre é aberta sete dias por semana, a partir das 9:30 da manhã. De junho a agosto, a partir das 9 horas. Os elevadores também tem horários: 23 horas para o primeiro e o segundo nível; 22 horas e 30 minutos para o terceiro nível. De junho a agosto, talvez pelo maior fluxo de turistas, alarga-se o horário. Para maiores informações, consultar www.eiffel-tower.com/pt.

quinta-feira, 8 de março de 2012

HAGIA SOPHIA, MONUMENTO MÁXIMO DA ERA BIZANTINA


Hagia Sophia, ou Santa Sofiaé, indiscutivelmente, um dos monumentos mais emblemáticos do mundo.

Construída pela primeira vez pelo Imperador Constantino, ainda no século IV depois de Cristo, foi consumida duas vezes pelo fogo, sendo reconstruída pela terceira e última vez pelo famoso imperador Justiniano.

A Hagia Sophia é símbolo tanto do Império Bizantino (ou Romano do Oriente, que durou até 1453) quanto do Império Otomano (que perdurou do século XIII até 1923, data da independência turca). Os dois impérios tinha em comum a capital, Constantinopla.

Antes construída para ser uma igreja, transformou-se, em 1453, numa mesquita até que, nos dias de hoje, foi transformada em um museu.

Santa Sofia é , sem dúvida, o auge, o momento máximo da arquitetura bizantina. A sua enorme cúpula  foi construída com o único objetivo de ser a estrutura mais alta do mundo. Já foi um dia - século VI depois de Cristo.

Destacam-se ainda os maravilhosos mosaicos, representativos da vida da Virgem Maria, Jesus Cristo, imperadores, imperatrizes e santos.

É, fora de dúvida, um dos passeios obrigatórios para quem vai a Istambul, a histórica cidade que já foi Constantinopla e Bizâncio.

Viajando pelas curiosidades - Ilha da Queimada Grande

Vamos iniciar uma nova série bastante interessante sobre as curiosidades de inúmeros lugares exóticos existentes nesse mundão em que vivemos.

Comecemos pelo Brasil.

O Brasil, com tantos lugares conhecidos e badalados, tem, segundo o jornal inglês The Telegraph (edição de março de 2012), talvez a ilha mais perigosa do mundo: Queimada Grande, conhecida também como "Ilha das Cobras".

A ilha está localizada pertinho do litoral paulista - são 35 kms. Nela vivem cinco serpentes-ilhoas (ou jararaca-ilhoa) por metro quadrado. Para quem não sabe, trata-se de uma das serpentes mais venenosas do mundo.

Assim, fica impossível a visitação da ilha, sendo permitida apenas a entrada, com toda a cautela possível, é claro, de cientistas, notadamente do Instituto Butantã. Ainda bem que a ilha não possui praias, evitando-se assim a curiosidade de incautos em uma terra dominada por perigosas peçonhentas.

terça-feira, 6 de março de 2012

BRATISLAVA E SEU BELO CENTRO HISTÓRICO

Bratislava, na Eslováquia,  tem um centro histórico encantador. É necessário pelo menos duas noites para absorver toda a atmosfera do local, uma mistura de magia com beleza cênica.



Eslováquia no Google Maps


Bratislava é a capital e a cidade mais importante da Eslováquia. Explicitando mais, a Eslováquia era a metade mais fraca economicamente da "Tchecoslováquia" comunista. A outra metade, pelo menos na autoconfiança mais rica, é hoje a República Checa, cuja capital é Praga. Hoje, curiosamente, a Eslováquia já foi admitida na zona do Euro, enquanto a República Checa ainda não (adota-se ainda a coroa checa).

Bratislava, além de ser a capital da república eslovaca, é a cidade mais populosa do país, com quase quinhentos mil habitantes. Próxima à República Húngara, Bratislava já foi capital também dos magiares. Aliás, a história eslovaca é rica em problemas territoriais, sendo a atual conformação estabelecida recentemente. Ainda há um grande número de magiares em território eslovaco.

Dentre os principais monumentos, destacam-se o "Castelo de Bratislava", o "Teatro Nacional Eslovaco", a "Orquestra Filarmônica Eslovaca", além da Catedral de St. Martin.

O centro histórico, onde todos os monumentos supracitados estão localizados, é também de um bom-humor contagiante- nele temos diversas estátuas engraçadas e diferentes, como a de um soldado saindo do bueiro e de um garçom dando boas-vindas com uma cartola.

Uma das interessantes esculturas de Bratislava, no chão.
É interessante também observar o movimento das pessoas nos barezinhos estilos parisienses que são encontrados no centro.

O belo centro histórico de Bratislava.

A capital eslovaca pode ser incluída em um "tour" pelo Leste Europeu, e certamente merece uma visita apropriada, de duas noites (conforme acima recomendado), para curtir um clima contagiante bem diferente do usual.

segunda-feira, 5 de março de 2012

A PRAIA (The Beach, 2000)

Difícil falar de um filme que foi tão exacrado pela crítica, a começar pela atuação de seu ator principal, Leonardo Di Caprio. O deficiente roteiro e as cenas por vezes inverossímeis contribuem para a avaliação negativa dos críticos.

Mas não poderia deixar de fazer menção a esse filme em um blog voltado para viajantes, já que a película nos apresenta um dos lugares mais idílicos do mundo, responsável pela exuberante fotografia: a praia intocada e envolta por paredões rochosos denominada "Phuket", localizada na Tailândia.

Outra praia utilizada nas filmagens foi a "Ko Phi Phi Leh", no mesmo país. Curiosamente, a região das duas praias foi assolada pelos poderosos tsunamis de 2004, que vitimaram centenas de milhares de pessoas no Sudeste Asiático.

No filme propriamente dito, o astro Di Caprio, em uma atuação confusa e pouco convincente, é Richard, turista profissional e aventureiro. A partir de um mapa entregue por um vizinho de quarto de hotel barato em Bangkok, ele se interessa pela busca de uma praia paradisíaca, que poucos podem alcançar. Chama para a empreitada dois amigos, um deles, Françoise, uma linda garota pela qual é apaixonado.

Sem meio de transporte, chegam por nado até ao tal paraíso e, depois de alguns perigos, proporcionados por fazendeiros que dominam grande porção da ilha (a  outra é dominada pelos habitantes da praia), descobrem “a praia” e a comunidade estilo “hyppie” que lá se encontra – uma sociedade utópica, enfim, que vive se alimentando de peixes. E aí se iniciam os conflitos que envolvem mortes, traições e ameaças dos fazendeiros, que não queriam a presença de novos moradores na "praia".
File:Kho Pippi-Maya Beach.jpg
Ko Phi Phi Leh, em Pukhet, Tailândia. Cenário das filmagens de "The Beach".

A crítica  em relação ao filme é justamente a falta de pegada da película. Por exemplo, cria-se uma situação de suspense, isolada, e depois de muito tempo surge outra. Nesse intervalo, por vezes situações às vezes sem nexo despontam. Também as supostas traições deixam a desejar, não havendo densidade psicológica. A outra crítica reside justamente na perda de uma oportunidade imensa de se fazer um grande filme, já que a idéia – a possibilidade de se buscar uma utopia, um lugar perfeito – “a praia” – não foi bem tratada pelos roteiristas.

Entretanto, mesmo com todos os problemas acima relatados, o filme, embora seja um desperdício de boas idéias, agrada no estilo “Sessão da Tarde”, apenas com uma ou outra cena mais "picante". E para quem gosta de viajar – mesmo que seja no sentir, no pensamento mesmo, é inspirador conhecer tão linda paisagem, talvez uma das paisagens naturais mais lindas do mundo.

Cinema tem que ser isso – uma viagem em uma sessão, e nesse ponto reside um dos méritos do filme.

Cotação: **1/2

sábado, 3 de março de 2012

FERNANDO DE NORONHA - O CARIBE É AQUI

Brasil. Meu Brasil brasileiro. Também faz parte da "Escalada Planetária", por que não?

E para representar o gigante sul-americano, ainda adormecido turisticamente falando, nada melhor que um de seus maiores paraísos: Fernando de Noronha.

Fernando de Noronha é, sem dúvida, um dos lugares mais bonitos do Brasil. Suas praias são sempre eleitas como as mais espetaculares do nosso país. Estar na ilha é como estar no céu! Ar puro, lindas paisagens, vida simples.

E para conhecer a rica fauna marinha de Noronha não precisa muito esforço, bastando usar óculos e um snorkel para curtir cada um dos peixes multicoloridos presentes em suas águas.

Noronha, a ilha descoberta por Américo Vespúcio em 1503,  era território federal antes da Constituição de 1988. Hoje, faz parte do estado de Pernambuco.

Antes, serviu de prisão e era pouco visitada. Foi presídio comum ainda no século XVIII e presídio político na era Vargas (1937-1942). Militares viviam por ali até o aflorar da Constituição de 1988.

Hoje, recebe regularmente alguns vôos, em que pese a limitação existente para a população da ilha - para a preservação do local, os turistas que lá dormem são contados!

As praias mais lindas são "Baía do Sancho", "Baía dos Porcos""Leão" . Particularmente, ainda gosto muito das praias "Cacimba do Padre", "Conceição", "Boldró" e do "Meio". Em todas elas, é possível mergulhar no espelho d´água com snorkel para curtir arraias e diversas espécies de peixes. É impossível mergulhar na "Baía dos Porcos" sem ver um sem-número de arraias ou mesmo esbarrar em uma delas. A "Baía dos Porcos", aliás, é quase um santuário ecológico, com uma pequena extensão de areia e próximo aos famosos cartões-postais denominados "Morro dos Dois Irmãos". 

Cacimba do Padre, praia próxima ao Morro Dois Irmãos

Vista do Morro Dois Irmãos
Por seu turno, a "Baía do Sancho" é atingível via passeios de barco ou então após uma escadaria de mais de 200 degraus, sendo os primeiros em meio a paredões rochosos. Mas o esforço é recompensador - a praia é constantemente eleita a mais bela do Brasil, não sem razão.

A Praia do Atalaia também é uma piscina natural formidável, atingível via trilha (que fiz, mas considerei muito cansativa) ou por carro, aguardando uma longa fila. Essa trilha foi o momento "mico" da viagem: não conseguia manter o equilíbrio em meio a "pedras roliças" que existiam no caminho - escorregavam como sabão... Não é para qualquer um - é desaconselhável para pessoas idosas ou com alguma limitação física. Mas é importante frisar: a trilha é um excelente meio para se evitar as filas de carro para a brevíssima visitação da praia. E interessante para os que gostam de fortes emoções...


Trilha do Atalaia - as pedras roliças!


Visão proporcionada pelo  passeio da Trilha do Atalaia

Além da cansativa "Trilha Atalaia", a ilha oferece outros trilhas, a saber, a "Leão", a "Golfinho("Mirante dos Golfinhos") e a "Histórica" (ou "Caminhada Histórica").

A "Caminhada Histórica" é, aliás, um passeio muito interessante. Inclui-se no passeio locais bastante recomendáveis para visitação, todos na Vila dos Remédios, a exemplo do Forte de Nossa Senhora dos Remédios, do Palácio São Miguel, da Igreja Nossa Senhora dos Remédios e do casario antigo.

O "Mirante dos Golfinhos" é outro passeio bastante apreciado pelos turistas em Noronha. Do alto de um paredão de 60 metros, o turista deve contar com a sorte de ver, lá embaixo, golfinhos roteadores, típicos da região, fazendo seu belo espetáculo matinal. Mas, repita-se, não se deve criar expectativas de sucesso na empreitada de ver os famosos bichinhos simpáticos.

No quesito mergulhos, existe o "planasub" (mergulho mais raso, por uma prancha presa ao barco) e o "batismo", um mergulho profundo para iniciantes.

O city tour da ilha, para quem gosta deste tipo de passeio, é o chamado "Ilhatur". Dura o dia todo, perpassando várias praias, incluindo Baía dos Porcos e Baía de Sancho. Inclui ainda almoço. É interessante para quem fica pouco tempo na ilha (os turistas que chegam de navio adoram!), já que quem fica mais de três dias (inteiros, diga-se) pode conhecer tranquilamente todos os pontos interessantes de Noronha com calma, sem precisar utilizar-se dos serviços disponibilizados pelas agências que fazem o  "ilhatur". Aliás, há duas opções bacanas para o turista "com tempo de sobra em Noronha": alugar um bugue ou mesmo andar de táxi, que tem preços tabelados a partir da Vila dos Remédios para todas as praias. Para a escolha, vale a pena fazer as contas: o preço da gasolina, no único posto da ilha, é altissimo, dada a importação realizada a partir do continente.

O setor hoteleiro da ilha conta com pousadas de luxo, a exemplo da "Zé Maria" e "Maravilha", mas a maioria são domiciliares (familiares, chefiadas por moradores da própria ilha). A nota engraçada é que as hospedagens são avaliadas em golfinhos - as mais requintadas levam três golfinhos; as piores, um apenas.

Imperdíveis são as palestras sobre os diversos temas da natureza no Ibama. Conceituados cientistas explicam tudo sobre a ilha, tubarões, dentre outros temas bastante interessantes.

A capital da ilha é a "Vila dos Remédios", com alguns prédios e pontos históricos bastante interessantes, já citados anteriormente, quando do comentário referente à "Caminhada Histórica".

Além da Vila, existem ainda os "bairros" Floresta Velha, Floresta Nova e Vila do Trinta, todas próximas à Vila dos Remédios.

Balada em Noronha tem nome: "Bar do Cachorro", o forró ao ar livre acima da Praia do Cachorro. Entrada gratuita, só paga o que bebe. Todo mundo que está na ilha dá uma passadinha lá. Tem outra baladinha em frente ao Bar do Cachorro, perto da igreja principal da Vila dos Remédios, que enche nos finais de semana. Outro bar bastante famoso fica na praia da Conceição: o "Duda Rei", com sua banheirinha característica - ali observa-se uma "vibe" meio riponga.

Vale destacar: não espere uma Noronha com a mesma vibração de alguns destinos nordestinos, como Trancoso, Jeri e a Rua Mucugê em Arraial d´Ajuda, todas com vilas charmosas e agitadas pela moçada. Em Noronha, o forte não é a vida noturna, mas sim a exploração das belezas marinhas.

Imprescindível experimentar o "tubalhau", o bolinho de Tubarão. É um tira-gosto bem interessante e exótico. O local para experimentar a delícia fica perto do Porto de Santo Antônio e do "Buraco da Raquel", que nada mais é do que uma pedra furada...

A ilha conta com ótima gastronomia. Tem o festival do Zé Maria, na pousada do mesmo nome, que atrai muitos turistas às quartas e sábados.Tem que fazer reserva bem antecipada e o preço ultrapassa as centenas de reais.

Fernando de Noronha guarda outra curiosidade: a menor BR do Brasil. A BR-363, que começa perto do Porto de Santo Antônio e termina na Baía do Sueste, tem apenas 7.9 km.

Para chegar até a ilha, temos voos partindo do Recife e Natal. Navios também param na ilha por um dia, o que está trazendo muita discussão, no que tange à preservação da natureza insular.

O grande problema de Noronha é a hospedagem: ou o turista paga caríssimo (pousadas top) ou se hospeda com pouco conforto (pousadas domiciliares). 

Esse é um panorama da ilha mais encantadora do Brasil: Fernando de Noronha. Vale a pena visitar!