segunda-feira, 19 de março de 2012

O COLISEU DE ROMA

O "Coliseu", ou "Anfiteatro Flaviano", é, talvez, o monumento mais conhecido de Roma no mundo. O nome "Flaviano" advém de Flávio Vespasiano, o imperador pai de Tito, que iniciou a construção da arena. Especula-se que o nome "Coliseu" adveio séculos depois, provavelmente inspirado na estátua que existia ali perto - o "Colosso de Nero".



O Coliseu de Roma em 2010.
Embora muitos considerem injusta a fama do anfiteatro da Cidade Eterna- acreditam na existência de outros Coliseus mais impactantes atualmente, como o de Pula, na Croácia, ou El-Jem, na Tunísia- penso em sentido contrário, entendendo que a visita ao monumento é obrigatória quando se está na Cidade Eterna, dada a sua relevância histórica. A visita não é decepcionante, definitivamente, muito pelo contrário.

Com uma estação de metrô bem próxima ("Colosseo"), a arena é facilmente atingível também a pé, já que o centro histórico romano é relativamente pequeno e a maioria dos hotéis fica próxima do monumento.

Recomenda-se chegar cedo para a visita, já que as filas de turistas, incluindo os já famigerados japoneses (não poderiam faltar, claro!), são imensas.

Outra dica valiosa, para quem vai ficar no mínimo três dias inteiros em Roma, é o "Roma Pass". Você pode entrar em duas atrações (notadamente museus, exceto o do Vaticano) e, na terceira, tem um desconto. Vale também para os transportes, durante três dias. Fica bem mais em conta e evita a desgastante fila do famoso anfiteatro. No caso do Coliseu, o ingresso dá ainda a chance de visitar o "Palatino" e o "Foro Romano", duas outras atrações formidáveis bem próximas do Coliseu. Mais informações: http://www.romapass.it/.

A esplenderosa arena romana tem rica história. Sua construção, conforme dito linhas atrás, teve início por ordem do imperador Flávio Vespasiano, ainda no ano de 70 d.C, sendo finalizado pelo seu filho, imperador Tito, em 80 d.C.

Externamente, o Coliseu abrigava vários estilos de colunas, a saber, dóricas, jônicas e coríntias - as "três ordens" clássicas arquitetônicas gregas. A título de curiosidade, em uma apertada síntese, cabe asseverar que a ordem dórica é a de feição mais simplificada, sem desenhos; já a ordem jônica sobressai-se por uma certa elegância, enquanto a mais ornamentada e complexa é, justamente, a Coríntia. Junto às belas colunas de inspiração grega, ainda havia na decoração dezenas de estátuas de bronze.

Tinha capacidade para mais de cinquenta mil espectadores, e estava sempre cheio. "Pão e circo" ("panis et circenses"). Era disso que o povo romano gostava. E nada melhor que um circo gigante, chamado "Coliseu". As apresentações eram gratuitas, sendo que os mais abastados, notadamente os senadores e imperadores, ficavam perto do arena; os populares, nas partes mais altas.


Visão interna do Coliseu de Roma.

Inaugurado naquele 80 d.C, o magnífico espaço abrigava as famosas lutas de gladiadores, lutas essas muitas vezes entre as várias categorias de gladiadores, mas outras tantas envolvendo gladiadores contra animais. Aliás, os animais, trazidos normalmente da África, como leões, rinocerontes e hipopótamos, eram motivo de curiosidade dentre os habitantes de Roma, já que poucas pessoas os conheciam naquela época.

Apesar do constante risco de morte, a profissão de gladiador tinha os seus benefícios, já que o lutador era treinado em escolas militares e tinha um padrão de vida superior a de outros escravos. Além disso, muitos tornavam-se heróis após suas vitórias épicas.

Quando estive visitando o Coliseu, em 2010, pude presenciar uma exposição completa acerca dos gladiadores.
Exposição "Gladiadores" ( "Gladiatores", em italiano"). Coliseu de Roma, 2010


Exposição "Gladiadores" no Coliseu em maio de 2010.
Nela, pude constatar (e anotar!) que os lutadores eram divididos em quatro categorias: os "Trácios", os "Murmillos", os "Retiários" e os "Secutores". Cada uma das categorias tinha uma vestimenta diferente. Desses, os Trácios eram os mais fracos e geralmente lutavam apenas contra os murmillos. A classe mais especial era a dos "secutores", os mais preparados para a luta. A sequência retratada, tendo os trácios como primeiros citados, é exatamente a ordem de força dentre os gladiadores.

Quando algum gladiador estava em flagrante desvantagem, pronto para receber o golpe final, o povo decidia, geralmente com o polegar levantado pra cima ou pra baixo, se o gladiador mereceria ou não morrer. Caso fosse escolhido o destino trágico da morte, aparecia um homem vestido de "caronte", o personagem da mitologia grega que levava as almas para o inferno, para levar o corpo.

A aparência atual do anfiteatro revela a constante pilhagem à qual foi submetido, sendo que muito dos materiais foram usados em construções do Vaticano, incluindo a Basílica de San Pietro.

Outra curiosidade é que, durante as sextas-feiras santas, o Papa lidera uma procissão que vai até o Coliseu.

Finalmente, é importante lembrar que o "Anfiteatro Flaviano" foi escolhido uma das sete maravilhas do mundo moderno, o que retrata a sua fama e distinção pelo mundo afora.

Um site interessante para o aprofundamento da história e fatos marcantes do Coliseu é o http://www.the-colosseum.net/.

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