domingo, 21 de junho de 2020

LUGARES ESPETACULARES - BAALBEK, LÍBANO

A civilização fenícia floresceu em uma estreita faixa de terra situada entre o Mediterrâneo e as montanhas do Líbano. Como não havia um solo propício para a agricultura e pecuária, os fenícios lançaram-se ao mar, dominando, por três séculos, o mar Mediterrâneo. Tal domínio aconteceu séculos antes de Cristo. Uma outra importante característica dos fenícios é a de que não havia um Estado unificado, mas sim Cidades-Estados, podendo ser citadas Ugarit, Biblos, Sídon, Tiro e Baalbek , esta última motivo da nossa publicação, cujas ruínas são Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1984.  

O nome Baalbek engloba duas informações fundamentais da Fenícia: o deus Baal, cultuado por aqueles povos e Bek (Beqaa), o vale onde foi fundada -  portanto, "O Deus Baal do Vale de Beqa", formando o nome ainda atual.

Embora seja uma cidade fundada pelos fenícios, Baalbek teve seu real apogeu durante o período romano, dominada inicialmente entre 27 a. C e 14 d. C, e embelezada por vários imperadores posteriormente, sendo denominada pelo grande império de Heliópolis ("Cidade do Sol").  Ela é considerada um dos melhores exemplos de arquitetura típica romana durante o apogeu do império. 

A principal atração é o Templo de Jupiter, homenagem ao deus romano qualificado como o "Rei dos Deuses", ou seja, um equivalente romano do Zeus grego. Ademais, era o Deus também do dia, da noite e do trovão. Pois bem, milhares de peregrinos visitavam o templo em adoração ao maior dos deuses. Assim, Baalbek é celebrada como um grande santuário da antiguidade, o que a fez ficar famosa e que, indiscutivelmente, tornou-a motivo de declaração de imenso valor cultural pela UNESCO. 

Templo de Júpiter, em Balbeque. In: WC.
Mas ainda que o Templo de Júpiter seja a principal atração, o mais bem conservado, e bonito, templo é o que homenageia Baco, Deus do Vinho e filho de Júpiter.  Justifica-se a homenagem por ser a região conhecida pelos seus vinhedos - o Vale do Beqaa se insere no triângulo entre Cáucaso, Sul da Palestina e Mesopotâmia, justamente a região berço da produção do vinho.

O impressionante Templo de Baco, em Balbeque. CC BY-SA 3.0 Foto: WC.

Há ainda o Templo em homenagem à Vênus, a deusa romana do amor. Vênus era a divindade protetora de Balbeque. Posteriormente, com a conversão dos romanos ao cristianismo, o templo foi transformado em igreja dedicada à Santa Bárbara.

Templo de Vênus em Balbeque. CC BY-SA 3.0 In: WC
Assim, os romanos embelezaram Baalbek, com o firme propósito de impressionar nações do oriente com a demonstração de impensável poderio. De obscura cidade fenícia para um centro rico culturalmente falando, esse foi o legado e o destino de Baalbek. 

A cidade ainda foi dominada por árabes, que ali construíram uma mesquita e também pelo Império Otomano.

Uma curiosidade interessante é que Baalbek é a terra natal do Hezbollah, grupo militante islâmico da vertente xiita. 

As ruínas ficam a 90 km de Beirute, e têm uma intensa atividade turística, justificada inteiramente se consideramos os cinco mil anos de história. Entre abril e outubro é a melhor época para se visitar o Líbano.

Um comentário:

  1. Boa noite, Carlos !
    Sem dúvida, cinco mil anos de magnífica história !
    Templos incríveis, em especial o imponente Templo dedicado ao Deus Baco.
    O nível de risco ainda é o 3, para quem, como eu, tem interesse em visitar o Líbano ?!
    Gostei demais desta sua postagem.
    Um abraço !
    Mari

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