A civilização fenícia floresceu em uma estreita faixa de terra situada entre o Mediterrâneo e as montanhas do Líbano. Como não havia um solo propício para a agricultura e pecuária, os fenícios lançaram-se ao mar, dominando, por três séculos, o mar Mediterrâneo. Tal domínio aconteceu séculos antes de Cristo. Uma outra importante característica dos fenícios é a de que não havia um Estado unificado, mas sim Cidades-Estados, podendo ser citadas Ugarit, Biblos, Sídon, Tiro e Baalbek , esta última motivo da nossa publicação, cujas ruínas são Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1984.
O nome Baalbek engloba duas informações fundamentais da Fenícia: o deus Baal, cultuado por aqueles povos e Bek (Beqaa), o vale onde foi fundada - portanto, "O Deus Baal do Vale de Beqa", formando o nome ainda atual.
Embora seja uma cidade fundada pelos fenícios, Baalbek teve seu real apogeu durante o período romano, dominada inicialmente entre 27 a. C e 14 d. C, e embelezada por vários imperadores posteriormente, sendo denominada pelo grande império de Heliópolis ("Cidade do Sol"). Ela é considerada um dos melhores exemplos de arquitetura típica romana durante o apogeu do império.
A principal atração é o Templo de Jupiter, homenagem ao deus romano qualificado como o "Rei dos Deuses", ou seja, um equivalente romano do Zeus grego. Ademais, era o Deus também do dia, da noite e do trovão. Pois bem, milhares de peregrinos visitavam o templo em adoração ao maior dos deuses. Assim, Baalbek é celebrada como um grande santuário da antiguidade, o que a fez ficar famosa e que, indiscutivelmente, tornou-a motivo de declaração de imenso valor cultural pela UNESCO.
Templo de Júpiter, em Balbeque. In: WC. |
Mas ainda que o Templo de Júpiter seja a principal atração, o mais bem conservado, e bonito, templo é o que homenageia Baco, Deus do Vinho e filho de Júpiter. Justifica-se a homenagem por ser a região conhecida pelos seus vinhedos - o Vale do Beqaa se insere no triângulo entre Cáucaso, Sul da Palestina e Mesopotâmia, justamente a região berço da produção do vinho.
O impressionante Templo de Baco, em Balbeque. CC BY-SA 3.0 Foto: WC. |
Há ainda o Templo em homenagem à Vênus, a deusa romana do amor. Vênus era a divindade protetora de Balbeque. Posteriormente, com a conversão dos romanos ao cristianismo, o templo foi transformado em igreja dedicada à Santa Bárbara.
Templo de Vênus em Balbeque. CC BY-SA 3.0 In: WC |
Assim, os romanos embelezaram Baalbek, com o firme propósito de impressionar nações do oriente com a demonstração de impensável poderio. De obscura cidade fenícia para um centro rico culturalmente falando, esse foi o legado e o destino de Baalbek.
A cidade ainda foi dominada por árabes, que ali construíram uma mesquita e também pelo Império Otomano.
Uma curiosidade interessante é que Baalbek é a terra natal do Hezbollah, grupo militante islâmico da vertente xiita.
As ruínas ficam a 90 km de Beirute, e têm uma intensa atividade turística, justificada inteiramente se consideramos os cinco mil anos de história. Entre abril e outubro é a melhor época para se visitar o Líbano.
Boa noite, Carlos !
ResponderExcluirSem dúvida, cinco mil anos de magnífica história !
Templos incríveis, em especial o imponente Templo dedicado ao Deus Baco.
O nível de risco ainda é o 3, para quem, como eu, tem interesse em visitar o Líbano ?!
Gostei demais desta sua postagem.
Um abraço !
Mari