Portugal é uma viagem obrigatória para os brasileiros. Muito de nossa cultura, de nossas raízes e do nosso jeito de ser ali encontra a sua gênese. Um povo que chegou por aqui ainda em 1500, saindo com suas caravelas justamente de Lisboa. Lisboa, a terra do fado, da Torre de Belém, dos pastéis de nata, dos miradouros, do bonde 28.
Como todos sabem, Lisboa é a capital e cidade mais importante e populosa de Portugal. Basicamente, a urbe portuguesa é dividida em oito regiões principais: Baixa e Chiado; Alto, Princípe Real e São Bento; Avenida da Liberdade e Rua Castilho; Alfama, Castelo e Graça; Campo de Ourique, Estrela, Lapa e Santos; Alvalade e Avenidas Novas; Belém e Parque das Nações. Dessas subdivisões, destacam-se Baixa, Avenida da Liberdade, Alfama, Belém e Parque das Nações.
A história da cidade divide-se por um momento trágico: o terremoto de 1755. Nesse sentido, há uma Lisboa anterior ao terremoto, sede das viagens das grandes navegações; e uma Lisboa pós-terremoto, reconstruída. Em 1º de novembro de 1755 (Dia de Todos os Santos), um forte abalo, dos maiores da história da humanidade (nove graus na escala Richter), praticamente destruiu a capital portuguesa, ceifando a vida de milhares de pessoas. Enormes ondas do Rio Tejo inundaram a cidade, completando o caos que se instalou ali naquele dia. Coube ao Marquês de Pombal a reconstrução da cidade. Portanto, tudo o que temos hoje em matéria de centro histórico de Lisboa data do século XVIII.
A Avenida da Liberdade (metrô Restauradores, Avenida; ônibus 2, 9, 36) é tida como a "Champs Elysees" lisboeta. E não sem razão. Há um emaranhado de árvores e muitas lojas de luxo. É comum ver belos edifícios com maravilhosas fachadas art nouveau. Fica entre a Praça Marquês de Pombal e o coração do centro histórico da cidade. A Rua Castilho, repleta de lojas famosas, completa o passeio.
Tradicional bairro lisboeta, a Baixa tem um comércio tradicional, com muitos artistas de rua e cafés. Destaque para o Terreiro do Paço (ou Praça do Comércio), uma bela e gigantesca praça (dizem ser a maior da Europa e parece ser mesmo), para a Praça Luís de Camões e para a Rua Garret, a rua da moda no local.
Destaco também o "Elevador de Santa Justa", o mais monumental da capital portuguesa. Construído em 1902, tinha como objetivo superar um desnível de trinta metros entre a Rua do Ouro e a parte alta. Hoje, a arquitetura de ferro encanta os turistas que visitam a urbe lusitana.
Na mesma região, o Chiado é um ponto de comércio também bastante famoso, com muitos turistas e população jovem, na maioria estudantes.
Dizem que a alma de Lisboa tem seu endereço em Alfama. E é verdade. É ali que se encontram dois baluartes da cultura portuguesa: a religiosidade (com a presença de inúmeras igrejas) e o fado (com a existência de inúmeras casas e apresentações). É também em Alfama que temos a mais conhecida atração turística da cidade, o Castelo de São Jorge.
O fado é a música típica portuguesa mas, acima de tudo, é música típica lisboeta. Apenas Coimbra desenvolveu uma cultura de fado à altura de Lisboa, só que com melodias mais alegres. O fado lisboeta é triste, melancólico. Maria Severa foi a primeira fadista importante, sendo até hoje homenageada pelas cantoras com os típicos xales pretos. No entanto, Amália Rodrigues (1921-1999) é, até hoje, o maior baluarte desse tipo de canção, dominando o cenário fadista por mais de cinquenta anos. Hoje, disputam a preferência popular, sendo também as minhas favoritas, Carminho ("Fado", 2009 e "Alma", 2012), Mariza ("Fado em Mim", 2001 e "Fado Tradicional", 2010) e Ana Moura ("Desfado", 2012).
O Castelo de São Jorge (ônibus 37; bonde ou elétrico 28) é o mais antigo dos monumentos. Antes cidadela dos mouros, foi transformada em residência dos reis portugueses ainda em 1147. Após o grande terremoto, ficou abandonado até que Salazar resolveu reconstruir as muralhas e acrescentar jardins. Assim, tornou-se um dos principais mirantes da cidade. Vale a pena curtir o bonde 28. É um passeio incrível.
Belém é um bairro um pouco distante do centro histórico, mas reserva grandes atrações da cidade. A mais conhecida é, sem dúvida, a Torre de Belém (ônibus 28, 727, 729, 751; trem Belém; bonde ou elétrico 15). Construída por Manuel I, o Venturoso, no século XVI, tinha como objetivo servir como entrada e defesa da parte norte do Rio Tejo.
Outra obra interessante e que vale a visita é o "Padrão dos Descobrimentos" (ônibus 28, 727, 729, 751; trem Belém; bonde ou elétrico 15). Inaugurado em 1960, traz à baila exatemente a época áurea dos descobrimentos. O monumento é uma homenagem aos homens que fizeram a história dos descobrimentos durante o século XVI, como Pedro Álvares Cabral, o Infante D. Henrique, dentre outros, que aparecem em fila, conforme se vê na foto abaixo.
Vale a pena visitar, no entanto, o coração do bairro de Belém, que está a alguns minutos de caminhada da Torre e do Padrão. Ali, duas atrações são imperdíveis: os "Pastéis de Belém" e o "Mosteiro dos Jerônimos".
O "Mosteiro dos Jerônimos" (ônibus 727, 728, 729, 751; trem Belém; bonde ou elétrico 15) data de 1601. É um monumento em homenagem ao êxito da viagem de Vasco da Gama à Índia, sendo financiado pelos lucros dos comércios de especiarias asiáticas. Curiosidade: o mosteiro esteve sob a Ordem dos Jerônimos somente até 1834 - hoje todas as ordens religiosas foram dissolvidas.
Os "Pastéis de Belém" (ônibus 727, 728, 729, 751; trem Belém; bonde ou elétrico 15) são outra atração imperdível. A casa, inaugurada em 1837, é tradição pura, e vende os melhores pastéis de nata de Lisboa. Nenhum outro pastel de nata se compara a esse. Fica aberto todos os dias de 8 da manhã até as 23 horas, sempre lotado. Cuidado com os batedores de carteira, haja visto a grande aglomeração de turistas sempre existente no local.
Dentre os museus da cidade, destaque para o "Calouste Gulbenkian" (metrô Praça de Espanha ou São Sebastião; ônibus 16, 31, 56, 726, 746; bonde 24), aberto de terça a domingos de 10 às 18 horas. É um dos belos acervos de arte da Europa, sob a batuta do milionário falecido do petróleo Calouste Gulbenkian. Destaque para Diana de Houdon, Retrato de um Velho, de Rembrandt e Santa Catarina, de Van der Weyden.
Outro museu importante é o "Museu Nacional de Arte Antiga" (ônibus 27, 40, 49, 51, 60; bonde ou elétrico 15, 18), nas proximidades do Bairro Alto. Fecha às segundas. É o acervo nacional da arte portuguesa, englobando pinturas, esculturas e peças.
Tradicional em Portugal, o azulejo tem seu museu em Lisboa. O "Museu Nacional do Azulejo" (ônibus 60, 727, 751) é um dos principais do mundo nesse quesito. Fica em um convento de arquitetura manuelina e com traços barrocos. Mostra a evolução da fabricação dos azulejos, desde os mouros, que foram os responsáveis pela introdução, até o desenvolvimento da arte pelos portugueses.
Particularmente, gosto também da modernidade. E a modernidade em Lisboa está associada ao Parque das Nações (metrô Oriente; ônibus 5, 10, 19, 21, 25, 28, 44, 82, 750, 768; trem Gare do Oriente). O local serviu de abrigo para a Expo 98 e hoje é uma formidável área de lazer, que inclui o Oceanário de Lisboa e o Centro Comercial Vasco da Gama, o segundo melhor shopping center da cidade (o primeiro é o Colombo). Imperdível o passeio.
Ainda na região do Parque das Nações, vale ficar atento à estação de metrô Oriente. Se em Moscou as áreas internas das estações de metrô merecem destaque, externamente nenhuma se compara à Oriente de Lisboa.
Destaca-se também, na capital portuguesa, o belo Aqueduto das Águas Livres. Fica fora do centro, próximo à região do Amoreiras Shopping Center, um shopping center que já foi o maior de Lisboa, mas hoje está ultrapassado por outros, como o Colombo, o Vasco da Gama e o El Corte Inglés.
Lisboa tem também dois estádios belíssimos que podem ser visitados: o da Luz, do Benfica (metrô Colégio Militar/Luz); e o José Alvalade , do Sporting (metrô Campo Grande).
Enfim, Lisboa tem muitas atrações. Considere ficar pelo menos seis dias inteiros na cidade (sem contar o dia da chegada e o da saída). Há ainda muitos passeios interessantes fora da cidade, como bate-e-volta, a exemplo de Sintra, Cascais, Estoril, Fátima, Alcobaça, Évora e Óbidos.
A história da cidade divide-se por um momento trágico: o terremoto de 1755. Nesse sentido, há uma Lisboa anterior ao terremoto, sede das viagens das grandes navegações; e uma Lisboa pós-terremoto, reconstruída. Em 1º de novembro de 1755 (Dia de Todos os Santos), um forte abalo, dos maiores da história da humanidade (nove graus na escala Richter), praticamente destruiu a capital portuguesa, ceifando a vida de milhares de pessoas. Enormes ondas do Rio Tejo inundaram a cidade, completando o caos que se instalou ali naquele dia. Coube ao Marquês de Pombal a reconstrução da cidade. Portanto, tudo o que temos hoje em matéria de centro histórico de Lisboa data do século XVIII.
A Avenida da Liberdade (metrô Restauradores, Avenida; ônibus 2, 9, 36) é tida como a "Champs Elysees" lisboeta. E não sem razão. Há um emaranhado de árvores e muitas lojas de luxo. É comum ver belos edifícios com maravilhosas fachadas art nouveau. Fica entre a Praça Marquês de Pombal e o coração do centro histórico da cidade. A Rua Castilho, repleta de lojas famosas, completa o passeio.
Belos edifícios compõem o cenário da Avenida da Liberdade em Lisboa. |
Muitas árvores na avenida mais charmosa da cidade. |
Um belo cenário português, a Praça do Comércio (Terreiro do Paço) em Lisboa. |
Destaco também o "Elevador de Santa Justa", o mais monumental da capital portuguesa. Construído em 1902, tinha como objetivo superar um desnível de trinta metros entre a Rua do Ouro e a parte alta. Hoje, a arquitetura de ferro encanta os turistas que visitam a urbe lusitana.
Elevador de Santa Justa. |
Na mesma região, o Chiado é um ponto de comércio também bastante famoso, com muitos turistas e população jovem, na maioria estudantes.
Dizem que a alma de Lisboa tem seu endereço em Alfama. E é verdade. É ali que se encontram dois baluartes da cultura portuguesa: a religiosidade (com a presença de inúmeras igrejas) e o fado (com a existência de inúmeras casas e apresentações). É também em Alfama que temos a mais conhecida atração turística da cidade, o Castelo de São Jorge.
O fado é a música típica portuguesa mas, acima de tudo, é música típica lisboeta. Apenas Coimbra desenvolveu uma cultura de fado à altura de Lisboa, só que com melodias mais alegres. O fado lisboeta é triste, melancólico. Maria Severa foi a primeira fadista importante, sendo até hoje homenageada pelas cantoras com os típicos xales pretos. No entanto, Amália Rodrigues (1921-1999) é, até hoje, o maior baluarte desse tipo de canção, dominando o cenário fadista por mais de cinquenta anos. Hoje, disputam a preferência popular, sendo também as minhas favoritas, Carminho ("Fado", 2009 e "Alma", 2012), Mariza ("Fado em Mim", 2001 e "Fado Tradicional", 2010) e Ana Moura ("Desfado", 2012).
O Castelo de São Jorge (ônibus 37; bonde ou elétrico 28) é o mais antigo dos monumentos. Antes cidadela dos mouros, foi transformada em residência dos reis portugueses ainda em 1147. Após o grande terremoto, ficou abandonado até que Salazar resolveu reconstruir as muralhas e acrescentar jardins. Assim, tornou-se um dos principais mirantes da cidade. Vale a pena curtir o bonde 28. É um passeio incrível.
Belém é um bairro um pouco distante do centro histórico, mas reserva grandes atrações da cidade. A mais conhecida é, sem dúvida, a Torre de Belém (ônibus 28, 727, 729, 751; trem Belém; bonde ou elétrico 15). Construída por Manuel I, o Venturoso, no século XVI, tinha como objetivo servir como entrada e defesa da parte norte do Rio Tejo.
A Torre de Belém, construída por Manuel I, é um símbolo da cidade. |
Outra obra interessante e que vale a visita é o "Padrão dos Descobrimentos" (ônibus 28, 727, 729, 751; trem Belém; bonde ou elétrico 15). Inaugurado em 1960, traz à baila exatemente a época áurea dos descobrimentos. O monumento é uma homenagem aos homens que fizeram a história dos descobrimentos durante o século XVI, como Pedro Álvares Cabral, o Infante D. Henrique, dentre outros, que aparecem em fila, conforme se vê na foto abaixo.
O Padrão dos Descobrimentos, próximo à Torre de Belém. |
Vale a pena visitar, no entanto, o coração do bairro de Belém, que está a alguns minutos de caminhada da Torre e do Padrão. Ali, duas atrações são imperdíveis: os "Pastéis de Belém" e o "Mosteiro dos Jerônimos".
O "Mosteiro dos Jerônimos" (ônibus 727, 728, 729, 751; trem Belém; bonde ou elétrico 15) data de 1601. É um monumento em homenagem ao êxito da viagem de Vasco da Gama à Índia, sendo financiado pelos lucros dos comércios de especiarias asiáticas. Curiosidade: o mosteiro esteve sob a Ordem dos Jerônimos somente até 1834 - hoje todas as ordens religiosas foram dissolvidas.
O notável Mosteiro dos Jerônimos. |
Mosteiro dos Jerônimos. |
Os "Pastéis de Belém" (ônibus 727, 728, 729, 751; trem Belém; bonde ou elétrico 15) são outra atração imperdível. A casa, inaugurada em 1837, é tradição pura, e vende os melhores pastéis de nata de Lisboa. Nenhum outro pastel de nata se compara a esse. Fica aberto todos os dias de 8 da manhã até as 23 horas, sempre lotado. Cuidado com os batedores de carteira, haja visto a grande aglomeração de turistas sempre existente no local.
Dentre os museus da cidade, destaque para o "Calouste Gulbenkian" (metrô Praça de Espanha ou São Sebastião; ônibus 16, 31, 56, 726, 746; bonde 24), aberto de terça a domingos de 10 às 18 horas. É um dos belos acervos de arte da Europa, sob a batuta do milionário falecido do petróleo Calouste Gulbenkian. Destaque para Diana de Houdon, Retrato de um Velho, de Rembrandt e Santa Catarina, de Van der Weyden.
Outro museu importante é o "Museu Nacional de Arte Antiga" (ônibus 27, 40, 49, 51, 60; bonde ou elétrico 15, 18), nas proximidades do Bairro Alto. Fecha às segundas. É o acervo nacional da arte portuguesa, englobando pinturas, esculturas e peças.
Tradicional em Portugal, o azulejo tem seu museu em Lisboa. O "Museu Nacional do Azulejo" (ônibus 60, 727, 751) é um dos principais do mundo nesse quesito. Fica em um convento de arquitetura manuelina e com traços barrocos. Mostra a evolução da fabricação dos azulejos, desde os mouros, que foram os responsáveis pela introdução, até o desenvolvimento da arte pelos portugueses.
Particularmente, gosto também da modernidade. E a modernidade em Lisboa está associada ao Parque das Nações (metrô Oriente; ônibus 5, 10, 19, 21, 25, 28, 44, 82, 750, 768; trem Gare do Oriente). O local serviu de abrigo para a Expo 98 e hoje é uma formidável área de lazer, que inclui o Oceanário de Lisboa e o Centro Comercial Vasco da Gama, o segundo melhor shopping center da cidade (o primeiro é o Colombo). Imperdível o passeio.
O Centro Comercial Vasco da Gama. |
Ainda na região do Parque das Nações, vale ficar atento à estação de metrô Oriente. Se em Moscou as áreas internas das estações de metrô merecem destaque, externamente nenhuma se compara à Oriente de Lisboa.
Estação de metrô Oriente. Lisboa. |
Destaca-se também, na capital portuguesa, o belo Aqueduto das Águas Livres. Fica fora do centro, próximo à região do Amoreiras Shopping Center, um shopping center que já foi o maior de Lisboa, mas hoje está ultrapassado por outros, como o Colombo, o Vasco da Gama e o El Corte Inglés.
Lisboa tem também dois estádios belíssimos que podem ser visitados: o da Luz, do Benfica (metrô Colégio Militar/Luz); e o José Alvalade , do Sporting (metrô Campo Grande).
Enfim, Lisboa tem muitas atrações. Considere ficar pelo menos seis dias inteiros na cidade (sem contar o dia da chegada e o da saída). Há ainda muitos passeios interessantes fora da cidade, como bate-e-volta, a exemplo de Sintra, Cascais, Estoril, Fátima, Alcobaça, Évora e Óbidos.
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