San Gimignano, na Toscana, é, indiscutivelmente, uma das cidades mais sublimes da encantadora região italiana.
A pequena urbe, conhecida também como a "Manhattan Medieval", tem como característica marcante as suas torres (daí a alusão à cidade norte-americana), construídas por famílias abastadas que objetivavam demonstrar o seu poderio. Quanto mais alta fosse a torre, maior a fortuna da família. Das 72 (setenta e duas) torres originais, apenas 14 (catorze) permanecem ainda nos dias de hoje. Curiosamente, muitas torres foram rebaixadas, uma vez que várias famílias experimentaram, com o passar dos anos, decréscimo em sua fortuna.
A pequena urbe, conhecida também como a "Manhattan Medieval", tem como característica marcante as suas torres (daí a alusão à cidade norte-americana), construídas por famílias abastadas que objetivavam demonstrar o seu poderio. Quanto mais alta fosse a torre, maior a fortuna da família. Das 72 (setenta e duas) torres originais, apenas 14 (catorze) permanecem ainda nos dias de hoje. Curiosamente, muitas torres foram rebaixadas, uma vez que várias famílias experimentaram, com o passar dos anos, decréscimo em sua fortuna.
Aspecto da cidade de San Gimignano, com uma de suas catorze torres em destaque. |
Historicamente, o mesmo local onde hoje a cidade está situada foi sede de uma vila etrusca, ainda no século III a. C. Os etruscos estão para a Toscana como os gauleses para a França: literalmente dominavam a região naquelas épocas antigas e foram os primeiros a subir aquela colina.
Mas o século X d. C, portanto durante a Idade Média, é que marca o efetivo nascimento do que é hoje San Gimignano. O nome, no entanto, tem origem ainda no século VI, quando o bispo de Modena "San Geminiano" (Gimignano é uma vulgarização do nome surgida tempos depois) defendeu a cidade da invasão das hordas de Atila, rei dos Hunos.
Ainda no século 12, mais precisamente em 1139, San Gimignano liberou-se do domínio protoganizado pelo Bispo de Volterra, tornando-se uma vila independente. Sofreu intensas perdas humanas durante a Peste de 1348 (que afetou toda a Toscana) e foi submetida ao domínio de Florença em 1353. Após o domínio florentino, que perdurou por mais alguns séculos, a cidade experimentou um período de extrema crise, até que, no século XX voltasse a florescer como um patrimônio mundial reconhecido pela UNESCO , notadamente pela preservação de seus prédios e pela valorização de suas maravilhosas obras de arte.
Para se chegar à "Big Apple" medieval, pode-se usar a combinação trem mais ônibus (a estação de trem "Poggibonsi" é a mais próxima), carro (que deve ser estacionado próximo à Porta San Giovanni) ou mesmo comprar excursões provenientes de Florença, que combinam várias cidades num mesmo dia. Vale ressaltar a importância de se ter, pelo menos, de 3 (três) a 4 (quatro horas) de visitação na urbe medieval, para que se possa experimentar um "gelato" incrível, visitar a Collegiata em detalhes e curtir as diversas praças, museus e igrejas interessantes.
A cidade é todo homogênea, linear em termos de arquitetura. Limpa, logo na entrada a Porta "San Giovanni" dá as boas-vindas à cidade das torres. A partir de então, observa-se um sem número de lojas de souvenires e roupas. O comércio é intenso. Extremamente preservada, chega-se fácilmente à conclusão de que a cidade é merecedora do título conferido pela UNESCO.
Porta San Giovanni. Bem-vindo à "Manhattan Medieval". |
Destaque, na área comercial, para a famosa "Gellateria Di Piazza", na "Piazza della Cisterna" que, segundo a lenda (e os escritos na sua porta), foi campeã mundial em duas temporadas: 2006/2007 e 2008/2009 . Eles ainda se intitulam como "o melhor sorvete do mundo". As filas na entrada indicam que realmente o sorvete é de alta qualidade (qual não é, em se tratando de Itália?). Pude comprovar que o "gelato" é merecedor da fama - especialmente o de "nocciola" (avelã), meu eterno favorito!
A Piazza della Cisterna tem esse nome em decorrência de uma cisterna localizada no meio da praça. Bastante curiosa. Marca o centro da cidade antiga.
No quesito tesouros artísticos, vale destacar a famosa "Collegiata", uma das igrejas mais lindamente decoradas da Toscana. Está localizada na Piazza Del Duomo e é e a principal igreja da cidade medieval - por isso é descrita como o "Duomo".
Piazza Del Duomo. Collegiata e a Torre Grossa, a mais alta de San Gimignano. |
A Collegiata, ou Basílica da Assunção de Nossa Senhora, é um exemplar estupendo de arquitetura românica na Toscana.
Mas o destaque mesmo fica para o seu interior. As paredes da Basílica são inteiramente decoradas com afrescos. Do lado direito de quem entra, e considerando estar em frente ao altar como referência, temos cenas do "Antigo Testamento", pintadas por Bartolo de Fredi; do lado esquerdo, cenas do "Novo Testamento", provavelmente desenvovidas por Lipo Memmi. Em especial, vale prestar atenção no afresco "A Criação", o mais bonito de todos.
Temos ainda dentro da Collegiata uma interessantíssima e diminuta capela, a "Cappella di Santa Fina", em homenagem a uma das padroeiras da cidade. Singela, mas ao mesmo tempo interessante, dada a qualidade empregada nas manifestações artísticas.
Outra igreja bastante interessante da cidade medieval é a "Chiesa di Sant´Agostino", na Piazza Santo Agostino, com decoração interior que relembra passagens da vida de Santo Agostinho, desenhadas por Benozzo Gozzoli. Segundo a lenda, Santo Agostinho teria salvado a cidade da peste, fato este que foi retratado de maneira soberba em um afresco na parede norte da igreja.
O "Museo Del Vino" é uma atração gratuita da cidade e evoca uma das instituições de San Gimignano: o vinho branco Vernaccia, evocado até mesmo na "Divina Comédia" de Dante Alighieri. Não fica distante da Collegiata e vale a conferida, se o viajante dispuser de mais tempo.
Outra dica preciosa, e pouco difundida, é a "Galleria Continua". A "Galleria" é um museu particular e tem obras de arte de vários artistas famosos, como Daniel Buren e Carlos Garaicoa. Abriga também exposições permanentes, sendo que a melhor é a de Michelangelo Pistolleto. Fica na Via del Castello e a entrada é franca.
Finalmente, para que o "tour" seja completo pela urbe medieval, vale mencionar ainda o "Museo Civico", com interessante acervo de obras de arte, incluindo Bartolo de Fredi, Benozzo Gozzoli e Fillipino Lippi. Fica na Piazza Del Duomo, mais especificamente no "Palazzo Del Popolo" ou "Palazzo Comunale" (sede do governo local), ao lado da Collegiata.
Enfim, estas são as atrações principais da mais cativante das cidades medievais. Vale a pena visitar!
Collegiata. Parte exterior sóbria. Parte interior exuberante. |
Mas o destaque mesmo fica para o seu interior. As paredes da Basílica são inteiramente decoradas com afrescos. Do lado direito de quem entra, e considerando estar em frente ao altar como referência, temos cenas do "Antigo Testamento", pintadas por Bartolo de Fredi; do lado esquerdo, cenas do "Novo Testamento", provavelmente desenvovidas por Lipo Memmi. Em especial, vale prestar atenção no afresco "A Criação", o mais bonito de todos.
Temos ainda dentro da Collegiata uma interessantíssima e diminuta capela, a "Cappella di Santa Fina", em homenagem a uma das padroeiras da cidade. Singela, mas ao mesmo tempo interessante, dada a qualidade empregada nas manifestações artísticas.
Outra igreja bastante interessante da cidade medieval é a "Chiesa di Sant´Agostino", na Piazza Santo Agostino, com decoração interior que relembra passagens da vida de Santo Agostinho, desenhadas por Benozzo Gozzoli. Segundo a lenda, Santo Agostinho teria salvado a cidade da peste, fato este que foi retratado de maneira soberba em um afresco na parede norte da igreja.
O "Museo Del Vino" é uma atração gratuita da cidade e evoca uma das instituições de San Gimignano: o vinho branco Vernaccia, evocado até mesmo na "Divina Comédia" de Dante Alighieri. Não fica distante da Collegiata e vale a conferida, se o viajante dispuser de mais tempo.
Outra dica preciosa, e pouco difundida, é a "Galleria Continua". A "Galleria" é um museu particular e tem obras de arte de vários artistas famosos, como Daniel Buren e Carlos Garaicoa. Abriga também exposições permanentes, sendo que a melhor é a de Michelangelo Pistolleto. Fica na Via del Castello e a entrada é franca.
Finalmente, para que o "tour" seja completo pela urbe medieval, vale mencionar ainda o "Museo Civico", com interessante acervo de obras de arte, incluindo Bartolo de Fredi, Benozzo Gozzoli e Fillipino Lippi. Fica na Piazza Del Duomo, mais especificamente no "Palazzo Del Popolo" ou "Palazzo Comunale" (sede do governo local), ao lado da Collegiata.
Enfim, estas são as atrações principais da mais cativante das cidades medievais. Vale a pena visitar!
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