Lucca. Fora dos roteiros turísticos das grandes excursões, mas já bastante visitada por turistas acostumados a andar de trem, é um lugar notável para se conhecer nos arredores de Pisa (vinte minutos) e Florença (uma hora e vinte minutos).
Aspecto da bela e limpa cidade de Lucca, na Toscana. |
Aliás, vale aqui abrir um espaço para explicar como se chega à Lucca, a partir de Florença. Florença que, aliás, foi meu ponto de partida para se conhecer toda a região!
Primeiro, o viajante deve comprar, nos caixas automáticos, em dinheiro (euros) ou cartão de crédito (aceitam-se todas as bandeiras), a passagem "Florença Santa Maria Novella" (a estação central) para "Pisa Centrale". A viagem neste roteiro (Florença-Pisa), em trem rápido, demora uma hora. No caixa, abrir-se-á um menu, onde é possível visualizar-se todas as opções de viagem, desde as mais rápidas até as mais vagarosas. Optei, por óbvio, pela mais rápida, com uma hora de duração. Em "Pisa Centrale", vale descer e utilizar um meio de transporte (táxi ou ônibus) ou mesmo caminhar a pé, por trinta minutos, dentro de Pisa, para se atingir a famosa "Piazza dei Miracoli", onde se encontra a "Torre Inclinada de Pisa". Após o passeio, deve-se encaminhar para outra estação, a "Pisa San Rossore", a cinco minutos da Piazza dei Miracoli (importante informar-se quanto à direção, para não errar) e ali tomar o trem em direção à Lucca, em uma viagem que dura vinte minutos. Duas pessoas, viajando de trem, gastam, hoje, cerca de 33 euros. Em excursões de um dia vendidas em Florença, gasta-se, para o mesmo roteiro, 58 euros por pessoa, sem direito à qualquer tipo de refeição. Compensador ou não viajar pelo eficiente sistema ferroviário?
Didaticamente então, resumindo o roteiro, temos: Florença (Santa Maria Novella) --> Pisa Centrale --> Pisa San Rossore --> Lucca--> Florença (Santa Maria Novella). E não esqueça de validar o tíquete!
Muito embora, linhas à frente, destacaremos uma série de atrações da cidade murada, que logicamente demandariam do turista ou viajante pelo menos mais um dia inteiro para conhecê-las em sua inteireza, o que descarta um simples passeio bate-e-volta. Pessoalmente, indico dormir uma noite na cidade murada, para curtir aquela atmosfera especial de um dos mais belos municípios italianos.
Bem-vindo à Lucca! Estação ferroviária da cidade. |
Muito embora, linhas à frente, destacaremos uma série de atrações da cidade murada, que logicamente demandariam do turista ou viajante pelo menos mais um dia inteiro para conhecê-las em sua inteireza, o que descarta um simples passeio bate-e-volta. Pessoalmente, indico dormir uma noite na cidade murada, para curtir aquela atmosfera especial de um dos mais belos municípios italianos.
Lucca é conhecida internacionalmente como a cidade onde nasceu Giácomo Puccini (1858-1924), um dos grandes compositores italianos de todos os tempos. Para se ter uma idéia da dimensão de sua obra, escreveu "La Boheme", "Madame Butterfly", dentre outras composições extremamente famosas em todo o mundo. E tudo ali parece respirar Puccini. Há, inclusive, como não poderia deixar de faltar, a casa onde o famoso compositor nasceu - a "Casa di Puccini", atração localizada na Via de Poggio.
E uma coisa é certa: a cidade é inspiradora como uma bela ópera! Talvez a minha favorita na Toscana no quesito simpatia e aconchego, Lucca conquista a todos, que ali têm um imensa vontade: ficar, curtir a história, a natureza e o clima gostoso da cidade, preferencialmente alugando uma bicicleta!
Historicamente, relatos indicam que Lucca deve seu nascimento aos etruscos (povos que viviam na região que hoje é conhecida como Toscana) e romanos. Alguns falam em fundação ainda na Era Paleolítica, mas a teoria mais difundida e aceita é a de que a cidade foi fundada em 180 a. C, pelos romanos.
O nome Lucca advém do vocábulo da língua celta "Luk", que significa "área de pântanos". Hoje, definitivamente, nada indica a inspiração para o nome!
Dando continuidade à descrição histórica, Lucca tornou-se municipalidade romana em 89 a.C. O famoso encontro entre César, Pompéu e Crasso ocorreu na cidade em 56 a. C.
No entanto, na era medieval é que Lucca encontra seu ritmo de crescimento. É o seu apogeu. A partir do comércio de seda, tornou-se um centro comercial importante em termos europeus. Foi também a época do embelezamento da cidade murada, com muitas criações arquitetônicas de grande impacto. Mas também foi uma época muito confusa em termos de guerra, fato comum na região da Toscana durante a Idade Média.
Após o século XIII, tivemos, em apertada síntese, os seguintes eventos históricos: época em que foi dominada por Florença (séculos XIV e XV); incremento agrícola (século XVI ao XVII); domínio de Napoleão Bonaparte, a partir de 1805, que doou a cidade murada à sua irmã, Elisa Baciocchi, que a governou de 1805 a 1815; incorporação ao Grão-Ducado da Toscana, em 1817; e, finalmente, tornou-se parte do Reino unificado da Itállia em 1865.
História à parte, Lucca hoje é uma cidade de múltiplas atrações, dado que seu centro histórico, um dos mais notáveis da Itália, nunca sofreu qualquer tipo de abalo, nem mesmo na Segunda Grande Guerra Mundial.
A primeira atração da cidade murada, como não poderia deixar de ser, são, justamente, os seus muros (ou muralhas, como preferem alguns). Muros que circundam todo o centro histórico, com quatro portas, sendo que, cada uma delas, leva a uma direção ou cidade diferente: a "Porta San Frediano", leva à Parma; a "San Gervasio", leva à estrada para Florença e Roma; a "San Pietro", leva à Pisa e à Estação Ferroviária; e a "San Donato", que leva à Luni.
A maior atração de Lucca, em termos arquitetônicos e culturais, é, sem dúvida, a "Catedral de San Martino", que retrata de maneira monumental o estilo românico de Pisa. A atual configuração da igreja data do século XV, muito embora tenha sido construída por San Frediano ainda no século VI e reconstruída pelo papa Alexandre II em 1070.
Vale destacar na Catedral a fachada, com esculturas românicas e colunatas; o belo campanário (torre), conforme se pode observar na foto acima; o "Túmulo de Ilaria del Carretto", uma linda obra em mármore no interior da igreja, de Jacopo dela Quercia; e a "Viagem dos Reis Magos", de Nicola Pisano, logo no portal esquerda (entrada).
Outra igreja imperdível de Lucca em matéria de estilo românico de Pisa é "San Michele in Foro", localizada na Piazza San Michele. "In foro", porque está localizada na praça do antigo fórum. Destaque para o seu belo exterior, já que, no interior, apenas uma pintura de Filippino Lippi é digna de nota ("Santa Helena, São Jerônimo, São Sebastião e São Roque").
A Lucca romana é relembrada no "Anfiteatro Romano", localizado na "Piazza del Mercato". É muito pitoresca a praça, em formato oval. Ou seja, só se lembra que ali foi uma espécie de coliseu pelo formato atual, não pelas relíquias históricas ou mesmo pelo anfiteatro em si, que não existe mais.
Muito embora sejam imperdíveis as muralhas, a Catedral de San Martino, a Igreja San Michele in Foro e o Anfiteatro Romano (o "quarteto fantástico de Lucca"), vale ainda lembrar, como destaques, para quem vai ficar pelo menos mais um dia na cidade murada, o "Palazzo Duccale", sede do executivo local e da antiga "signoria"; o "Teatro Giglio", com bela fachada; e as Igrejas "San Giovanni e S. Reparata", "San Romano", "San Alessandro" e "San Paulino".
Enfim, Lucca é vida! Vale a pena conhecer uma das mais belas e simpáticas cidades italianas.
O nome Lucca advém do vocábulo da língua celta "Luk", que significa "área de pântanos". Hoje, definitivamente, nada indica a inspiração para o nome!
Dando continuidade à descrição histórica, Lucca tornou-se municipalidade romana em 89 a.C. O famoso encontro entre César, Pompéu e Crasso ocorreu na cidade em 56 a. C.
No entanto, na era medieval é que Lucca encontra seu ritmo de crescimento. É o seu apogeu. A partir do comércio de seda, tornou-se um centro comercial importante em termos europeus. Foi também a época do embelezamento da cidade murada, com muitas criações arquitetônicas de grande impacto. Mas também foi uma época muito confusa em termos de guerra, fato comum na região da Toscana durante a Idade Média.
Após o século XIII, tivemos, em apertada síntese, os seguintes eventos históricos: época em que foi dominada por Florença (séculos XIV e XV); incremento agrícola (século XVI ao XVII); domínio de Napoleão Bonaparte, a partir de 1805, que doou a cidade murada à sua irmã, Elisa Baciocchi, que a governou de 1805 a 1815; incorporação ao Grão-Ducado da Toscana, em 1817; e, finalmente, tornou-se parte do Reino unificado da Itállia em 1865.
História à parte, Lucca hoje é uma cidade de múltiplas atrações, dado que seu centro histórico, um dos mais notáveis da Itália, nunca sofreu qualquer tipo de abalo, nem mesmo na Segunda Grande Guerra Mundial.
A primeira atração da cidade murada, como não poderia deixar de ser, são, justamente, os seus muros (ou muralhas, como preferem alguns). Muros que circundam todo o centro histórico, com quatro portas, sendo que, cada uma delas, leva a uma direção ou cidade diferente: a "Porta San Frediano", leva à Parma; a "San Gervasio", leva à estrada para Florença e Roma; a "San Pietro", leva à Pisa e à Estação Ferroviária; e a "San Donato", que leva à Luni.
Placa indicativa da Porta de San Pietro. Muros de Lucca. |
Catedral de San Martino em Lucca. |
Outra igreja imperdível de Lucca em matéria de estilo românico de Pisa é "San Michele in Foro", localizada na Piazza San Michele. "In foro", porque está localizada na praça do antigo fórum. Destaque para o seu belo exterior, já que, no interior, apenas uma pintura de Filippino Lippi é digna de nota ("Santa Helena, São Jerônimo, São Sebastião e São Roque").
San Michele in Foro. |
Muito embora sejam imperdíveis as muralhas, a Catedral de San Martino, a Igreja San Michele in Foro e o Anfiteatro Romano (o "quarteto fantástico de Lucca"), vale ainda lembrar, como destaques, para quem vai ficar pelo menos mais um dia na cidade murada, o "Palazzo Duccale", sede do executivo local e da antiga "signoria"; o "Teatro Giglio", com bela fachada; e as Igrejas "San Giovanni e S. Reparata", "San Romano", "San Alessandro" e "San Paulino".
Enfim, Lucca é vida! Vale a pena conhecer uma das mais belas e simpáticas cidades italianas.
muito bom!!!!
ResponderExcluiressas dicas para utilizaçao do trem são sensacionais.
Olá, Thiago, tudo bem?
ExcluirMuito obrigado pelas palavras! Que bom que gostou das dicas! Buscamos sempre trazer informações precisas e úteis ao leitor!
Um grande abraço,
Carlos
Oi, Carlos. Tudo bem? :)
ResponderExcluirSeu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Natalie - Boia Paulista
Olá, Natalie, tudo bem contigo?
ResponderExcluirAgradeço imensamente a honra de participar desta seleção em um site tão conceituado!
Um grande abraço,
Carlos