O Umbigo do Mundo.
Cusco, Peru, o “Umbigo do Mundo”. A designação vem do quéchua, a língua dos ancestrais dos peruanos daquela região, incluídos os Incas, e falada hoje ainda por mais de dez milhões de pessoas, que chamavam a cidade de “Qosqo”, que quer dizer literalmente “Umbigo do Mundo”. É uma designação muito mais mística que racional, símbolo da energia que emana do local, afinal o umbigo, embora não tenha a importância de um coração, de um fígado, de um pulmão, é, no dizer dos cientistas, o centro de gravidade e de equilíbrio do corpo humano. Ou seja, unindo a experiência científica com a crença dos cusquenos, podemos sintetizar que tudo que havia no mundo, até então em grande parte desconhecido dos incas,“gravitava” em torno de Cusco.
Cusco, Peru, o “Umbigo do Mundo”. A designação vem do quéchua, a língua dos ancestrais dos peruanos daquela região, incluídos os Incas, e falada hoje ainda por mais de dez milhões de pessoas, que chamavam a cidade de “Qosqo”, que quer dizer literalmente “Umbigo do Mundo”. É uma designação muito mais mística que racional, símbolo da energia que emana do local, afinal o umbigo, embora não tenha a importância de um coração, de um fígado, de um pulmão, é, no dizer dos cientistas, o centro de gravidade e de equilíbrio do corpo humano. Ou seja, unindo a experiência científica com a crença dos cusquenos, podemos sintetizar que tudo que havia no mundo, até então em grande parte desconhecido dos incas,“gravitava” em torno de Cusco.
A capital inca pode não ser o umbigo do mundo (como eles
acreditavam ser), mas é a capital cultural do Peru moderno e a sétima cidade do
país em termos populacionais. Cusco está para os incas assim como Meca está
para os muçulmanos.Cusco sintetiza o sincretismo cultural derivado do
império inca e dos espanhóis que o subjugaram.
Até na religião o sincretismo manifesta-se: ao catolicismo
típico dos espanhóis juntou-se as manifestações pré-hispânicas de povos como os
incas, que veneravam, por exemplo, a “Mãe Terra” (Pachamama) e o Deus
Sol (Inti).. A isso podemos dar o nome de “catolicismo popular peruano”.
Cusco, aliás, é uma cidade com muitas igrejas, muitas mesmo. A maioria, na cor
marrom, sendo as mais importantes, e bonitas, as da Praça das Armas. Mas é também ali que se celebra a “Festa do
Sol”, ou “Inti Raymi”, no solstício de inverno, que não é uma celebração
propriamente católica, mas na qual todos os cusquenos participam. Em junho,
aliás, a cidade ferve por conta dos festejos culturais: todas as comunidades e
pequenas cidades da região participam de um desfile muitas vezes animado por
carros alegóricos e bonecões parecidos com os de Olinda.. Uma festa alegre,
bela e segura.
A cidade tem um encanto diferente. Muitos prédios
históricos estão entre os mais bonitos da América, o que torna o passeio em
meio à altitude bem mais agradável.
San Blas é o bairrinho típico de Cusco. É como Montmartre
em Paris, só que em termos cusquenhos: artistas de rua, uma igreja pitoresca e
belos casarios compõe o local. No caminho para San Blas, a partir da praça
principal da cidade, aparece um muro formado por pedras típicas dos incas, que é
uma atração local e chamada de “Pedra de Doze Ângulos” e muitas lojinhas de
suvenires, que vendem principalmente as bonequinhas (e bonequinhos) de “bumbum”
grande. Mas não somente bonequinhas de
bumbum grande aparecem pela frente – há também as senhoras com suas
inconfundíveis lhamas, um dos animais símbolos do Peru, prontas para tirar uma
foto com turistas a troco de parcos nuevos soles.
Enfrentar Cusco é tarefa árdua. A sua altitude, de 3.400m,
é uma das maiores do mundo em termos urbanos. O mal de altitude, que por lá
chamam de “soroche”, cobra o seu preço e o chá de coca é a salvação das pobres
almas desacostumadas (ou desafortunadas). Há ainda uma balinha de coca, mas seu
efeito não é comprovado; parece um toffee, porém sem gosto algum. Sinto cheiro
de enganação no ar, e vejo verdade só na ajuda do chazinho....
Mas não só na altitude residem os problemas na adaptação à
Cusco. A cidade também é contraindicada para albinos, já que os índices de
radiação ultravioleta por lá alcançam o patamar de 25, sendo que o nível
considerado satisfatório é no máximo 11. A explicação dada por cientistas é que
o Peru está localizado perto da zona equatorial, sendo que a incidência de
raios solares acaba atingindo o território de maneira perpendicular. Soma-se a isso a falta de chuvas e céus
encobertos que permitem a passagem fácil dos raios e temos uma situação
extrema.
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