Cinco de séculos de história e uma cidade em constante progresso rumo à modernidade. Uma mistura de um passado interessante com um futuro promissor, ainda que conviva com graves problemas sociais. Eis um resumo do que é a Cidade do Panamá, capital do país localizado na América Central.
A Skyline da Cidade do Panamá - setor moderno- impressiona. |
Vamos começar pela história da cidade, sintetizada em dois belos locais da cidade, o "Panamá Viejo" e o "Casco Viejo".
A Cidade do Panamá foi fundada em 15 de agosto de 1519. A fundação do povoado é consequência do descobrimento, pelos espanhóis, do Mar do Sul (hoje Pacífico) em 1513. Na época, foi batizada como "Nossa Senhora da Assunção do Panamá", sendo o primeiro assentamento europeu da costa do Pacífico nas Américas. No local, apenas havia uma vila de pescadores. Durante mais de um século, as riquezas trazidas principalmente do Peru passavam pela Cidade do Panamá antes do destino final, que era a "metrópole" europeia.
Panamá Viejo foi o primeiro local colonizado pelos espanhóis. Hoje, há ruínas em um belo parque. Ruínas que mostram que ali existiu uma cidade colonial interessante, composta de igreja, praças e ruas de traçado ortogonal. Apesar do saque do pirata Morgan em 28 de janeiro de 1871, muitas ruínas permaneceram de pé, entre elas as pontes do Matadero e Del Rey, os conventos de Mercês, São Francisco, Companhia, Santo Domingo e São José, o convento de monjas da Concepção, o Hospital São João de Deus, a Catedral, as Casas Terrín e Alarcon. Tudo isso foi declarado patrimônio mundial da UNESCO em 1997. Foi, enfim, uma das cidades coloniais com maior atividade comercial durante os séculos XVI e XVII.
A antiga Catedral. Ruínas de Panamá Viejo. Foto: Rodolfo Aragundi. CC BY-SA 2.0. |
Destruída a velha cidade colonial do Panamá (hoje representada pelas ruínas de Panamá Viejo), construiu-se, dois anos depois (21 de janeiro de 1673), uma nova cidade colonial em um local mais adequado. A construção coube ao então governador Antonio Fernandez de Córdoba, que inaugurou uma nova cidade em uma península natural rodeada de recifes, situada oito quilômetros a oeste da primeira. É o que hoje conhecemos como "Casco Viejo" da Cidade do Panamá, também declarada patrimônio mundial da UNESCO em 1997.
O Casco Viejo estava inteiramente sob muralhas já no século XVIII. As ruas também tem um perfeito traçado ortogonal. Vale dizer que, curiosamente, embora tenha história mais antiga, o atual traçado urbano do Casco Viejo data do final do século XIX e primeira metade do século XX, já que três grandes incêndios no século XVIII (1737, 1756, 1781) e quatro no século XIX (1864, 1870, 1874, 1878), destruíram a maioria dos edifícios antigos da cidade intramuros.
Entre os destaques do Casco, naturalmente as igrejas merecem uma menção especial. A Catedral, situada na Praça Maior, tem uma fachada interessante e duas altas torres brancas. A Igreja das Mercês (Iglesia de La Merced), teve sua frente construída por pedras trazidas pelo Panamá Viejo. O ponto alto, no entanto, é o soberbo altar de ouro da Igreja de São José. Outros lugares religiosos dignos de nota no Casco são as ruínas da Igreja Companhia de Jesus, as ruínas do convento e Igreja de Santo Domingo, o Oratório de San Felipe e Néri e o Convento e Templo de São Francisco.
Igreja de La Merced, no Casco Viejo. |
O belíssimo altar de ouro da Igreja de São José, um dos mais bonitos do mundo. |
Catedral Metropolitana. Casco Viejo. Foto: Wikimedia Commons. |
Belo casario colonial do Casco Viejo. |
O belíssimo Casco Viejo. |
Igreja de São Francisco. Casco Viejo. |
Outra interessante observação no Casco Viejo são as muralhas, que outrora serviram de defesa da cidade colonial. Rodeiam a Praça da França e sua Bovedas (sistema defensivo), onde antes se situava a Porta de Chiriquí e os restos da fortaleza Mano de Tigre. Sobre os restos da fortaleza "Porta da Terra" se construiu a mansão Arias Feraud, ocupada atualmente pela Prefeitura. A antiga contadoria ou Casas Reais converteu-se, após sucessivas restaurações, no Palácio da Presidência, e o cabildo no atual Palácio Municipal, situado na Praça Maior. Três edíficios são mais modernos: Museu Interoceânico, Palácio Nacional e Teatro Nacional.
Praça da França no Casco Viejo. |
Bovedas. |
Vale dizer, hoje muitas casas do Casco Viejo - destaque para a Casa Góngora, estão em processo de restauração, com o objetivo de recuperar a paisagem urbana da primeira metade do século XX.
Por fim, vale trazer aqui o Panamá Moderno. A Cidade do Panamá desenvolveu-se seguindo o litoral. Desde o Casco Viejo, a Avenida Balboa, costeira, conduz até Punta Paitilla, lugar em que se agrupam arranha-céus ao estilo Dubai, Honk kong e Nova Iorque.
"O Parafuso" ("El Tornillo"), prédio de banco no setor financeiro, em forma helicoidal. |
A recuperação das terras que pertenciam ao Canal do Panamá e, consequentemente, das mãos dos Estados Unidos da América, possibilitou novos assentamentos populacionais na cidade e abertura de locais emblemáticos, como o "Passeio do Amador" (Amador, ou melhor, Manuel Amador Guerrero, foi o primeiro Presidente da República do Panamá, entre 1904 e 1908), um estreito pedaço de terra que une o continente com as ilhas Perico, Flamenco, Naos e Culebra. O local é bastante agradável, servindo para as atividades físicas dos panamenhos, além de ter um duty-free. Perto, destaque para o Biomuseo, com uma arquitetura diferenciada em sua fachada.
O Passeio do Amador tem o tradicional letreiro. |
Biomuseo. Foto: F. Delventhal. In: Wikimedia Commons. |
Toda grande cidade tem um pulmão. O da Cidade do Panamá é o Parque Natural Metropolitano, com seus 265 hectares de bosques.
O Panamá Moderno tem ainda magníficos hotéis (destaque para o impressionante Hard Rock Megapolis), prédios emblemáticos (além do próprio Hard Rock, merecem destaque o "Parafuso" e o Hotel Trump), restaurantes, cassinos (aos montes), museus, centros de convenções. Uma cidade bacana.
Perto do Canal, destaque para o Mirante de Las Américas, com uma homenagem à presença chinesa no Panamá, um belo local com uma maravilhosa vista.