domingo, 22 de janeiro de 2017

APARECIDA: A HISTÓRIA CONTADA ATRAVÉS DO MUSEU DE CERA!

Segunda quinzena de outubro de 1717 (entre os dias 17 e 30 daquele mês). Naquele tempo, trezentos anos atrás, Dom Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, o Conde de Assumar, então "Governador da Capitania de São Paulo e Minas do Ouro", passaria pela Vila de Guaratinguetá, em sua trajetória para Vila Rica (atual Ouro Preto). Assim, a Câmara Municipal da vila paulista ordenou a três pescadores, a saber, João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Martins Garcia, que recolhessem nas águas do Rio Paraíba do Sul todos os peixes que pescassem, a fim de fornecer um banquete à importante figura. 

A imagem original de Aparecida, exposta atualmente na Basílica Nova.
Ocorre que a pescaria não vinha rendendo bons frutos, mesmo com os pescadores lançando redes desde o porto de José Correa Leite até o porto de Itaguaçu. Foi aí que, em Itaguaçu, o pescador João Alves lançou uma rede e nela veio o corpo de uma imagem.  No mesmo rio, um pouco mais abaixo, lançou novamente a rede e, como resultado, encontrou a cabeça da mesma imagem. Era a imagem de Nossa Senhora da Imaculada Conceição que, depois, foi rebatizada como Nossa Senhora da Conceição Aparecida ou, simplesmente, Nossa Senhora Aparecida. 

Os pescadores e a imagem.Museu de Cera de Aparecida.
Pescador e a rede. .Museu de Cera de Aparecida.
Após o recolhimento da imagem em duas partes (corpo e cabeça, posteriormente juntadas), os peixes vieram em abundância. Era o primeiro sinal dos desígnios divinos. Iniciava-se aí a devoção à Nossa Senhora da Conceição Aparecida. 

Segundo os relatos de padre João de Morais e Aguiar, pároco de Guaratinguetá em 1757, a imagem ficou com Felipe Pedroso, um dos três pescadores e homem que colou com cera de arapuá a cabeça ao corpo. Passou a ser venerada pela família, depois por viajantes, até que se construiu uma capelinha no local, pelas mãos do filho de Felipe Pedroso, Atanásio. 

Fato posterior, o milagre das velas indicava a presença de Deus para as pessoas. Conta-se que, em uma ocasião, em meio a orações, duas velas de cera da terra que iluminavam Nossa Senhora apagaram-se. Silvana da Rocha correu para acendê-las, mas eis que as velas voltaram a iluminar sem qualquer atitude de Silvana. Era mais um prodígio de Nossa Senhora.  Outros milagres ainda viriam a acontecer, como o da menina cega (que conseguiu ver a Basílica Velha), o do escravo acorrentado (Zacarias teve as suas correntes rompidas depois de muito orar) e o do cavaleiro ateu (homem sem fé que queria invadir a Basílica Velha, mas que viu as patas de seu cavalo ficarem presas na escadaria da igreja).

Milagre das velas. .Museu de Cera de Aparecida.
Milagre da menina cega. Ela enxergou a basílica de Aparecida..Museu de Cera de Aparecida.
Milagre do escravo - as correntes desataram. .Museu de Cera de Aparecida.
Milagre do cavaleiro ateu. Pata do cavalo fica presa na escadaria da igreja. .Museu de Cera de Aparecida.
Em 1743, o padre Vilela, percebendo a imensa devoção que se instalava naquela pequena capela, pediu a Dom Frei João da Cruz, bispo da diocese do Rio de Janeiro, autorização para a construção de uma capela maior.  Foi construída no Morro dos Coqueiros, em terreno doado e com dinheiro de esmolas, sendo abençoada em 26 de julho de 1745.  

Padre José Alves Villela, construtor da primeira capela de Aparecida. .Museu de Cera de Aparecida.
A atual "Basílica Velha" ou "Matriz Basílica", que se encontra atualmente no Morro dos Coqueiros não é a mesma capela do Padre Vilela. A sua construção teve início em 1844, sendo concluída em 1888. Em 1893, o templo foi consagrado com o título de "Episcopal Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida". Em 1908, o Papa São Pio X concedeu ao templo o título de "Basílica Menor". A imagem encontrada no rio Paraíba do Sul esteve por ali por 237 anos, até que foi levada definitivamente para a "Basílica Nova" no dia 03 de outubro de 1982.

A Basílica Nova de Aparecida (elevada à Santuário em 1984) e a passarela que liga as Basílicas Nova e Velha (construída nos anos setenta).

A Basílica Velha, ou "Matriz Basílica".
Um fato histórico, acontecido em relação à imagem original, é digno de nota. Em 16 de maio de 1978, um jovem de 19 anos, vindo de São José dos Campos, entrou à noite na igreja e retirou a imagem de seu local de guarda, quebrando-a em muitos pedaços. Tal fato gerou grande comoção nacional, cabendo à restauradora Maria Helena Charduni a tarefa de trazer novamente a imagem da forma original. Com grande destreza, a restauradora conseguiu seu objetivo no mesmo ano.

Curiosamente, o manto de Nossa Senhora Aparecida, assim como a coroa, foram doados pela Princesa Isabel, importante figura da era imperial brasileira (responsável pela abolição da escravatura em 1888), em agradecimento a uma promessa feita pela monarca, na qual pediu para que conseguisse engravidar - Isabel teve três filhos.

Princesa Isabel, que deu a coroa à Aparecida e Conde D´eu. .Museu de Cera de Aparecida.

ANDORRA

Bandeira do país

A bandeira andorrana, com a inscrição "a força unida é mais forte".

A bandeira foi adotada por Andorra em 27 de agosto de 1971. As cores da bandeira refletem a dependência de Andorra, principalmente na questão da segurança, para com a Espanha e França - o azul e vermelho são referência à França; o amarelo e vermelho, à Espanha. 

O brasão do país tem a inscrição em latim "virtvs vnita fortior", que quer dizer "a força unida é mais forte". No primeiro quadrante do brasão (esquerda, alto), temos o símbolo dos Bispos de Urgel; ao lado, a referência é a comunidade francesa de Foix. Abaixo, temos a representação da catalunha (faixas em amarelo e vermelho, esquerda) e, à direita, o brasão de armas de Béarn, comuna francesa, com duas vaquinhas representadas.


Mapas do país





Dados do país

Nome completo do país: Principado de Andorra.

Nome do país: Andorra.

Continente:Europa. Está localizada no sudoeste europeu, entre França e Espanha, nos Pirineus.

Capital:Andorra La Vella (23.000 habitantes -2014)

Andorra La Vella, foto de Tiia Monto, CC BY-SA 3.0, Wikimedia Commons.
Cidades principais: Andorra La Vella (23.000); Escaldes-Engordany (14.000); Sant Juliá de Loria (7.500); Encamp  (7.493);  La Massana (4.985); Santa Coloma; Ordino; El Pas de La Casa; Canilo; Arinsal.

Língua:Catalão (oficial). Outras: Francês, Castelhano, Português.

Religião:Católica Apostólica Romana.

Moeda:Euro.

População: 85.660 habitantes (2016).

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): Muito elevado (34º do mundo).

Atrações turísticas principais:  Estação de esqui de Vallonord, Igreja de Sant Esteve; Igreja de Sant Miquel d´Engolasters; Casa de Areny Plandolit; Igreja Sant Joan de Caselles; Lago de Engolasters; Santuários de Meritxell (antigo - que foi queimado - e novo); Igreja de Sant Marti de La Cortinada; Igreja de Sant Clement de Paul; Coma Pedrosa (Parque); Igreja de Sant Roma de Les Bons; Santa Coloma d´Andorra;   Pico de Medécourbe (marca o ponto da tríplice fronteira Andorra, Espanha e França). 


Antigo Santuari vell de Meritxell em Andorra. Foto de Maria Rosa Ferre ,  CC BY-SA 2.0, WC

domingo, 15 de janeiro de 2017

A FABULOSA ACRÓPOLE DE ATENAS!

Atenas, a capital da Grécia, tem milênios de história. Berço da civilização europeia, Atenas já era ocupada 5 mil anos antes de Cristo e ali estiveram presentes vozes e pensamentos filosóficos ilustres, como Sócrates (o fundador da filosofia ocidental), Platão (autor de "A República", "Apologia de Sócrates", "O Banquete", entre outras) e Aristóteles (autor de "Ética a Nicômaco", "Política", entre outras).


A Acrópole (acro, alto e polis, cidade, então "cidade alta") é literalmente o "ponto alto" de qualquer visita à capital da Grécia. Nela se destacam o Pártenon, o Teatro de Dionísio, o Templo de Atena Nike, o Teatro de Herodes Ático e o Pórtico das Cariátides.

Mas vamos aos monumentos e pontos principais da visita.

O Pártenon, templo dedicado à deusa Atena (deusa da civilização, das artes, da sabedoria, da justiça e da habilidade) situado na Acrópole, tem 2.500 anos de existência. Construído por Péricles, o monumento representa a exaltação da grandiosidade cultural e política grega. O nome "Partenon" quer dizer "morada da virgem" e foi dedicado à deusa Atenas Partenos, que simboliza o poder e o prestígio da cidade.  Tinha dois objetivos - ser a morada da estátua de Atenas, encomendada por Péricles e servir também como tesouro público. A sua construção terminou precisamente em 438 a.C, com a finalidade de ser sede do Grande Festival Panatenaico de 435 a.C.



Em minha modesta opinião, o segundo local mais interessante da Acrópole é o Teatro de Herodes Ático. Aliás, o teatro tem origem na Grécia: diferentemente do anfiteatro romano, o teatro grego tem o palco e a sua frente o público; o anfiteatro é circular. O Odeon de Herodes Ático foi construído em 161 a.C, pelo romano Herodes Atico,  escavado entre 1857 e 1858, sendo restaurado entre os anos de 1950 e 1961, hoje servindo para concertos ao ar livre, principalmente no Festival de Atenas. Soberbo!

Teatro de Herodes Ático ou Odeon de Herodes Atico.

Outro teatro também importante no sítio da Acrópole é o Teatro de Dionísio. Foi construído por Licurgo entre 333 e 330 a.C. Mas as ruínas não são tão imponentes quanto o outro já citado.

Teatro de Dionísio. Por Diggy Benesou de nl, CC BY-SA 3.0,  wikimedia commons.
O Pórtico das Cariátides, que faz parte do Erecteion (santuário, parte mais sagrada da Acrópole, onde Atena criou a oliveira e Poseidon fincou seu tridente no chão), por sua vez, está  bem preservado. Nele, se observa as Cariátides, figuras femininas esculpidas que servem de suporte arquitetônico, substituindo pilares. Em grego, o nome "Cariátides" significa "moças de Karyai" (Karyai era uma antiga cidade do Peloponeso, que tinha um templo em homenagem à Deusa Artemis, no qual moças dançavam em círculos celebrando a deusa).


O Erecteion, com o Pórtico das Cariátides ao lado.

As Cariátides. CC BY-SA 3.0
O Templo de Atena Nike é também uma preciosidade. Construído em 425 a.C, é feito de mármore pentélico, como a maior parte das estruturas da Cidade Alta (o nome do mármore faz referência ao Monte Pentélico, localizado a nordeste de Atenas). O templo abrigava uma estátua de Nike, a deusa da vitória, figura mitológica que está presente nas representações da deusa Atena, mais precisamente na mão direita desta (uma deusa segura a outra). Outras curiosidades: Nike tem sua representação nas medalhas olímpicas, além de ser também uma famosa marca de produtos esportivos. 

Tempo de Atenas Nike .Por Dimboukas, CC BY-SA 3.0, wikimedia commons
A visita pode ser um pouco cansativa, por várias razões: muita subida, muitos turistas (quanto mais cedo visitar melhor) e muitas pedras escorregadias (principalmente as de cor vermelha). Mas tudo vale a pena quando a alma não é pequena, já dizia o grande Fernando Pessoa...

A Acrópole de Atenas, sítio arqueológico dos mais importantes do mundo, foi inscrita, merecidamente, como Patrimônio Mundial Cultural da UNESCO em 1987.

Serviço

Acrópole de Atenas

Aberta diariamente de 8 às 17 horas. Última entrada às 16:30 horas.

Fechada nos seguintes dias: 1 de janeiro, 25 de março, 1 de maio, domingo de Páscoa, 25 de dezembro e 26 de dezembro.

Dias de entrada grátis: 6 de março (memória de Melina Mercouri); 18 de abril (Dia dos Monumentos Internacionais); 18 de maio (dia internacional dos museus); o último fim de semana de setembro (dias da herança europeia); 28 de outubro; todo primeiro domingo de 1 de novembro a 31 de março. 

Metrô: Estações "Acropolis" e "Monastiriki" (nessa, combina-se o passeio Monastiriki-Ágora Antiga-Acrópole). 

Ingressos: 20 euros (inteira). Há ingresso de 30 euros, válido por 5 dias, que dá direito à vários sítios e atrações de Atenas, a saber, Acrópole, Ágora Antiga, Museu Arqueológico de Kerameikos, Lykeion, Biblioteca de Adriano, Ágora Romana de Atenas, Declive Norte e Sul da Acrópole, Olympieio.