sábado, 26 de outubro de 2013

VOLUBILIS, RUÍNAS ROMANAS NO MARROCOS!

Roma já foi o maior império do mundo. Um dos maiores impérios de todos os tempos. E ruínas romanas estão presentes em muitos países. E o Marrocos tem também as suas. Volubilis é a mais impressionante.


 Localizada 31 km ao norte de Meknes (uma das mais famosas cidades imperiais), Volubilis tem uma história interessante.

Em suas origens, antes da chegada dos romanos,  Volubilis era um povoado berbere. Uma aldeia. Em 25 d.C, no embalo da colonização do Norte da África, o imperador romano Augusto conquistou a aldeia e declarou um jovem berbere, de nome Juba II, o governante local. Naquele tempo, e até o século III, Volubilis era uma espécie de capital romana do norte da África, próspera e com uma população que chegou a 20.000 habitantes, um número bastante considerável para a época.

Os árabes só chegaram depois dos romanos, no século VII. Lá já estavam, além dos berberes, sírios e judeus. Os berberes que ali viviam foram convertidos para o Islamismo e a cidade passou a se chamar Oualili.

O caminho para Volubilis é tortuoso e quase não tem sombras.

A destruição de Volubilis advém de três fatores que, somados, contribuíram decisivamente para o seu declínio: a mudança da capital para Fez, em 786, sob o comando do Moulay Idriss; o saque do mármore da cidade promovido pelo Moulay Ismail (o maior tirano da história marroquina) para fundar um novo povoado em Meknes; e, por fim, o grande terremoto de Lisboa de 1755 (um dos maiores de todos os tempos, diga-se), que derrubou todas as estruturas da cidade, exceto o Arco do Triunfo em homenagem a Caracala.

O local apresenta vários destaques para apreciação dos aficionados por história e arqueologia. Assim, podemos chamar a atenção para a "Basílica" local; o "Templo Capitolino", com colunas coríntias alusivas a Júpiter; a "Casa das Colunas"; os mosaicos no chão da "Casa de Vênus" e da "Casa dos Trabalhos de Hércules", a mais famosa via local, a "Decumanus Maximus"; as "termas públicas", em área de 1.500 metros quadrados; e o "Arco de Caracala", ao final da via principal.

A Basílica de Volubilis em sua total perspectiva.


O "interior" da Basílica de Volubilis.

Casa das Colunas.

As ruínas de Volubilis impressionam pela beleza e conservação.

O Templo Capitolino é o monumento mais fotogênico de Volubilis.

Em que pese as outras atrações, o  "Arco de Caracala", por ter sobrevivido a um grande terremoto (o de Lisboa, de 1755) e por ter quase dois mil anos de história, é a grande atração local. Construído em 217 d.C (ano da morte de Caracala), o Arco é uma homenagem ao imperador Caracalla e sua mãe síria, Júlia Dona. As colunas são de mármore.

O "Arco de Caracala", em Volubilis.

O  "Arco de Caracala", em outra visão.

Para se chegar até as ruínas históricas de Volubilis, pode-se utilizar o famoso "circuito das cidades imperiais", disponível por várias companhias, ou então pega-se um ônibus de Meknes para Moulay-Idriss e depois grand taxi para Volubilis, combinando com o taxista o horário de volta. 

Uma dica: quase não há sombras no sítio arqueológico. Ou seja, o ideal é fazer o passeio no final da tarde, após as quatro da tarde. Caso vá antes, muita água e protetor solar para enfrentar a visita.

Por fim, vale lembrar que Volubilis foi inscrita como "Patrimônio Mundial" da UNESCO em 1997.  E, para quem quiser se aprofundar na história deste fascinante sítio arqueológico, existem peças retiradas dele que se encontram em exposição no "Museu Arqueológico de Rabat". 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

AIT BENHADDOU, O MAIS ESPETACULAR CASBÁ MARROQUINO!

Construções feitas de barro ("pisé") do leito do rio. Casas  ocres. Vilarejo onde foram filmados grandes longas de Hollywood. Ruas estreitas. Subidas íngremes nas rochas. Berberes e árabes. Patrimônio mundial da UNESCO ameaçado pela erosão. Tudo isso sintetiza Ait Benhaddou, o mais bem preservado casbá do Marrocos, localizado 30 (trinta) km a noroeste de Ouarzarzate, no sul daquele país.

Uma visão geral de Ait Ben Haddou, patrimônio mundial da UNESCO.

A entrada de Ait Ben Haddou.

Foto mais detalhada do casbá.

Vale abrir um espaço para uma explicação inicial importante - o que é um casbá. Casbá (em português), equivale a ksar em árabe, e é o designativo para "vilarejo fortificado". É a melhor definição para esse tipo de local, geralmente propriedade de alguma família importante. Feitos de barro e com grande presença no sul do Marrocos (existe por lá a chamada "Rota dos Casbás", com paisagens arrebatadoras), curiosamente suas casas derretem durante o período chuvoso, o que obriga seus moradores a constantemente realizarem mudanças. Isso na maioria dos casos. Porque Ait permanece lá, intacto, com construções fortes e imponentes que serviram, durante muitos anos, como ponto de parada de caravanas. A construção da estrada de Tizi n´Tchka, pelo franceses em 1928 (a França colonizou o Marrocos durante boa parte do século XX), fez com que o local perdesse sua importância como ponto de parada.




A caminhada em direção a Ait Benhaddou é regada a muito vento e muita poeira, típica situação que sempre ocorre no árido sul daquele país.

Caminhando em direção à Ait Ben Haddou.
Mas tudo vale a pena quando se chega a esse patrimônio protegido pela UNESCO.  É uma experiência única estar em um lugar tão pitoresco, exótico e interessante. É inacreditável como resiste ao tempo - são mais de três séculos de existência!

Dentro do casbá, uma subida fascinante.

No ponto mais alto do famoso casbá marroquino.

Como já dito anteriormente, Ait Ben Haddou foi um dos locais escolhidos para a filmagem do vencedor do Oscar 2001 "Gladiador", de Ridley Scott. O filme ganhou cinco oscars (incluindo melhor filme e ator), projetou o ator Russel Crowe mundialmente e até hoje é lembrado no local.

As filmagens de Gladiador são até hoje lembradas no local.
Além de "Gladiador", foram filmados lá "Lawrence da Arábia", de David Lean,  "Alexandre, o Grande", de Oliver Stone e "A Múmia", de Stephen Sommers,  dentre outros.

Dentro de Ait, é possível ter essa visão. Cenário de cinema.

Hoje em dia vivem por lá oito famílias, que sobrevivem do pequeno comércio.

Para se chegar até lá, o viajante tem algumas opções. Uma delas, fazer um circuito pelo sul do país; outra, hospedar-se em Ouarzarzate e lá utilizar um "grand taxi".  A visita é grátis, sendo a gorjeta obrigatória caso queira visitar alguma casa particular.

Enfim, um espetáculo. Um cenário arrebatador. Um patrimônio mundial que clama pela preservação. Um passeio obrigatório no Marrocos!

domingo, 13 de outubro de 2013

A BELA SINTRA!

Sintra, bucólica cidade próxima de Lisboa, é uma das maiores atrações turísticas de Portugal. E é fácil explicar o por quê. Além de suas delícias gastronômicas (as queijadas e os travesseiros típicos), da beleza de suas construções centrais, tem ainda, à disposição do turista, um conjunto de nove monumentos denominados "Parques de Sintra". São eles:  o "Parque e Palácio da Pena"; o "Palácio Nacional de Sintra"; o "Palácio Nacional de Queluz" (não propriamente em Sintra, e já esmiúçado em outro post); o "Parque e Palácio de Monserrate"; o "Castelo dos Mouros"; o "Convento dos Capuchos"; o "Chalet e Jardim da Condessa D´Edla";  a "Escola Portuguesa de Arte Equestre" e a "Quintinha de Monserrate". 

As belas ruelas de Sintra, em Portugal.

Dessas nove atrações, destacaremos as principais, a saber, o "Parque e Palácio da Pena", o "Palácio Nacional de Sintra" e o "Castelo dos Mouros". O "Palácio de Queluz", que não fica propriamente em Sintra, já foi esmiúçado em outro post.

Mas antes vale atentar um pouco para a história do local.

Historicamente, temos que Sintra sempre foi o refúgio de reis portugueses, que iam para lá em busca de descanso ao pé da serra. Em uma distância pequena, mas suficiente para se ver longe da agitação de centros maiores, como Lisboa, Sintra assim desenvolveu sua vocação para receber reis e, depois, turistas. E o "Palácio Nacional de Sintra", construído por D. João I ainda no final do século 14, é o símbolo dessa admiração dos reis pelo ar tranquilo da cidade.

O "Palácio Nacional de Sintra" é a primeira visão que o viajante tem da pequena urbe portuguesa. E é uma das visitas mais importantes e relevantes, principalmente para brasileiros. Temos ali um pouquinho de nossa história como, por exemplo, na linda "Sala dos Brasões". Na parte alta do salão, 72  brasões de famílias portuguesas importantes enfeitam o cenário; na parte baixa, é a vez dos azulejos portugueses magníficos ornamentarem o local. Vale ainda visitar a "Capela", a "Sala das Pegas" e a "Sala dos Cisnes".

"O Palácio Nacional de Sintra", com suas chaminés características.
A principal visita de Sintra, no entanto, é o "Palácio da Pena " e seu fabuloso parque. Mas diga-se uma coisa: é uma visita árdua e exige muito do físico dos viajantes. Primeiro, toma-se um ônibus no centro de Sintra (na Vila de Sintra), em ponto próximo à agência do correio local, pagando-se cinco euros ida e volta; após, ainda exige-se do visitante a subida dentro do parque, que também é gigantesca. Para os menos preparados,  existe um bondinho dentro do parque para se chegar até o palácio. Portanto, são duas subidas - para os atletas que vão a pé: primeiro, até a entrada do Parque; depois, da entrada até o próprio Palácio em si.

A cansativa subida para o Palácio,  a partir da entrada do parque.

Dentro do palácio, vale visitar a "Sala Árabe", a mais bonita do local. Destaco também a entrada, em cor cinza, bela e que dá um destaque significativo às cores locais. A história do palácio é ligada ao rei consorte Fernando II, conhecido como o "rei artista", casado com Maria II, filha do nosso D. Pedro I. O sonho dele  - a obra completa do palácio- tornou-se realizado no ano de sua morte - 1885.

Aspecto do Palácio da Pena.


A bela entrada do Palácio da Pena.


Nesse local pode-se admirar toda a beleza da região de Sintra.


O "Castelo dos Mouros", por sua vez, permite a visualização do Palácio da Pena e da vila histórica de Sintra. É um passeio interessante, mas menos envolvente que o do Palácio da Pena. Fica na mesma estrada do Palácio.

Em matéria gastronômica, duas quitutes se destacam: os travesseiros da "Piriquita"; e as queijadas da "Sapa".

A "Piriquita" vende os tradicionais "travesseiros".

Os travesseiros levam massa folhada, amêndoa, canela em pó, ovos. É bem gostoso.

Travesseiro. Produto típico de Sintra.
Já as queijadas, menores que os travesseiros e deliciosas, levam queijo, farinha, água, sal, canela e ovos.

Queijadas da Sapa. Um símbolo de Sintra.
Para se chegar em Sintra, é muito fácil. Existe "comboio" (trem) a partir de Lisboa, várias vezes ao dia, em uma viagem que dura cerca de quarenta e cinco minutos. É a melhor maneira de chegar. Muitos viajantes já me relataram o excesso de trânsito e o stress para se chegar em Sintra por carro. Portanto, o ideal é mesmo usar o "comboio", no jargão lusitano.

Assim, é um dos melhores passeios "bate-volta" a partir de Lisboa. Vale a pena viver a atmosfera dessa linda cidade!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

NOVOS POSTS

Caros leitores,

Em breve, durante os meses de outubro e novembro de 2013, uma série de posts sobre o Marrocos! Abordaremos Marrakech, Fez, Meknes, Casablanca, Rabat e o sul daquele país, incluindo o Deserto de Saara e a Rota dos Casbás.

A série sobre Portugal será finalizada com mais três posts: "Sintra", "Outras cidades portuguesas" e "Lisboa".

Abraço a todos,

Carlos HB

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

DICAS DE VIAGEM - PRODUTOS QUE NÃO PODEM ENTRAR NO BRASIL

Com o incremento das inspeções alfandegárias (inclusive com uso de raio X), vale a pena trazer à luz a lista dos produtos que não podem ser trazidos na bagagem, sem autorização prévia ou certificação sanitária, quando da entrada no Brasil. São os seguintes:

- Frutas, verduras;
- leite, queijo, manteiga, iogurte, doce de leite;
- mel, cera, própolis;
- animais de companhia;
- carnes "in natura" ou industrializadas (presuntos, embutidos, enlatados, pescado);
- insetos, moluscos, bactérias e fungos;
- comida para animais, ovos, sêmen, embriões, agrotóxicos e produtos veterinários (soros, vacinas, medicamentos, entre outros);
- mudas, sementes, hortaliças frescas, madeira e terra;
- comida servida a bordo do avião.

Vale dizer que a lista acima é apenas um resumo dos itens principais, que todo viajante costuma trazer. Para informações mais detalhadas, o ideal é dirigir ao site http://www.receita.fazenda.gov.br/Aduana/viajantes/ViajanteChegBrasilSaber.htm#O que é PROIBIDO trazer do exterior pelo viajante