quinta-feira, 18 de abril de 2013

OMÃ, EXOTISMO E RELIGIOSIDADE!

Omã é um sultanato (monarquia absoluta islâmica) pouco conhecido dos brasileiros. Pouco não - nada conhecido. Você pode perguntar: oito em cada dez pessoas nunca tinha ouvido falar deste pequeno país até você dizer que fez um passeio por lá.  E a primeira pergunta é: onde fica?

Omã é um país do Golfo Pérsico (para alguns, Golfo da Arábia), uma das regiões mais conturbadas do planeta. Faz fronteira com os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e o Iêmen. País montanhoso,  com apenas 3 milhões de habitantes, tem na força da religião islâmica - é um dos países mais fundamentalistas do mundo - a sua marca indelével. A capital e principal cidade é Mascate (Muscat), e a moeda é o valorizadíssimo "rial omani" ( 1 rial equivale a 3 dólares).

Placas como esta indicam que as mesquitas são só para muçulmanos em Omã.

A história de Omã registra um extenso domínio da Pérsia, atual Irã, relativizada por um curto período de tempo pelos portugueses. Tal preponderância  durou até 1741, quando, finalmente, os omanis conquistaram a independência do califado persa, sob o comando de Ahmed Bin Said, que fundou a dinastia que comanda o país até hoje (ele foi o primeiro sultão). Vale lembrar, no entanto, que a independência total do país adveio apenas em 1951, uma vez que o país dependia economicamente da Grã-Bretanha e era a esta ilha atrelado - inclusive foram os ingleses que sustentaram a atual dinastia no poder, notadamente em termos econômicos. De lá para cá, foram seis sultões, incluindo o atual, Qaboos, que reina desde 1970. O petróleo foi descoberto por lá em 1964.

Apesar das rígidas "leis" islâmicas, não se notou, durante a nossa permanência no país, nenhum tipo de intolerância. Pelo contrário, os omanis revelaram-se bastante gentis na maior parte das vezes. Até mesmo o mercado local é mais tranquilo, quanto ao assédio dos vendedores, que o mercado turco, por exemplo (Grand Bazzar) ou mesmo o "souk" do ouro de Dubai. Mas advirta-se: não é recomendável andar de shorts, bermudas e com os ombros abertos - isso vale para homens e mulheres. E é melhor não dar "sopa para o azar" em um país tão exótico e diferente.

O país tem muitas atrações. Omã possui muitas praias ( as mais belas são a AlQurm e Al Bustan), wadis (vales geológicos) e abre um leque de possibilidades para a prática de esportes, como montanhismo e  mergulho. Mas verdadeiramente destacam-se: o " Mutrah Souq", o "Museu Bait Al Barandah",  a "Grande Mesquita" e o "Palácio do Sultão".

O mercado de Muttrah é uma atração à parte. Fica logo na "Mutrah Corniche" (os "corniches", nesta região, indicam as avenidas a beira-mar). Ali, nos arredores de Muscat, desenvolve-se a arte da negociação. Muito interessante. Geralmente os vendedores te dão um preço. A partir da aí, é conveniente ao viajaante dividir o valor dado por 2 para dar início à negociação. Se ele aceitar o valor dado pelo consumidor, manda a ética fechar o negócio, caso contrário haverá repúdio por parte do vendedor.

Os comerciantes de Omã vendem incenso, o produto local mais famoso (e o de melhor qualidade do mundo). Além do incenso, comum também são as essências de perfumes, o ouro e os trajes típicos, além de "souveniers".


Entrada do Souk Muttrah, em Omã
Parte interna do Mutrah Souq, em Mutrah, Omã.

O "Museu Bait Al Barandah" é pequeno, mas bastante interessante. Conta a história de Muscat, do sultanato, apresenta todas as roupas típicas através dos tempos. Vale a visita sim. Não é possível registrar fotografias em seu interior.

Talvez a mesquita mais bonita que já vi seja mesmo a de Omã, a única passível de visitação no país. Chama-se a "Grande Mesquita do Sultão Qaboos". É uma das maiores do mundo (tem uma área estimada em 416 mil metros quadrados) e é simplesmente deslumbrante em todo o seu interior e exterior - é coberta em quase toda a sua extensão por mármore branco e cinza escuro. O tapete persa de seu interior demorou 27 meses para ser concluído, cobre uma área de 4.200 metros quadrados e pesa 21 toneladas. Um luxo!! Os salões de orações são um deslumbre. Só não é passível de visitação às sexta-feiras, das 8:30 às 11:00 horas.


Parte externa da Mesquita Sultão Qaboos.


Internamente, a Mesquita Qaboos é uma das mais belas do mundo.

Por fim, o palácio oficial do Sultão é um passeio para se conhecer apenas a parte externa. Fechado, como é o país, o Sultão é uma incógnita: não se sabe quantas mulheres ele tem, nem se conhece seus filhos. Tudo é guardado a sete chaves. "Caras", por aquelas terras, nem pensar. Coisas de Omã.


Palácio do Sultão Qaboos, em Mascate.

Um comentário:

  1. Muito bem feito, gostei muito, dicas legais e inspiradoras
    Um Post que complementa http://www.viagembem.net.br/oma-ha-muitos-motivos-para-viajar/#more-1963

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