O primeiro post da viagem realizada ao leste europeu é um post de reflexão. Assim, falaremos agora dos reflexos dos anos perdidos do comunismo, usando como pano de fundo as experiências mal-sucedidas da Hungria e da ex-Alemanha Oriental (DDR, Deustche Democratik Republique).
Já dizia Winston Churcill que a democracia e o capitalismo são os piores regimes do mundo, excetuando-se, é claro, todos os outros. Tinha razão o grande líder britânico da segunda guerra.
Em que pese todas as desigualdades geradas pelo capitalismo, o socialismo é bem pior.
Primeiro, por que nunca houve, nem nunca haverá, convivência entre socialismo e o mínimo de democracia. Todos os ambientes socialistas criados no mundo - a exemplo do leste europeu, Cuba, Coréia do Norte, dentre outros - são antidemocráticos. A própria essência filosófica do socialismo na doutrina marxista ultrapassada - fase de evolução para o comunista - , indica luta de classes e imposição.
Segundo, por que o socialismo inibe a criatividade e o empreendedorismo individual. Até na arquitetura socialista isso é sentido - os prédios são invariavelmente "caixotões". Sem um ambiente competitivo, não se vislumbra criatividade.
Terceiro, o socialismo retira a esperança. O que temos de melhor no capitalismo é justamente a possibilidade de ascensão, de melhoria de vida, de vitórias, justamente o que inexiste no socialismo.
Enfim, essa experiência dramática de falta de democracia, de ausência de criatividade e de desesperança é o que ficou da era socialista nesses países do leste.
Na Hungria, por exemplo, a tentativa de democratização do líder Imre Nagy foi reprimida violentamente pelos soviéticos na famosa Revolução de 1956. O bombardeio na capital magiar é sentido até hoje, quando visualizamos, ao lado de lindos prédios de arquitetura antiga, prédios mais "modernos" estilo caixotões, típicos de regimes autoritários socialistas/comunistas.
Onde há um "prédio moderno" na capital húngara, sem dúvida houve um bombardeio. Triste. Foram muitos anos perdidos até que em 1989 o país saiu do atraso socialista.
Por sua vez, na Alemanha Oriental, o "Muro da Vergonha", como hoje chamamos o famoso "Muro de Berlim" dividiu uma cidade, criou separações injustas (inclusive de familiares) e muitas mortes. Tudo em vão. Tudo em nome de um regime político e econômico falido no nascedouro. As tentativas de fuga para contornar a divisão do muro renderam histórias impressionantes - até balões, comuns em passeios turísticos, foram utilizados. Ainda percebe-se um pouco o desnível econômico dos dois lados, mas a Alemanha, potência que é, está virando essa página, reunificada.
Hoje, os países que pertenciam a chamada "Cortina de Ferro" (Hungria está entre eles) tentam, de todas as maneiras, ingressar com força total no chamado "mundo capitalista", notadamente com o uso do "euro", já que as moedas de alguns desses locais anda muito desvalorizada (vide "florint" húngaro e a "coroa" tcheca).
Para isso, ainda há um longo caminho a percorrer, embora a renda per capita da maioria deles já seja maior que a do Brasil (na Hungria, por exemplo, é de 11 mil doláres anuais, enquanto a do Brasil gira em torno de seis mil dólares).
Nos próximos posts, a história e a beleza desses países formidáveis.
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