domingo, 1 de julho de 2012

UM PASSEIO PELA SUÉCIA!

Suécia. A princípio, temos a noção de que se trata de um país frio - o que é certo, com um povo igualmente frio -o que é errado.

Incrivelmente festeiro, o povo sueco celebra o futebol, o esporte mais popular no país. Durante a "Euro 2012", o que se via nas ruas de Estocolmo é algo parecido com o que ocorre no Brasil nos tempos de Copa do Mundo. A celebração é incrível. Caras-pintadas, bandeiras nas costas, gritos de "Sverige" (nome do país na língua nativa) por todos os cantos. E reunião em uma praça de milhares de pessoas para assistir aos jogos.

E a festa não para no futebol. A noite cai (ou melhor, a "noite branca" continua), e os bares e casas noturnas estão sempre lotados.

É esse o espírito que guia um dos países mais ricos e evoluídos do mundo, um dos símbolos de sucesso do modelo denominado "social-democracia".

A Suécia ("Sverige") é um dos três países que compõem a Península Escandinava. Os outros dois são Dinamarca ("Danmark") e Noruega ("Norge"). A Finlândia, tecnicamente, é um país nórdico (do norte), mas não escandinavo.

Dos quatro países nórdicos retromencionados, a Suécia é o mais populoso. São cerca de 9 milhões e duzentas mil pessoas espalhadas em uma área de 450 mil quilômetros quadrados.

Monarquia parlamentarista, a Suécia não aderiu ao Euro. Sua moeda é a Coroa Sueca, na cotação de sete Coroas por um dólar.

O idioma oficial é o sueco, bastante parecido com os idiomas norueguês e dinamarquês, todos pertencentes à linhagem germânica.

Além da capital, destacam-se as cidades de Gotemburgo (ou "Goteborg" na linguagem nativa, a segunda maior do país, importante centro comercial e que possui o estádio com arquitetura mais arrojada do mundo, em forma de navio- Ullevi), Malmo (porto, antigo membro da liga hanseática e centro comercial) e Upsalla (cidade com viés histórico, incluindo dentre suas atrações a universidade mais antiga da Escandinávia).


Centro histórico de Gotemburgo, na Suécia.

Estocolmo, a capital, autointitula-se a "Capital da Escandinávia". Não sem razão.  É a maior cidade da região, contando com uma população estimada em 900 mil habitantes, contra os 600 mil de Oslo e os 500 mil da capital dinamarquesa. Ademais, a cidade é bem cosmopolita, abrigando pessoas de diversas nações.

Estocolmo está localizada em uma região repleta de ilhas. Ela mesmo se expandiu sobre 14 dessas ilhas. Daí as sugestivas alcunhas que a cidade recebe: "Cidade sobre as Ilhas", "Cidade entre as Águas" ou mesmo "Cidade entre as Pontes".


Vista da capital sueca.

Um passeio altamente recomendável é atravessar o Mar Báltico entre Helsinque e Estocolmo, pelo navio "Silja Lane". É simplesmente arrebatador o visual proporcionado pelas milhares de ilhas que surgem no caminho do navio, logo de manhãzinha, depois da noite inteira de viagem, com suas paisagens idílicas com muito verde e  casinhas de madeira.

O Centro histórico da cidade é belíssimo, com suas casas multicoloridas.

Estocolmo, Suécia.

Ali no centro histórico é possível encontrar os famosos "cavalinhos" suecos de madeira, o símbolo nacional. A imaginação toma conta, existindo cavalinhos de todos os tipos e gostos, inclusive em homenagem à monarquia daquele país.


Sem sombra de dúvidas o prédio mais famoso, e interessante, da capital sueca é o "Stadshuset", ou, em bom português, a "Prefeitura Municipal". Trata-se de um belo edifício de tijolos vermelhos, cuja torre, de 106 metros, apresenta as três coroas douradas, o símbolo máximo da Suécia.


Ao fundo, a torre do "Stadshuset".
Apesar de interessante por fora, o edifício tem bastantes atrações em seu interior, notadamente em suas "salas". As melhores são a "Sala Azul" e a "Sala Dourada".

A primeira delas, a "Sala Azul", tem piso de mármore e parede de tijolos. É lá que todos os anos ocorre o jantar em homenagem aos laureados do Prêmio Nobel.


"Sala Azul"

Decorada com motivações bizantinas, a "Sala Dourada" agrada em cheio os visitantes. É a mais bela do prédio. É nessa sala que ocorrem os bailes de gala, após o jantar, do Prêmio Nobel.


"Sala Dourada", com motivações bizantinas. Estocolmo, Suécia.
Vale aqui destacar que o Prêmio Nobel está atrelado a uma fundação instituída por testamento pelo milionário Alfred Nobel (inventor da dinamite, dentre outras). O prêmio é dedicado àqueles que se destacaram em prol da humanidade. São seis os prêmios atualmente existentes: física, química, medicina e fisiologia, literatura, economia e da paz. Desses, o único não financiado pela Fundação Nobel é justamente o de economia, o último a ser criado. O financiamento, nesse caso, cabe ao Banco da Suécia. E, a título de curiosidade, somente o Nobel da Paz não é entregue em Estocolmo, mas sim em Oslo, na Noruega. Embora sueco, Nobel tinha ligação com a Noruega (então pertencente à Suécia no século XIX)., o que explica essa única entrega em Oslo.

Voltando à cidade de Estocolmo, destaca-se ainda o "Vasamuseet", ou "Museu Vasa", em bom vernáculo.

Trata-se de um museu em homenagem ao navio "Vasa", sonho do monarca Gustavo II Adolfo da Suécia, que teve vida curta: apenas alguns míseros minutos.

Construído em 1628, e ricamente decorado (há representação até dos imperadores romanos no casco), o Vasa, lançado ao mar em 10 de agosto de 1628,  percorreu apenas 1.300 metros a partir do porto de Estocolmo até que ventos fortes o inclinaram e o levaram para o fundo do mar. Somente em 1961 o navio foi resgatado e hoje está sendo conservado nesta área especialmente reservada para ele em Estocolmo.


Em frente ao Vasa. Museu Vasa, Estocolmo

O museu conta com vários andares, com algumas seções interessantíssimas, a saber: "As Imagens do Poder", que retrata os adornos artísticos do Vasa e o respectivo simbolismo; "O Veleiro", que aborda sobre as velas e a navegação no século XVII; "A Vida a Bordo", que mostra um modelo em escala real do convés e permite inspecionar objetos encontrados a bordo; "Batalha", sobre as guerras no mar naquele século e ainda uma projeção de força do Vasa em batalhas, se ele não tivesse naufragado; e o "Resgate do Vasa", que mostra como o navio foi encontrado, explorado e resgatado pelos mergulhadores.

Enfim, um passeio bem diferente do usual em matéria de museus e que considero realmente imperdível quando se está na capital sueca. Existem ainda outros museus, a exemplo do "Nationalmuseum" (obras de arte em geral) e o "Nordiska Museet" (que explora a história sueca), mas o Vasa é realmente o principal, por ser o símbolo de uma cultura.

Estocolmo é também uma cidade que prima pelas grandes lojas de departamento. As principais são a NK e a Athlens.

Por fim, vale destacar que os vikings tiveram destacada importância também na Suécia, entre os anos 800 e 1050 depois de Cristo. As suas embarcações características, com a representação de dragão, eram utilizadas notadamente para saquear várias regiões do continente europeu. Hoje em dia, na Suécia, sua presença histórica é percebida na província de Gotland, onde existem as famosas "pedras figuradas", que são pedras maciças onde os vikings comemoravam, por escrito, suas vitórias.

Suécia. Um país pouco visitado, bastante interessante de se conhecer.

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