Em postagem recente, já tivemos oportunidade de esmiuçar o lado brasileiro das cataratas, o
"Parque Nacional do Iguaçu", com belíssimas e impressionantes visões das famosas quedas-d´água. O outro lado, o
argentino, também vale muito a visita - é lá que se encontram a maioria dos saltos, proporcionando perspectivas igualmente deslumbrantes.
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A beleza das cataratas vistas do lado argentino. |
O lado argentino está localizado na cidade de
"Puerto Iguazú". É uma cidade menor que Foz do Iguaçu (tem apenas oitenta mil habitantes), cujo maior interesse reside nos seus
bares, boates e restaurantes, que rendem boas noitadas a, principalmente, brasileiros e argentinos. Quem é de Foz do Iguaçu costuma atravessar a fronteira e curtir a noite por lá. Há também um lugar típico e interessante chamado
"La Feirinha", uma pequena reunião de comerciantes que vendem
alfajores, doces de leite, azeitonas, temperos típicos, salames, queijos, entre outros produtos. Também merecem destaque o "
Duty Free Puerto Iguazu" (com preços nada baratos em tempos de alta do dólar)) e o "
Cassino" local. E, por fim, um
"Ice Bar", parecido com aqueles típicos europeus, onde pessoas se congelam por meia hora ou menos - avalie se vale a pena mesmo experimentar temperaturas de cerca de dez graus negativos!
Aberto o parênteses para falar da cidade de Puerto Iguazú, e suas atrações, é hora de detalhar o fabuloso "
Parque Nacional Iguazú", declarado
Patrimônio Mundial Natural da UNESCO em 1984 - antes, portanto, do anúncio referente ao lado brasileiro.
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A entrada simples do Parque Nacional Iguazú, na Argentina. |
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Placa indica os horários no parque. |
Primeiramente, vale destacar que é um passeio totalmente diferente do lado brasileiro. Sem medo de errar, podemos afirmar que o lado brasileiro é mais "
urbanizado", ao passo que o argentino é mais
selvagem. A constatação é logo na chegada: enquanto o lado brasileiro tem ônibus à espera dos turistas, o argentino tem um trem pequeno para transportar os visitantes. Não há rodovia no lado argentino - para se chegar, por exemplo, à
"Garganta do Diabo", atração principal do parque, duas opções são possíveis: a pé ou pelo trem (que, diga-se de passagem,
gera filas intermináveis e um desperdício de tempo enorme).
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A trilha para se chegar à Garganta do Diabo é assim no lado argentino. |
O trem é até interessante se não fosse tão apertado e com tão poucos lugares. São três as estações: a
Central, a das
Cataratas (porta de entrada para conhecer as trilhas do parque, a inferior e a superior) e a da
Garganta do Diabo (maior atração do parque).
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O trem que leva às estações "Cataratas" e "Garganta do Diabo". |
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Muita gente, pouca estrutura para esperar o trem que, por sua vez, tem poucos lugares... |
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O simpático, porém pouco confortável, trem. |
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O trem e a trilha que levam à Garganta do Diabo. |
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E o pessoal caminha pela trilha próxima ao trem... |
A principal estação do parque é a "Cataratas", já que é a partir dela que o viajante pode fazer as duas trilhas do local: a
Inferior (ou "
Circuito Inferior") e a
Superior (ou "
Paseo Superior"). Na região da Trilha das Cataratas temos também hotel (assim como o lado brasileiro, que tem o Hotel das Cataratas) e restaurante.
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Restaurante tipo buffet fica na estação das Cataratas, perto do início das trilhas. |
A trilha superior, fácil de ser percorrida em estruturas montadas no meio da selva, tem passeio com uma hora de duração. São 650 metros a partir da entrada, localizada nas proximidades do restaurante. A vista abrange as bordas superiores das cataratas. Não há escadas, sendo o trecho reto, sem subidas.
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O arco-íris sempre aparece, fulgurante, em visão proporcionada pelo Paseo Superior. |
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Show da natureza... |
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A beleza das águas... |
Por seu turno, a trilha inferior é maior, mais abrangente e permite visões mais bonitas. É um passeio de duas horas, no mínimo, de duração, pois a distância percorrida é de 1.400 metros, mais que o dobro da trilha superior. Em alguns pontos possui escadas, o que dificulta também a mobilidade. É circular, o que evita repetições. Nessa trilha, é possível ver saltos que não são percebidos na superior, a exemplo do
Salto Lanusse e do
Salto Alvar Nunez. E muitas quedas-d´água que não são vistas de maneira adequada pelo lado brasileiro, o que torna o passeio mais incrível ainda...
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Turistas se acotovelam na observação das quedas-d´-agua. Trilha inferior |
Lado outro, a trilha que leva à Garganta do Diabo é a mais procuradas pelos turistas. Para se chegar até lá, duas opções ficam à disposição do turista:a pé ou por trem (espere ficar pelo menos meia hora na fila, caso o parque esteja cheio). É um passeio em que o turista pode observar o rio Iguaçu , superior, antes de chegar à mais famosa das quedas-d´água, a Garganta do Diabo, São 1.100 metros na ida, o que totaliza mais de dois quilômetros de caminhada, considerando-se a ida e a volta - o que pode ser extremamente cansativo, principalmente sob sol escaldante (verão), já que não há praticamente sombras no trajeto. Mas vale muito a pena - é o ponto alto do passeio ao parque.
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O caminho para a Garganta é debaixo de sol em tempos quentes. |
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O caminho é um pouco longo, mas a visão final vale muito a pena. |
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Muito água, pouca visibilidade do fundo. É a Garganta do Diabo. |
Outros passeios, para quem dispõe de mais tempo, são possíveis dentro do parque.
Da Estação Central, o visitante tem acesso à
Trilha Macuco, a maior e mais desgastante de todas - são sete quilômetros em meio à mata nativa.
Atenção: não confundir a "Trilha Macuco" com o "Macuco Safári" (que é o nome do passeio radical do lado brasileiro). O Macuco Safári de lá (ou melhor, do lado argentino) é o "
Aventura Náutica". É um passeio com manobras mais radicais, mais emocionante, portanto, que o brasileiro. E mais perigoso - dois turistas americanos já morreram ali em 2011, quando a lancha virou depois de bater em um paredão de pedra, nas proximidades da Garganta do Diabo.
Existe uma versão mais "vip" do passeio, que é o "
Gran Aventura".
Esses passeios são oferecidos pela empresa
Iguazu Jungle (http://www.iguazujungle.com/), que conta ainda com um outro giro a partir da Garganta do Diabo, totalmente tranquilo, chamado "
Paseo Ecológico".
Já o "
Passeio Ilha San Martin" é atingível a partir do circuito inferior, usando-se botes. Tem duração de duas horas, é gratuito e a trilha local tem 700 metros de extensão.
O parque conta ainda com o "
Centro de Visitantes Yvyrá Retá", que é uma espécie de museu onde se pode conhecer um pouco mais da biodiversidade e da história do local.
A visita ao parque argentino consome seguramente cerca de oito a dez horas. Ou seja, é recomendável ir ao parque argentino um dia inteiro ou então dividir a visita em dois dias, ainda mais se o visitante quiser fazer outros passeios, como a Trilha Macuco, Aventura Náutica e Ilha San Martin.
Como chegar ao lado argentino: Quatro maneiras são possíveis.
- Por
carro alugado é uma opção - brasileiros precisam apenas de identidade ou carteira nacional de habilitação para atravessar a fronteira.
- Desde Puerto Iguazú, existe transporte público, realizado pela empresa "El Práctico", que sai do "Hito Tres Fronteras" em direção ao Parque Nacional Iguazú a cada trinta minutos, a partir das 7:10 da manhã.
- Táxis de Foz do Iguaçu cobram cerca de 200 reais para ida e volta, com horário combinado.
- De Foz há ainda um
ônibus internacional da companhia "Crucero del Norte" que leva à rodoviária da cidade argentina; dali, pega-se o "El Práctico" em direção às cataratas.
Uma importante advertência: tenha em mãos pesos argentinos para comprar a entrada do parque, já que por ali não se aceitam cartões de crédito, débito ou reais.