sábado, 24 de maio de 2014

KHAJURAHO, O AUGE DO PROFANO NA ÍNDIA !

A Índia é um país marcado pelas contradições. E contradições interessantes são verificadas, justamente, nas questões morais e religiosas. Ou seja, nos limites entre o profano e o sagrado; entre o erótico e o puritanismo. E  os "Templos de Khajuraho", caracterizados pelo erotismo presente em suas representações externas, são os monumentos mais ricos e representativos da fase profana do pensamento e da filosofia indiana.


Templos em Khajuraho, Índia.
Khajuraho está localizado na região central da Índia, no estado de Madhya Pradesh. É uma cidade pequena da Índia, escondida e que sempre ficou imune aos desentendimentos (e controvérsias) entre islâmicos e hindus. O auge da pequena cidade foi durante a dinastia dos Chandela (séculos IX ao XII), que fizeram do local a capital do seu reino na Índia Central e ali construíram os famosos templos que hoje são patrimônio mundial da Unesco. Os Chandelas eram monarcas guerreiros, seguidores do culto tântrico.

Em frente a um dos templos de Khajuraho, na Índia.

Khajuraho é mesmo o auge da representação profana na Índia. Após sua construção, ficou esquecido, em meio ao emaranhado de selvas, principalmente em decorrência da dominação dos islâmicos, a partir do século XIII, dos moguis (mongóis), no século XVII e dos britânicos, notadamente no século XIX e início do século XX. Dominações com forte apego religioso e puritanas que significaram, também, o declínio de concepções profanas e hedonistas, como as de Khajuraho.


Magnífico templo de Khajuraho.

Os estudiosos acreditam que havia 85 templos no local sendo que, atualmente, 25 deles ainda permanecem em pé, em diferentes estados de conservação. Assim como ocorreu no Camboja, em Angkor Wat, os templos de Khajuraho também ficaram escondidos por uma densa floresta por mais de sete séculos, sendo descobertos em 1838 por T.S. Burt, que pertencia à Escola de Engenharia de Bengala.

Os templos locais se dividem em três grupos: o ocidental ("Western Group"), que é o principal, o mais bonito e o mais famoso; o oriental ("Eastern Group") e o do sul ("Southern Group").  De todos os templos, o mais soberbo é, indiscutivelmente, "Kandariya Mahadev".  Erguido entre 1025 e 1050, o maior e mais belo dos templos tem desenhos magníficos de deuses, deusas, mulheres sensuais, músicos, guerreiros e as cenas eróticas e sexuais que fizeram a fama do local mundialmente.




Kandariya Mahadev, o maior e mais belo templo de Khajuraho.

Vale aqui destacar algumas cenas desenhadas, e muito bem conservadas, nas partes exteriores dos templos, que invocam as divindades hindus, cenas íntimas, simulações similares ao Kama Sutra, dentre outras representações. Vejamos algumas requintadas obras esculturais presentes em Khajuraho:


  










Para se chegar até lá a melhor opção é pegar um trem, a partir de Agra, até Jhansi. De Jhansi até Khajuraho são algumas horas de estrada, com possibilidade ainda de visita em Orcha, outra cidade antiga, é possível visitar o palácio real "Jahangiri Mahal" que, embora careça de uma melhor conservação, é uma interessante visita.

Vale lembrar ainda que Khajuraho é servida por um pequeno aeroporto, com vários voos chegando e saindo diariamente para Varanasi e Délhi. Empresas aéreas como a Air India e a Jet Airways operam no local.   

Khajuraho. Uma visita imperdível no território indiano. Uma das maiores atrações turísticas daquele país.

terça-feira, 6 de maio de 2014

CRÔNICAS DE UM TURISTA PROFISSIONAL

Vaca is No Problem! O Louco Trânsito Indiano!

Beep, beep! A onomatopeia clássica indiana. O primeiro som mais forte que se ouve desde a saída do aeroporto. E bota forte nisso! São milhares de buzinas ao mesmo tempo! O trânsito mais desorganizado e bagunçado do mundo. A primeira pergunta: como achar  espaço para tanta gente e tantos veículos? Muitas motos, muitas bicicletas, muitos "tuk-tuks", muitos "riquixás", muitas pessoas, muitos carros, muitos animais. Tudo "muito". Tudo "over".  Eis o mistério da fé indiana. A fé de que andar nas ruas, dirigir, não vai trazer nenhuma conseqüência. A fé em que os motoristas mais malucos do mundo não farão nada além de buzinar e seguir seu caminho em meio ao caos.  A fé em que você irá se "encaixar", seja em riquixá, em "tuk-tuk", moto ou mesmo em carro comum, em meio ao caos. 

Dizem os indianos que, para ser motorista naquele país, são necessários três “goods”: good horn, good brake e good luck. Em bom português, "boa buzina, bom freio e boa sorte".

Realmente, eles têm razão. Ao menor sinal de uma vaca ou um búfalo atravessando a rua, eis que surge a instituição nacional indiana: a buzina. É buzina pra lá, é buzina pra cá, uma festa completa. Buzina, na Índia, não é considerada ofensiva; é, antes de tudo, uma necessidade. E bota necessidade nisso... Para se ter uma ideia, até os caminhões estimulam a buzina. Em vez de frase de para-choque, há uma indicação ao motorista incauto que vem atrás dizendo "por favor, buzine".

Certa feita, em uma viagem entre Jhansi  e Kajhuraho, ao perceber o medo que eu sentia das vacas na pista, o motorista indiano sentenciou, em um portunhol misturado com inglês: “Vaca is no problem”.  De fato, é quase um mandamento indiano: “Vaca is no problem”. A vaca, calma e sagrada, dizia ele, é muito inteligente e sempre anda em linha reta, nunca atrapalhando os motoristas. E completou: “Touro is burro”, embora a recíproca não fosse verdadeira (“burro” no is “touro”, em um portunhol misturado com inglês, novamente).

A vaca é mesmo um caso incrível – é o único ser vivo que o motorista indiano acredita, uma vez que ela não muda a direção na pista. Todos os outros animais que povoam as estradas, ruas e avenidas daquele país são considerados perigosos- cavalos, búfalos, galinhas, elefantes, camelos e, principalmente, os humanos.

Na faixa de pedestres indiana, a vaca tem a preferência...

Nessa mesma estrada, entre Jhansi e Kajhuraho, tivemos a oportunidade de presenciar a mais engraçada experiência do trânsito indiano: a linha de trem fechada. De um lado, o pessoal que vinha de Kajhuraho para Jhansi; de outro, nós, que queríamos chegar nos famosos templos eróticos hinduístas. Formou-se duas facções de motos, carros, caminhões, tuk-tuks, de um lado e de outro. E na hora que abriu? Muito engraçado. Cada um tentando se encaixar e seguir adiante. Lembram da osmose, aquela liçãozinha de biologia dos tempos de colégio? É exatamente o processo que ocorreu aqui. É mais ou menos um pedestre tentando seguir em frente vindo mil do lado contrário, só que com veículos...

A sorte dos indianos é que andam em velocidade baixa; caso contrário, o índice de acidentes nas grandes cidades seria triplicado. Quando estive por lá, dei muita sopa no trânsito, e não vi nenhum acidente, nem nas grandes cidades, nem nas estradas, o que é um autêntico milagre de Shiva. Mas há estatísticas que indicam que a Índia é a campeã mundial de acidentes em estradas, com cerca de cento e trinta mil mortes por ano. Isso mesmo, cento e trinta mil, uma Araguari inteira mais um Ibiá. Tudo é superlativo na Índia...

Mas, vem a pergunta: qual a maior aventura no trânsito indiano? A resposta é rápida: andar de riquixá. O riquixá é uma bicicleta com uma cabine que dá para no máximo duas pessoas atrás. Ou seja, uma bicicleta com ares de charrete, uma versão do "tuk-tuk" sem motor. Nela, o "bicicleteiro" indiano faz um esforço descomunal não só para guiá-la, mas sobretudo para andar no trânsito. Não existe passeio com ou sem emoção: é sempre muito emocionante. Perto do riquixá, o "tuk-tuk" parece ser o meio de transporte mais seguro do planeta.


Os riquixás em uma nublada, caótica e poluída Délhi (a velha)...

O passeio de riquixá é uma autêntica aventura...

Aliás, o "tuk-tuk" é uma atração à parte. Táxi, na Índia, é "tuk-tuk". E, apesar de ter, tecnicamente, apenas dois lugares atrás, carrega seis, sete, oito e até nove pessoas. Mais um mistério indiano: como transportar tanta gente dentro de um minúsculo meio de transporte? E mais: os indianos costumam usar o "tuk-tuk" como meio de viagens de muitos quilômetros. O que, necessariamente, inclui bagagem. Impressionante. Mais uma vez, a teoria do encaixe indiano - eles se encaixam de tal maneira dentro do minúsculo veículo que a viagem acaba dando certo.

Tudo é superlativo na Índia. Mais ainda, o trânsito. Que Deus os ajude! Ou melhor, que Shiva, Vishnu e, sobretudo, Brahma, os ajude!

sexta-feira, 2 de maio de 2014

URUGUAI

Bandeira do País.
A bandeira da República Oriental do Uruguai.

Mapas do País
Mapa do Uruguay, com as principais cidades.


Localização do Uruguai na América do Sul. 
Fronteira com Brasil e Argentina.
Dados do País.

Continente: América do Sul.

Capital: Montevidéu.

Cidades principais: Salto, Paysandú, Maldonado, Ciudad de La Costa, Las Piedras.

Línguas:  Espanhol.

Moeda: Peso Uruguaio.

População:  3,5 milhões de habitantes.


Atrações turísticas principais: Punta del Leste (Praias, cassinos, Casapueblo de Vilaró), Colônia del Sacramento (Centro Histórico),  Montevidéu (Ciudad Vieja, Mercado del Puerto, Punta Carretas, Pocitos, Rambla, Estádio Centenário).


Colônia del Sacramento, Uruguai. 
Centro Histórico é Patrimônio Mundial da Unesco.


Patrimônio Mundial da UNESCO: Bairro Histórico da Cidade de Colônia del Sacramento (1995); Paisagem Cultural e Industrial de Fray Bentos (2015).


Melhor época para visitação: dezembro/janeiro/fevereiro/março.

Curiosidades:   1. O Uruguai tem muita tradição no futebol - foi bicampeão olímpico em uma época que não havia Copa do Mundo (1924 e 1928) e depois ganhou duas Copas do Mundo (1930 e 1950), a primeira em seu próprio território e a segunda no Brasil, em um episódio conhecido e lembrado até hoje como "Maracanazo". 2. O doce de leite uruguaio é um dos mais gostosos do mundo; 3. O mate é uma bebida muita apreciada no país; 4. O candombe é a dança típica local, bastante parecida com a salsa; 5. O carnaval é bem tradicional por lá, destacando-se as murgas, grupos teatrais cômicos e satíricos.

Site: http://www.turismo.gub.uy/index.php/pt-BR/  (Ministério de Turismo y Deportes/Uruguai).

quinta-feira, 1 de maio de 2014

UZBEQUISTÃO


Bandeira do país

Bandeira do Uzbequistão.

O Uzbequistão já fez parte do Império Mongol e da União Soviética. Tornou-se independente em 1991. 

A lua representa a nova república. Há uma estrela para cada mês do ano. O azul representa as águas e o céu; branco denota paz e pureza; o vermelho representa a força de vida do povo; e o verde simboliza a natureza e a fertilidade.

Mapas do país

Mapa do Uzbequistão, país do centro-oeste asiático.

Localização do Uzbequistão, ex-República Soviética, na Ásia. Em vermelho.

Continente: Ásia Central (centro-oeste).

Capital: Tashkent.

Cidades principais: Samarcanda, Namangan, Bukhara, Andijon e Fergana. 

Línguas:  Uzbeque.

Moeda: Som Uzbeque.

População:  Cerca de 26 milhões de habitantes.


Atrações turísticas principais:  Registan, Shah i Zinda, Mesquita de Bibi Hanim e Mausoléu de Gur Emir em Samarcanda; Centro Histórico de Bukhara; Itchan Kala; Centro Histórico de Shakhrisyabz; Torre de Televisão de Tashkent.


Patrimônio Mundial da UNESCO: Itchan Kala (1990); Centro Histórico de Bukhara (1993); Centro Histórico de  Shakhrisyabz (2000); Samarcanda, Cruzamento de Culturas (2001).

Khiva. CC BY-SA 3.0 Foto: Patrickringgenberg


Bukhara. By Khanra - Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=50089181




Samarcanda. CC BY-SA 4.0  . in: Wikimedia Commons. Foto: Yunuskhuja Tuygunkhujaev


Melhor época para visitação: abril/maio/setembro/outubro.

VANUATU

Bandeira do país

Bandeira de Vanuatu.


Mapas do país

Mapa do arquipélago de Vanuatu.

Vanuatu na Oceania. Proximidades da Austrália.
Continente: Oceania.

Capital: Port Vila.

Cidades principais: Luganville, Forari e Ipota.

Línguas: Inglês, francês.

Moeda: Vatu.

População: 200.000 habitantes.

Atrações turísticas principais: Champagne Beach; Eton Beach; Iririki; Blue Hole; Underwater Post Office; Cachoeira Mount Hope; Millenium Cave.

Patrimônio Mundial da UNESCO: Domínio do Chefe Roi Mata (2008).


Melhor época para visitação: maio/jun/jul/ago/set/out/nov/dez.