terça-feira, 13 de agosto de 2013

INHOTIM, NATUREZA E ARTE!

Uma excelente opção de passeio “bate-volta”, realizável a partir de Belo Horizonte é, sem dúvida, Inhotim. Trata-se de um dos museus de arte contemporânea mais interessantes e instigantes do mundo, contando ainda com uma coleção botânica de nível internacional. Alia, assim, arte e natureza na dose certa.

A natureza é exuberante em Inhotim.

Sessenta quilômetros e quarenta e oito quebra-molas (haja paciência ao dirigir!) separam Belo Horizonte do Inhotim, que fica localizado na cidade de Brumadinho. O caminho é bem sinalizado, com exceção do trecho entre Mário Campos e Brumadinho (o último antes de se chegar no destino final). A estrada, para quem vai pela BR-381 (meu caso), está em boas condições, sem buracos. Apenas uma das curvas, já próximo de Mário Campos, requer um cuidado maior do motorista.

Vamos falar um pouquinho do parque. É um passeio belíssimo. Sem dúvida, um dos parques mais bonitos do Brasil, com mais de 4.500 espécies nativas e exóticas de plantas. O registro fotográfico fala por si só. A beleza dos lagos e das espécies cultivadas e estudadas impressiona.






Como exemplo de planta exótica cultivada e estudada no Inhotim, temos a "saraca", da Península Malaia.

A saraca asiática.

Mas não seria completo falar de Inhotim sem falar de arte contemporânea. A arte contemporânea é a razão de ser do Inhotim. Referida arte surgiu no pós segunda grande guerra, como nova tendência, embasada fortemente em conceitos como consciência ecológica, reaproveitamento de materiais, estilo de vida e, mais recentemente, inovações tecnológicas. Usa e abusa de formas curiosas e instigantes.

O acervo do museu é gigantesco, com mais de 500 (quinhentas) obras de 100 (cem) artistas diferentes, de 30 (trinta) nacionalidades. Vamos destacar algumas obras e exposições mais relevantes.

Talvez a obra mais bonita de arte contemporânea do museu seja a " True Rouge", do artista carioca Tunga. É um emaranhado de várias coisas - redes, vidros, bolas de sinuca, bolas de cristal, na cor vermelha. Uma obra belíssima que se destaca no acervo do museu.

Para quem gosta de azulejos portugueses, a dica é a obra da importante artista Adriana Varejão, chamada "Celacanto Provoca Maremoto". É um paredão lindo, unindo feições angelicais a um maremoto, o caos formado a partir de azulejos quebrados.

Como fã do fusca, o carro da Volkswagen que não sai da cabeça e da boca do povo,  não poderia deixar de exaltar a obra "Troca-Troca", de Jarbas Lopes, do ano de 2002. São três fuscas pintados em três cores, um diferente do outro, com aparelhagens de som dentro. Superinteressante!

"Troca-Troca", um marco do Inhotim. Obra de Jarbas Lopes.

Próximo ao "Troca-Troca", imperdível é a série de obras chamada "Cosmococas", criadas por Hélio Oiticica e Neville D´Almeida. A ideia dos criadores era estudar a relação do espectador (público) com a imagem espetáculo. Ligadas ao cinema, as cinco salas desse ambiente nos mostram ambientes sensoriais, projetando slides, elementos táteis e diversas trilhas sonoras.


Cosmococas.

Uma exposição bastante chocante é a da "Galeria Lago", uma das principais do parque. Ali, a arte contemporânea é para estômagos fortes - inclusive há censura 18 anos para a visitação, pois existem fotos chocantes de mutilações, além de pregos e outros artefatos. Pessoalmente, achei um pouco sombrio, mas há quem goste. É obra do famoso Thomas Hirschorn.

Destaco ainda duas obras de John Ahearn (americano) e Rigoberto Torres(porto-riquenho): "Abre a Porta" e "Rodoviária de Brumadinho". Dois painéis soberbos.


"Abre a Porta"

"Rodoviária de Brumadinho".

Detalhe do "Abre a Porta" de Ahearn e Torres.

Outras obras merecem referência e devem ser visitadas: a "Cicloviaérea", do Jarbas Lopes; a "Penetrável Magic Square", de Hélio Oiticica; e, finalmente, as várias obras sem nome de Edgard de Souza, esculturas presentes nos jardins do complexo.

Enfim, Inhotim é uma referência para o Brasil e o mundo na conjugação arte e natureza. Impecável e inigualável!

P.S: uma dica valiosa aos visitantes - o Inhotim tem acesso gratuito todas as terça-feiras, exceto quando for feriado nesse dia da semana.

Serviço completo 

Endereço: Rua 8, 20, Brumadinho/MG (60 km de Belo Horizonte)

Funcionamento: de terça a sexta, das 9h30 às 16h30 (serviços de alimentação e transporte até as 16 horas); sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30 (serviços de alimentação e transporte até as 17 horas).

Como chegar de carro: Pela BR-381, direção Betim, após o posto da Polícia Rodoviária Federal, andar 1,5 km e pegar a marginal em direção à Brumadinho (há uma placa imensa, à direita, indicando “Inhotim”) – saída Km 501. Pela BR-050 é também possível chegar: a melhor opção é por  estrada asfaltada ( saída para o RJ, depois do trevo Ouro Preto 3 km entrada asfaltada na Serra da Moeda), mas há também por estrada de terra (saída para o RJ, posto chefão à direita, km 547, Parque Rola Moça).

Como chegar de ônibus: O traslado da rodoviária de Belo Horizonte, que fica no centro da cidade, até Inhotim, é feito pela Saritur, na Plataforma F2 do terminal. Horários: terça/sexta saída às 9:15 horas e retorno às 16:30 horas; finais de semana e feriados: saída às 9:15 horas e volta às 17:00 horas.

Melhor época para se visitar: de junho a agosto – o tempo é seco, sem chuvas.

Ingresso: gratuito toda terça, exceto quando for feriado nesse dia da semana; quarta e quinta, R$ 20,00 (vinte reais); de sexta a domingo, R$ 28,00 (vinte e oito reais). Há meia-entrada e possibilidade de se adquirir o transporte interno por R$ 20,00 (vinte reais). Há também passaportes para dois, três e até quatro dias. O passaporte que combina sábado e domingo, valor inteiro, custa R$ 54,00 (cinqüenta e quatro reais) e a meia-entrada, R$ 27,00 (vinte e sete reais).

Visitas guiadas: 04 (quatro) tipos de visitas- temática (artística e ambiental); panorâmica; ao viveiro educador.  As visitas temáticas são conversas e reflexões sobre temas específicos do acervo artístico e ambiental; a panorâmica, por sua vez, diz respeito à exploração de várias possibilidades de percurso no parque; e, finalmente, a do viveiro educador é uma “conversa e reflexão sobre plantas de diversas partes do mundo em um espaço destinado à manutenção do acervo botânico” (conforme folheto explicativo do parque).

Horário das visitas:

Temática Artística à sábados, domingos e feriados às 14h30. Saída da recepção. Duração: 1 hora.

Temática Ambiental à sábados, domingos e feriados às 10h30 (saída da recepção) e 14h30 (saída do Tamboril).  Duração: 1 hora e 30 minutos.

Panorâmica à  de terça a domingos/feriados às 11 h e às 14 hs. Saída da recepção. Duração: 1 hora e 30 minutos.

Ao Viveiro Educador à  de terça a sexta, entre 9h e 30 e 16h. Sábados, domingos e feriados, entre 9h30 e 17 horas. Saída da recepção do viveiro educador.

Transporte para pessoas com dificuldades: Existente. Gratuito para deficientes (podendo ainda levar uma pessoa) e para crianças com até 5 anos de idade. Outras pessoas pagam vinte reais (transporte interno do parque). Há pontos de embarque e desembarque em todo o parque, nos principais pontos de visitação.

Restaurantes: Inhotim conta com dois restaurantes - um de bufê a quilo (Oiticica); outro à la carte (Tamboril). Conta ainda com lanchonetes, pizzaria, bar e um trailer de cachorro-quente.

Wi-fi: disponível nos dois restaurantes.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O MILAGROSO GALO DE BARCELOS

A lenda mais curiosa e difundida em Portugal é, sem dúvida, a do "galo de Barcelos".

O galo de Barcelos. Em Barcelos, ele é  escultura.


Antes de explicar a lenda, vale lembrar que Barcelos é uma bela e aprazível cidade da região do Minho, em Portugal. 

É a maior produtora de artesanato (tem a sugestiva alcunha de "capital do artesanato") e cerâmicas do país, tendo a feira de Barcelos como sua atração cultural mais famosa. Como atrações locais, destacam-se a Igreja Nossa Senhora do Terço, a Igreja do Senhor da Cruz, a românica Igreja Matriz, o Solar dos Pinheiros e o Museu Arqueológico.




Praça principal de Barcelos.


Voltemos à lenda.

Segundo a tradição, um galego (mais precisamente de Santiago de Compostela, na Galícia), acusado de furtar prata de um rico proprietário de terras local, antes de ser condenado à forca, requereu uma audiência com o juiz local. Chegando ao encontro, percebeu que o juiz estava prestes a comer um galeto e, mais que depressa, jurou inocência, dizendo que a prova da verdade seria o fato de que o galo que estava no prato do magistrado cantaria. De fato, o galo cantou e o juiz, rapidamente, dirigiu-se ao local da execução para evitar o acontecimento. Chegando lá, o magistrado descobriu que o homem havia sobrevivido por milagre, graças a um nó malfeito. 


Barcelos é a capital do galo e do artesanato em Portugal.

Eis a lenda do galo de Barcelos, que permeia toda a cultura portuguesa. Os galinhos são vendidos como souvenires em todo o país.

Esta loja do galo é em Sintra. Souvenires.