Varsóvia, a capital polonesa, pode soar para muitos uma cidade sem atrativos turísticos, ainda mais se considerarmos que a Europa possui joias como Paris, Londres, Veneza, Roma, Florença, Bruges, Antuérpia, Barcelona, Porto, Lisboa, Budapeste, Praga, Viena, Estocolmo, Amsterdam, entre outras. Mas Varsóvia, por vezes uma cidade com ar austero e muito impessoal, guarda uma história incrível e uma beleza notável de seu centro histórico, bombardeado na Segunda Grande Guerra e depois reconstruído, hoje considerado Patrimônio Mundial Cultural pela UNESCO.
Varsóvia é uma cidade grande, com população chegando a quase dois milhões de habitantes. É, também, uma capital jovem para os padrões europeus - fundada entre os séculos 13 e 14, é nova em relação às cidades milenares do "Velho Continente".
Basicamente, podemos considerar Varsóvia dividida em quatro distritos turísticos: o "Centro Histórico" (ou "Cidade Velha"), a Cidade Nova, a Rota Real e o Centro .
Basicamente, podemos considerar Varsóvia dividida em quatro distritos turísticos: o "Centro Histórico" (ou "Cidade Velha"), a Cidade Nova, a Rota Real e o Centro .
O centro histórico ou "Cidade Velha" (Stare Miasto) é realmente belo. Cresceu ao redor do castelo dos princípes da Mazóvia (região onde fica Varsóvia) e conserva os ares medievais de quando foi fundado. Os locais de grande interesse na Cidade Velha são a Praça Central, a Catedral de São João e o Castelo Real, os dois últimos destruídos pelas forças alemãs em 1944 e reconstruídos entre 1971 e 1984. No Centro Histórico há muitos cafés, bons restaurantes e lojas de antiguidades.
A Praça Central guarda uma curiosidade de Varsóvia - a sereia, símbolo da capital polonesa. Derivada de lenda daquele país, a sereia chamava-se Sawa e, em determinado momento de sua existência, foi motivo de cobiça por parte de um comerciante, que resolveu capturá-la, sendo, posteriormente, salva por um pescador de nome Wars. Como agradecimento, a sereia prometeu ajuda eterna ao seu salvador - daí o escudo e a espada que indicam a proteção a toda a cidade. Estava formada a lenda e o nome da cidade - Wars +Sawa, ou WarsSawa, que virou "Varsóvia". A sereia tem presença forte no imaginário popular daquela porção da Polônia - é considerada uma protetora - além de estar também representada no brasão de armas daquela municipalidade.
A Cidade Nova, por sua vez, concentra algumas igrejas interessantes - St. Jacek, St. Kazimierz, Espírito Santo, Visitação da Virgem Maria.
Destaca-se dois lugares em especial: o Monumento ao Levante de Varsóvia de 1944 e a Casa de Marie Curie, hoje museu dedicado a esta notável cientista.
O Levante de Varsóvia foi um movimento de luta contra a opressão proporcionada pelos nazistas, que confinaram muitas pessoas no chamado Gueto de Varsóvia. Vale dizer, os nazistas, durante a Segunda Grande Guerra, criaram um gueto judeu em Varsóvia em 16 de novembro de 1940. A área foi cuidadosamente cercada com arame farpado até ser substituída por muros. Mais de 450.000 pessoas "viviam" nesse área degradada, em condições subumanas: judeus de Varsóvia, judeus de outras áreas da Polônia e ciganos. Em março de 1942 os nazistas começaram a liquidar o gueto, deportando 300.000 pessoas para o campo de concentração de Treblinka. O Levante começou em 19 de abril de 1943 e durou um mês, sendo organizado pela Organização de Luta Judaica (Jewish Fighting Organization). A revolta, no entanto, foi esmagada pelos nazistas, sendo tudo destruído - a demolição da sinagoga foi um símbolo do massacre. Curiosidade: o homem que comandou a matança dos resistentes do Gueto e a deportação dos que sobreviveram ao Levante, Jurgen Stroop (1895-1952) foi preso pelos aliados (e, posteriormente, executado), ficando na mesma prisão que um resistente do Gueto, Kazimierz Moczarski, que aproveitou a oportunidade para escrever um livro, chamado "Conversas com um Carrasco".
Personalidade de destaque, Marie Curie (1867-1934) é uma das mais famosas filhas de Varsóvia. Nascida Maria Sklodowska, com 24 anos deixou Varsóvia com destino a Paris. Em uma década na capital francesa, notabilizou-se por ter descoberto a radioatividade. Junto com seu marido Pierre Curie, Marie descobriu os elementos rádio ("radium") e polônio ("polonium"). Ganhou dois Prêmios Nobel: o primeiro, em 1903, quando ganhou o prêmio de Física em conjunto com seu marido (primeira mulher laureada); o segundo, de química, em 1911.
A Rota Real de Varsóvia (Trakt Królewski) é assim chamada por ser o local onde há uma série de residências que pertenceu à realeza e a nobreza da cidade. Para melhor localização, a Rota Real começa no Castelo Real (que é também o ponto de partida para se conhecer a Cidade Velha), seguindo pelas ruas Krakowskie Przedmiescie (onde há muitas igrejas - Santa Cruz e Santa Ana são as principais, a Universidade local, o Palácio Presidencial e o Museu Chopin) e Nowy Swiat (onde há cafés, restaurantes e lojas) até os Palácios Lazienki e Wilanów.
Curiosidade: a Igreja de Santa Cruz guarda o coração do compositor polaco Frederic Chopin (1810-1849); Chopin não nasceu em Varsóvia, mas em um vilarejo próximo à capital, de nome impronunciável; no entanto, Varsóvia o considera um filho local, sendo o compositor homenageado a todo tempo, até mesmo com bancos musicais e no aeroporto local.
Na Rota Real temos também o principal museu da cidade, o Museu Nacional (Muzeum Narodowe).
Finalmente, o centro da cidade guarda ainda algumas atrações, como a Igreja dos Capuchinhos e o Palácio Pac. No entanto, a figura icônica do centro é o Palácio da Cultura e Ciência, o mais alto prédio da cidade e um presente de Stálin à Polônia nos tempos da Cortina de Ferro. Os habitantes locais, na sua maioria, detestam esse prédio, por razões óbvias: o comunismo não foi uma época boa para o país. O prédio tem um mirante da cidade.
O Castelo Real é um símbolo de Varsóvia. |
A sereia domina a praça com seu escudo e espada. |
A Cidade Nova, por sua vez, concentra algumas igrejas interessantes - St. Jacek, St. Kazimierz, Espírito Santo, Visitação da Virgem Maria.
Destaca-se dois lugares em especial: o Monumento ao Levante de Varsóvia de 1944 e a Casa de Marie Curie, hoje museu dedicado a esta notável cientista.
O Levante de Varsóvia foi um movimento de luta contra a opressão proporcionada pelos nazistas, que confinaram muitas pessoas no chamado Gueto de Varsóvia. Vale dizer, os nazistas, durante a Segunda Grande Guerra, criaram um gueto judeu em Varsóvia em 16 de novembro de 1940. A área foi cuidadosamente cercada com arame farpado até ser substituída por muros. Mais de 450.000 pessoas "viviam" nesse área degradada, em condições subumanas: judeus de Varsóvia, judeus de outras áreas da Polônia e ciganos. Em março de 1942 os nazistas começaram a liquidar o gueto, deportando 300.000 pessoas para o campo de concentração de Treblinka. O Levante começou em 19 de abril de 1943 e durou um mês, sendo organizado pela Organização de Luta Judaica (Jewish Fighting Organization). A revolta, no entanto, foi esmagada pelos nazistas, sendo tudo destruído - a demolição da sinagoga foi um símbolo do massacre. Curiosidade: o homem que comandou a matança dos resistentes do Gueto e a deportação dos que sobreviveram ao Levante, Jurgen Stroop (1895-1952) foi preso pelos aliados (e, posteriormente, executado), ficando na mesma prisão que um resistente do Gueto, Kazimierz Moczarski, que aproveitou a oportunidade para escrever um livro, chamado "Conversas com um Carrasco".
Homenagem ao Levante. |
Personalidade de destaque, Marie Curie (1867-1934) é uma das mais famosas filhas de Varsóvia. Nascida Maria Sklodowska, com 24 anos deixou Varsóvia com destino a Paris. Em uma década na capital francesa, notabilizou-se por ter descoberto a radioatividade. Junto com seu marido Pierre Curie, Marie descobriu os elementos rádio ("radium") e polônio ("polonium"). Ganhou dois Prêmios Nobel: o primeiro, em 1903, quando ganhou o prêmio de Física em conjunto com seu marido (primeira mulher laureada); o segundo, de química, em 1911.
A Casa de Marie Curie desperta atenção. |
A Rota Real de Varsóvia (Trakt Królewski) é assim chamada por ser o local onde há uma série de residências que pertenceu à realeza e a nobreza da cidade. Para melhor localização, a Rota Real começa no Castelo Real (que é também o ponto de partida para se conhecer a Cidade Velha), seguindo pelas ruas Krakowskie Przedmiescie (onde há muitas igrejas - Santa Cruz e Santa Ana são as principais, a Universidade local, o Palácio Presidencial e o Museu Chopin) e Nowy Swiat (onde há cafés, restaurantes e lojas) até os Palácios Lazienki e Wilanów.
Curiosidade: a Igreja de Santa Cruz guarda o coração do compositor polaco Frederic Chopin (1810-1849); Chopin não nasceu em Varsóvia, mas em um vilarejo próximo à capital, de nome impronunciável; no entanto, Varsóvia o considera um filho local, sendo o compositor homenageado a todo tempo, até mesmo com bancos musicais e no aeroporto local.
Banco que toca música de Chopin em Varsóvia. Há deles até no aeroporto. |
Na Rota Real temos também o principal museu da cidade, o Museu Nacional (Muzeum Narodowe).
Finalmente, o centro da cidade guarda ainda algumas atrações, como a Igreja dos Capuchinhos e o Palácio Pac. No entanto, a figura icônica do centro é o Palácio da Cultura e Ciência, o mais alto prédio da cidade e um presente de Stálin à Polônia nos tempos da Cortina de Ferro. Os habitantes locais, na sua maioria, detestam esse prédio, por razões óbvias: o comunismo não foi uma época boa para o país. O prédio tem um mirante da cidade.
Prezado Carlos,
ResponderExcluirVenho acompanhando e admirando, no Blog, todas as suas postagens ! Em especial, gostei imenso das da Polônia, país que, de fato, me encantou ! “Os Encantos de Varsóvia” são os encantos de Gdansk, Cracóvia, Wroclaw, enfim ! Tudo, na Polônia, é encantador e nos deixa extasiados ! Parabéns por suas ricas explanações. Um abraço, Mari.
Mari,
ResponderExcluirQue alegria receber suas impressões sobre o blog! Espero que continue lendo as postagens e nos brindando com suas valiosas observações!
Um forte abraço,
Carlos
Fique certo disso, Carlos ! Aqui estarei. Forte abraço também.
ExcluirFique certo disso, Carlos ! Aqui estarei ! Forte abraço também. Mari
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