quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

FRICK COLLECTION DE NEW YORK

Era uma vez um domingo de maio em Nova Iorque. Tempo bom, céu bonito e vontade de visitar o Central Park, para respirar um pouco de ar puro em meio à turbulência da metrópole. Pego o guia para uma visualização dos arredores e encontro nele um museu, numa antiga casa de um milionário da "Big Apple", cuja visita seria gratuita naquele dia. Era o "Frick Collection", alcançável após uma breve caminhada pelo sempre verde parque central de Manhattan.

O "Frick Collection" é um museu de obras de arte antigas bastante imponente.

Marsyas, figura mitológica grega, por Antonio Pollaiuolo. 

O nome "Frick" advém do milionário industrial Henry Clay Frick, que ali construiu uma magnifíca mansão em 1914. Henry Frick era o "magnata do aço", um dos símbolos da prosperidade americana do início do século XX.

A casa é simplesmente deslumbrante e vale, por si só, a visita. Ocorre que não só da beleza da imensa mansão vive a "Frick Collection": temos ali obras de vanguarda da arte européia, como Rembrandt, El Greco, Renoir, Velazquez, Goya, dentre outros.

Existe ainda uma biblioteca de arte.

Enfim, trata-se de um passeio bastante interessante, podendo ser combinado com uma visitação ao Central Park nova-iorquino.

É importante mencionar que a casa fecha às segunda-feiras. Aos domingos, você paga quanto quiser das 11 da manhã à 1 da tarde. Nos outros dias, o valor é 18 doláres para adultos, 15 para idosos acima de 65 anos e 10 para estudantes. Crianças abaixo de 10 anos não podem entrar.

O endereço eletrônico é http://www.frick.org/.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

SANTIAGO, CHILE

Surpresa. Admiração. Encantamento. São os sentimentos que me vieram à tona quando visitei Santiago do Chile.

Vista de Santiago a partir do Cerro San Cristobal, com o Costanera Center.

Talvez Santiago seja a cidade mais surpreendente que eu tenha visto na minha vida. Afinal de contas, não se poderia esperar tamanha organização em um país localizado em um continente dominado historicamente por ditaduras, concentração de renda, populismo e caudilhismo.

É isso. O Chile é, hoje, na América do Sul, o país mais pronto para a subida ao time dos países desenvolvidos.

Santiago é uma cidade extremamente organizada. Tem um sistema de metrô bem interessante (que funciona desde 1975) e mais limpo que o da maioria dos países desenvolvidos (usemos de comparação os metrôs de Nova Iorque, Paris. Londres e Roma, todos com aparência pior que o da capital chilena). São pequenas as distâncias percorridas pelo metrô (principalmente em comparação com sistemas de trens urbanos de Nova Iorque e Londres), mas abrange quase que totalmente os principais pontos turísticos de Santiago (e está em contínua expansão).

Metrô de Santiago. in: www.metrosantiago.cl
No cenário gastronômico, destaca-se o bairro de Bellavista.

É lá que Pablo Neruda (1904-1973) tem uma de suas principais casas - a "La Chascona", homenagem à sua amante Matilde, que tinha os seus "cabelos bagunçados" (chascona). Não consegui visitá-la, já que a visita é reservada apenas para grupos - o que eu acho um absurdo e foi um ponto negativo da viagem (o único). Nessa casa, Neruda reunia os artigos que ele comprava em viagens - sim, o famoso poeta chileno também era um viajante inveterado. O mar era uma referência, inclusive na sua coleção, para o famoso poeta.

Voltando à gastronomia, foi na capital chilena que comi um dos pratos que mais gostei na vida: o "côngrio almendrado" do restaurante "Como Água para Chocolate". O peixe, existente somente nas águas chilenas, é indescritível, ainda mais com a massa amendoada que o circundava. Inesquecível. Outra boa opção é o interessante "Azul Profundo", restaurante localizado na mesma rua do "Como Água para Chocolate". 

Além da gastronomia, vale a pena conhecer os "cerros", que são os pontos mais altos da cidade: "Cerro Santa Lúcia" (localizado na Alameda, a avenida Bernardo O´Higgins) e o principal, "Cerro San Cristóbal",  para se ter uma vista completa da cidade e da Cordilheira dos Andes, que circunda a capital.

Funicular que sobe o Cerro San Cristobal, em Santiago.

Apesar de ser uma metrópole extremamente agradável na Primavera, no inverno a cidade se transforma, devido a um gravíssimo problema: a poluição, que causa graves transtornos respiratórios na população.

Vale dizer que, de Santiago, é possível visitar duas cidades que são verdadeiras pérolas chilenas: Valparaíso e Vinã Del Mar. Enquanto Valparaíso se destaca pela sua história e suas casas antigas no morro (atingíveis por elevadores em muitos pontos), Viña Del Mar representa a modernidade em forma de balneário junto às águas do Pacífico.

Além desse passeio, mister destacar a famosa vinícola "Concha Y Toro", produtora de um dos melhores vinhos do mundo. Vale a pena conhecer o "Casillero Del Diablo".

LOUVRE, O MAIS FAMOSO DOS MUSEUS

10 de Agosto de 1793. Nesta data nascia o mais visitado museu do mundo: o Louvre, localizado no coração de Paris (entre o Rio Sena e a Rue de Rivoli). 8,5 milhões de pessoas de diferentes partes do mundo visitam anualmente o local.

O Louvre é visita obrigatória para quem está em Paris. Forma junto com a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo e a Catedral de Notre Dame o "quarteto fantástico" da capital francesa. Não que não haja lugares mais interessantes (e efetivamente há), mas sair de Paris sem visitar os quatro monumentos é o mesmo que ir a Roma e não visitar o Coliseu (ver o Papa é bem mais difícil do que supõe nossa vã filosofia, mas isso não é assunto para esse post!).

As coleções desse museu de arte, avindas inicialmente de heranças da realeza (Luís XIV e Luís XVI, por exemplo) impressionam.

Curiosamente, Napoleão Bonaparte, antes mesmo de sua coroação em 1803, em um ato de narcisismo, deu o seu nome ao museu. O grande líder francês trouxe muitas coleções e obras de suas campanhas vitoriosas, muito embora os países derrotados as reivindicassem em anos posteriores.

Hoje, o imenso complexo alberga arte islâmica, antiguidades orientais e egípcias, esculturas e pinturas francesas, alemãs, italianas, holandesas, espanholas e inglesas.

Mas a principal fonte de adoração dos turistas, notadamente os japoneses (olha eles aqui de novo), é mesmo a "Monalisa", de Leonardo da Vinci.

Monalisa de Da Vinci.
Confesso que achava que a Gioconda fosse maior. É um quadro muito pequeno. Para tirar uma foto, é preciso se acotovelar com a imensa legião de kamikazes japoneses que ali abundam. E preparar o zoom - já ir com ele preparado, diga-se,  uma vez que pode pintar um japonês à sua frente, ou mesmo um japonês treinado em artes marciais, impedindo a correta focalização.

Outra obra bastante interessante é o Código de Hamurabi. Quem é da área jurídica sabe: é um dos códigos mais antigos do mundo (junto com o "Código de Manu"). Olho por olho, dente por dente. Seus muitos artigos estão registrados em uma pedra na cor preta e grande.


Código de Hamurabi.
Por fim, vale destacar ainda a famosa Vênus de Milo,  escultura provavelmente feita por Alexandre de Antioquia, representativa da deusa grega do amor Afrodite, chamada em Roma de Vênus.

Enfim, trata-se de um passeio que consome um dia inteiro em Paris. Merece destaque o fato de que é possível, dentro do museu, alimentar-se adequadamente, o que facilita o descanso entre as visitas exaustivas a tão grande complexo de arte.

Para mais informações, o site do Louvre é o http://www.louvre.fr/.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

BERLINER MAUER - O PARADOXAL MURO DA VERGONHA!

Parte do Muro de Berlim atual, grafitado . Escalada Planetária.
Tido pela maioria dos historiadores como o símbolo máximo da "Guerra Fria", o Muro de Berlim ("Berliner Mauer", em alemão) ainda hoje causa comoção quando se visita a capital alemã.

O monumento é considerado o "Muro da Vergonha", justamente pelo fato de ter separado famílias dentro de um mesmo país - a Alemanha. De um lado, a Alemanha Ocidental, capitalista, alinhada aos Estados Unidos. De outro, a Alemanha Oriental, comunista, parceira da União Soviética.

O divisor berlinense foi construído pela República Democrática Alemã (RDA, a porção comunista), tendo como marco inicial 13 de agosto de 1961. Desta data até 9 de novembro de 1989 (data da queda, 28 longos anos depois), o mundo viu, perplexo, uma inacreditável divisão de uma cidade, com duas concepções de mundo completamente diferentes - capitalismo democrático e socialismo ditatorial.

É fácil ainda se observar os restos do muro ainda hoje em Berlim. Em alguns locais da cidade, ainda permanece intacto, com  maravilhosos desenhos grafitados. Quando não há o muro, existe uma trilha de paralelepípedos, que dá uma idéia de por onde passava o divisor.

O curioso é que os alemães ocidentais de Berlim, a partir da construção do muro, estavam isolados da Alemanha Ocidental. Apenas quatro rodovias ligavam Berlim Ocidental à Alemanha Ocidental. Havia ainda transporte ferroviário como alternativa. Uma situação no mínimo inusitada.

Várias tentativas de fuga foram registradas, sendo 80 o número estimado de mortes dos desertores.

A derrubada do divisor leste/oeste, em 1989, foi a pá de cal nos regimes socialistas do leste europeu, já bastante abalados pelas políticas de abertura de Gorbatchev, na Rússia (Glasnost e Perestroika) e de Lech Walesa, na Polônia. A queda pode ser interpretada como um desdobramento da falência desses regimes da antiga "Cortina de Ferro".

Enfim, o Muro de Berlim ainda é um paradoxo - precisa ser esquecido, mas sempre é lembrado.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

BERLIM - A SEGUNDA GUERRA AINDA VIVE

1945. Fim da Segunda Guerra. Início da "Guerra Fria", a guerra sem armas entre Estados Unidos e União Soviética. Símbolo dessa época, reluzia Berlim e sua divisão entre ocidente ("Berlim Ocidental", aliada dos Estados Unidos) e oriente ("Berlim Oriental", aliada dos soviéticos). Capitalismo versus comunismo: esse era o dualismo, bem representado pela divisão de Berlim: a capitalista ocidental e a comunista e antidemocrática oriental. Mas isso é assunto para outros posts.

Vamos falar um pouco das impressões sobre a capital alemã, a moderna Berlim.

Primeiramente, uma curiosidade: Berlim é "pequeno urso" em alemão. Daí o fato do enorme animal ser o símbolo da capital alemã.

Berlim sempre foi um importante centro cultural, político e científico europeu. Foi capital de diversos impérios, como o Reino da Prússia, o Império Alemão, a República de Weimar e o Terceiro Reich (de Adolph Hitler). Depois da segunda guerra, e da derrota de Hitler, a cidade foi dividida, sendo a sua porção oriental capital da República Democrática Alemã (comunista). A porção ocidental, por sua vez, não foi transformada em capital naquela época (a capital da República Federal Alemã era Bonn, uma pequena cidade interiorana). Somente após a reunificação alemã, no final dos anos 80, é que a cidade voltou a ser capital.

A cidade é bastante interessante. Como toda grande metrópole- tem mais de três milhões de habitantes - tem uma grande estrutura para ser descoberta, seja em lojas, museus, parques e outros atrativos.

Interessante destacar que a "capital do urso" escapa daquele jeito europeu de ser, basicamente com construções históricas e estilos. A cidade, por ter sido bombardeada e, em consequência, bastante destruída durante a segunda guerra, tem muitas construções modernas, a exemplo da Potsdamer Platz e seus moderníssimos edifícios.

Berlim é também bastante ampla, sendo quase inviável andar a pé. Mister, destarte, a utilização de meio de transporte, destacando-se aqui o metrô, que cobre grande parte dos principais pontos de interesse da cidade.

Vários pontos turísticos se destacam. O "Portão de Brandemburgo" é sem dúvida o monumento mundialmente mais famoso. Perto dele, o Hotel Adlon se destaca - lá Michael Jackson protagonizou uma cena bizarra com um de seus filhos na janela. Particularmente, acredito que o edifício do Reichstag, o famoso parlamento alemão, é o mais bonito.

Também merecem ser lembrados os seguintes lugares: a avenida "Unter den Linten", a principal da cidade; o Estádio Olímpico (Olympiastadion), onde foi jogada a final da Copa de 2006 e disputados os jogos Olímpicos de 1936, ano em que o atleta negro americano Jesse Owens desafiou Hitler com suas quatro medalhas de ouro no atletismo ; o "Checkpoint Charlie" (um dos pontos onde era possível passar de um lado para o outro durante a existência do Muro de Berlim); e o próprio Muro de Berlim ("Berliner Mauer"), cuja história será contada em detalhes em outro "post". Além destes, o Memorial do Holocausto (construído próximo ao Portão de Brandemburgo, em cima de um antigo "bunker" de Hitler) e os diversos museus valem uma visita.

Vale destacar também o imenso shopping-center denominado "KaDeVe". Lá, dizem, encontra-se tudo. E é verdade. São vários andares com roupas (femininas/masculinas), acessórios, papelaria, loja de brinquedos, artigos esportivos, perfumaria, etc.

No arredores de Berlim, é possível visitar, em um passeio de um dia, Potsdam - localidade onde se selou o fim da segunda guerra. É possível chegar ao maravilhoso palácio pelo sistema de trens urbanos da cidade.

Enfim, Berlim é uma capital de vanguarda, merecendo atenção pelo menos hebdomadária do turista.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

OS INCRÍVEIS MUSEUS VATICANOS!

Vamos falar agora de uma das minhas visitas favoritas no Vaticano e, por que não, no mundo: os Museus Vaticanos.

Trata-se de um imenso complexo, com estupendas coleções de arte, inaugurado em 1506.

Talvez pela curiosidade mundial em conhecer a Capela Sistina, é uma das atrações mais concorridas do circuito Roma-Vaticano.

A fila de entrada é imensa, cheinha de turistas japoneses (de cada cem turistas, uns setenta são japoneses - outros 20 são asiáticos parecidos...rss). Uma maneira de "furar a fila" (sem quebrar a ética, é claro) é comprar o ingresso antecipadamente no site http://www.mv.vatican.va/. Com o ingresso pela internet, evita-se a gigantesca fila.

Quando lá estive, resolvi visitar os maravilhosos museus no domingo. In casu, por ser o último domingo do mês, não precisei pagar a entrada.

O curioso é que cheguei ao museu pelo metrô. E o metrô estava cheio de quê? De japoneses, claro. Na hora da descida da estação, os herdeiros de Hiroíto saíram correndo, numa cena digna de filmagem. Tudo para pegar um lugar melhor na fila. Impressionante. Divertido. Ao chegarmos na fila, dezenas de japoneses já aguardavam ansiosamente a entrada nos museus.

Agora vamos ao que interessa. Os museus.

Basicamente, os museus principais são: Pinacoteca Vaticana (Botticelli, Caravaggio, dentre outros), Gregoriano-Etrusco, Gregoriano-Egípcio, Missionário-Etnológico, Pio-Clementino (com obras greco-romanas), Chiaramonti, Gregoriano-Profano e Pio-Cristão. Além destes, destaco o filatélico e o numismático, bastante interessantes também.

Bela escultura. Museus Vaticanos.

A Capela Sistina, atração principal, já foi descrita em outro post. Inclusive o sentido único para se chegar até ela.

Por sua vez, as "Salas de Rafael", grupo de quatro aposentos decorados pelo pintor renascentista Rafael, a pedido do Papa Júlio II, são outra atração formidável dos Museus. São elas: Sala de Constantino, Sala de Heliodoro, Sala da Segnatura e Sala do Fogo no Burgo.

A "Sala de Constantino" tem seu nome derivado do imperador Constantino, o primeiro dos imperadores romanos a reconhecer a fé cristã. Daí o fato dos afrescos simbolizarem esse triunfo. Era usada para cerimônias oficiais.

A "Sala de Heliodoro" tem painéis que remetem ao antigo testamento e era usada para audiências particulares.

Por sua vez, a "Sala da Segnatura" tem os afrescos mais famosos de Rafael - "A Disputa do Santíssimo Sacramento", "A Escola de Atenas", dentre outras.

E, por fim, a "Sala do Fogo no Burgo" apresenta cenas da vida do papa Leão X.

As "Salas de Rafael" são o último passo antes da Capela Sistina, por isso é importante não apertar o passo, senão perde os detalhes dessas maravilhas. Não adianta ansiedade pela Sistina - deve-se observar com atenção as obras de Rafael e seus discípulos.

Enfim, em rápidas pinceladas é o que temos a descrever dos estupendos Museus Vaticanos. Vale a visita, com certeza.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Dicas de sites III - www.tripadvisor.com

O melhor site para consulta de resenhas de viajantes para hotéis, restaurantes e lugares turísticos é, sem dúvida, o http://www.tripadvisor.com/. Indispensável para quem quer viajar bem.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

MENSAGEM SUBLIMINAR NA CAPELA SISTINA

A notícia é de 2010 (ano inclusive que estive por lá), mas por ocasião do nosso estudo sobre a Capela Sistina, vale acrescentar ao nosso blog essa reportagem bastante interessante.

Descoberta mensagem secreta de Michelangelo na capela Sistina

Pesquisadores da Universidade de Medicina John Hopkins, nos Estados Unidos, afirmam ter descoberto desenhos secretos de uma parte do cérebro, da medula e dos nervos óticos nas pinturas da capela Sistina, no Vaticano. Segundo os pesquisadores, Michelangelo escondeu os desenhos em uma das representações de Deus enquanto pintava a capela entre 1508 e 1512. As informações são da Scientific American.

De acordo com os pesquisadores, Michelangelo além de pintor, escultor e arquiteto era também um anatomista - um segredo que ele ocultou destruindo a maior parte dos seus esquemas e notas. Contudo, 500 anos depois, os cientistas descobriram ilustrações anatômicas escondidas nas pinturas da capela, um segredo que não foi percebido pelo papa Júlio II, nem diversos religiosos, historiadores e admiradores.
Não é a primeira vez que são encontrados desenhos secretos na famosa capela. Em 1990, o físico Frank Meshberger publicou um artigo no qual descrevia que a cena "Deus cria Adão", no painel central, continha a perfeita ilustração de um cérebro humano. Na época, ele sugeriu que Michelangelo afirmava que Deus dotava Adão não apenas com vida, mas também com a suprema inteligência humana.

Contudo, agora os pesquisadores Ian Suk e Rafael Tamargo, da John Hopkins, encontraram no painel "Separação da luz da escuridão" desenhos precisos da medula humana, do pedúnculo cerebral e de nervos óticos.

Segundo a reportagem, críticos de arte sempre se perguntaram o motivo de a iluminação do pescoço de Deus neste painel ser diferente das demais pinturas. Segundo os pesquisadores, não foi um engano do pintor, e sim uma mensagem escondida. Os dois afirmam que as linhas do pescoço traçam precisamente um cérebro humano visto por baixo.

Na roupa do dorso de Deus vista na imagem, os cientistas reconheceram a medula humana, que ascende ao pedúnculo cerebral. Na cintura, a roupa se dobra de maneira estranha. Segundo os pesquisadores, ali podem ser vistos dois nervos óticos de dois olhos, exatamente como Leonardo Da Vinci registrou em um ilustração de 1487. Os dois artistas eram contemporâneos e familiares do trabalho um do outro.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A CAPELA SISTINA, OBRA MÁXIMA DE MICHELÂNGELO

Talvez a maior e mais concorrida atração do Vaticano seja a fabulosa "Capela Sistina", localizada dentro dos "Museus Vaticanos". O nome Sistina tem como inspiração o Papa Sisto VI, que restaurou ainda no século XV uma antiga capela que havia no lugar.

Por Antoine Taveneaux, CC BY-SA 3.0, Wikimedia Commons.

Com o ingresso para os Museus, e após uma fila interminável, você terá, como última visita, justamente a Capela Sistina. A visita aos "Museus" é em sentido único, já que é impossível voltar devido às multidões (notadamente a de japoneses- como tem japonês turista, meu Deus!). Isso quer dizer que se a pessoa fizer o caminho dentro dos Museus sem entrar em qualquer sala, na ânsia de ver a Capela Sitina, perde a oportunidade de ver outras riquezas. Mas dessas outras riquezas trataremos em uma próxima jornada.

Voltando ao tema "Capela Sistina", interessante destacar que se trata do lugar onde os cardeais se reúnem em conclave, cujo objetivo é a eleição de um novo papa. Na ocasião da reunião dos cardeais, a portas fechadas ("con/clave") uma chaminé é instalada no teto da capela - caso a fumaça brança apareça, é sinal de que o papa foi eleito. "Habemus Papa".

Fora essa curiosidade histórica, e atual também, é interessante descrever a bela capela em seus aspectos artísticos essenciais.

Primeiramente, sua arquitetura e decoração foram feitas por artistas renascentistas, a exemplo de Michelângelo, Sandro Botticelli e Pietro Perugino.

O principal atrativo da maravilha é justamente o teto pintado por Michelângelo entre 1508 e 1512.

Vale destacar acerca do teto da Sistina  os afrescos representativos de histórias biblícas, a exemplo da "Criação de Adão", "Criação de Eva", "A Criação do Sol, da Lua e da Terra", "A Tentação e a Expulsão", "A Separação da Terra e da Água", "A Separação da Luz da Escuridão", dentre outros.

No altar, destaque para a pintura "O Juízo Final", de Michelângelo, considerada por muitos o auge da genialidade do mestre italiano. Nela, o mestre retrata as almas dos mortos se elevando para o enfrentamento da ira de Deus.

Lado outro, as paredes laterais apresentam pinturas de renomados artistas, o mais conhecido deles Botticelli. Nelas, observa-se fatos marcantes da vida de Jesus Cristo e Moisés.

Enfim, trata-se de um dos expoentes turísticos da Itália, e porque não, do mundo, valendo a visitação para contemplar tanta beleza.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A CÚPULA DE SÃO PEDRO!

A Basílica de São Pedro  (San Pietro) é, sem dúvida, uma das maiores atrações do Vaticano.

Trata-se de uma das maiores igrejas católicas do mundo. Nela, temos obras fantásticas, como a mundialmente famosa "Pietá" de Michelângelo, o "Pórtico" (a Porta Sagrada do Vaticano), além de esculturas de Bernini (Imagem de São Longuinho, obra de Bernini de 1639, por exemplo).

Até a Rainha Cristina, da Suécia, foi homenageada no local, em um monumento de 1702, localizado na nave direita da igreja. Reza a lenda que Cristina fugiu de um casamento, abdicou do trono sueco e converteu-se ao catolicismo, vivendo os seus derradeiros dias na capital eterna. Está explicada a  homenagem...

Em frente à San Pietro, no Vaticano.

Também é importante destacar os subterrâneos da igreja, onde se localizam os túmulos dos papas. Neste local, percebe-se a simplicidade do túmulo do papa mais querido dos brasileiros, João Paulo II; por outro lado, temos túmulos "obras de arte", a exemplo do papa Urbano VIII (Bernini) e do Inocêncio VIII (Pollaiuolo).

Mas o mais interessante da visita, ou de uma das visitas que fiz à famosa Basílica, foi justamente a subida à cúpula desenhada por Michelângelo, com 39.000 toneladas e 42 metros de diâmetro.

Trata-se da parte mais elevada do Vaticano, atingível após mais de 500 degraus a pé ou, por elevador até o 300º degrau e subindo a pé os duzentos restantes.

Foi sem dúvida uma mistura de mico com regozijo. Mico para expressar o que foi subir 500 degraus a pé (isso mesmo, escolhi a primeira opção) é pouco. É, na verdade, um verdadeiro "King Kong", isso mesmo, aquele macacão apaixonado por Fay Wray em 1933, por Jessica Lange em 1976 e por Naomi Watts no mais recente filme de 2005. A variação das escadas (degraus imensos, daqueles que você tem que dar três passos em contraste com degraus extremamente curtos) é por demais cansativa, exigindo intenso preparo físico da pessoa. Para se ter uma noção, uma senhora, certamente acima dos 70 anos, mesmo escolhendo a segunda opção, não conseguiu chegar à cúpula. É muito complicado para pessoas com dificuldades de locomoção enfrentar os últimos degraus, extremamente pequenos e exaustivos. Claustrofóbicos, para se dizer  o mínimo. Quando cheguei ao topo, achei que o mundo já tinha acabado fazia tempo! Mas a visão deslumbrante do local logo me fez passar do aperto para o regozijo. Ali você tem Roma e o Vaticano, com seus estupendos jardins, a seus pés.

Escadaria da subida à cúpula da Basílica de São Pedro. Vaticano.


Escadaria da subida à cúpula da Basílica de São Pedro. Vaticano.


Visão da Praça de São Pedro/Vaticano, do alto da Basílica.

Visão da parte administrativa do Vaticano e dos famosos jardins. Cúpula São Pedro.
Valeu a pena, enfim, apesar das dificuldades...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

FURTOS EM GUARULHOS

06/02/2012

Furtos não somente nas áreas externas ao embarque - também internamente o principal aeroporto do país tem problemas sérios. Vejam só:

Polícia prende suspeitos de furto de malas em Guarulhos

RODRIGO MESQUITA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Polícia Civil prendeu na manhã desta segunda-feira cinco pessoas suspeitas de integrarem um grupo que furtava bagagens no aeroporto internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Segundo o delegado Ricardo Guanaes Domingues, o grupo é investigado há seis meses, e três dos presos são funcionários de companhias aéreas, enquanto outro detido é um ex-funcionário.

Os suspeitos foram presos em suas casas em São Paulo, Guarulhos e Poá (Grande SP), durante o cumprimento de mandados de prisão temporária e de busca e apreensão. De acordo com Guanaes, vinte malas foram apreendidas na operação. Ainda não foi divulgado o valor total dos objetos apreendidos.
Segundo a polícia, uma parte do grupo atuava nas áreas restritas do aeroporto, pegando bagagens de voos internacionais, principalmente dos Estados Unidos, que fariam conexões para outros Estados e colocando-as em esteiras de voos domésticos, que tem fiscalização menor. Um dos suspeitos, então, retirava as malas furtadas, vendiam parte dos objetos encontrados nas bagagens e ficavam com o resto.
O próximo passo da investigação, segundo Guanaes, é devolver as malas para os donos. Quem já teve a bagagem identificada, de acordo com o delegado, será chamado para reconhecer a mala; em caso de bagagem não-identificada, a polícia tentará descobrir os donos através de documentos como boletins de ocorrência e reclamações nas companhias aéreas.
Os cinco suspeitos poderão responder pelos crimes de furto e formação de quadrilha. A Polícia Civil também está investigando outros casos de extravio de bagagens para descobrir quantas malas foram furtadas pelo grupo e também o há quanto tempo eles atuavam no aeroporto.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

A GALERIA BORGHESE - ROMA, ITÁLIA

Vamos iniciar a série "Museus do Mundo" apresentando talvez o museu mais surpreendente que vi na vida, a "Galleria Borghese", localizada em Roma, fora dos limites do centro histórico.

Galleria Borghese. Roma, Itália
A "Galleria Borghese" localiza-se no final da famosa Via Veneto, em um parque chamado "Villa Borghese Pinciana". Trata-se de um lugar bastante aprazível e muito arborizado. Basta seguir as placas para se chegar ao Museu.

Importante recomendação: sempre reservar a visita. A reserva pode ser feita por telefone, em inglês. Sem a reserva, nada feito.

A "Galleria" propriamente dita é uma coleção de esculturas e pinturas de Scipione Borghese, sobrinho do papa Paulo V, que reinou na Igreja Católica durante o século XVII.

Dois artistas se destacam na "Galeria Borghese": Gian Lorenzo Bernini (escultor, com destaque para a soberba obra "Apolo e Daphne" ) e Caravaggio (pintor, com pelo menos cinco obras na mostra, com destaque para "O Menino com o Cesto de Frutas" e "São Jerônimo"). Tem também uma escultura magnífica de Canova, a "Venus Victrix".

Aliás, ir na Borghese é ver uma das principais obras de Bernini, o típico romano da gema, que fez, além dessa escultura magistral acima citada ("Apolo e Daphne"), várias outras para decoração de praças em Roma (a exemplo da Piazza Navona). Bernini é tão famoso em Roma quanto Pelé é no Brasil. Então, ir em Roma e não ver Bernini é o mesmo que não ver o Papa.

Enfim, a Galeria Borghese encanta todos e merece seguramente uma visita.

Mais informações: http://www.galleriaborghese.it/